Ford quer reduzir 50% dos salários dos seus empregados


Clipping / Tribuna da Bahia / Sábado, 9 de janeiro de 2008.

Ford quer reduzir 50% do salário dos funcionários.
Por Alessandra Nascimento.


Menos de 24 horas após ter anunciado que realizará paradas de produção nos três turnos, medida para evitar a demissão de funcionários, uma outra situação ganha corpo na mesa de negociação da Ford com o sindicato: A montadora pretende reduzir em 50% o salário dos funcionários nos dias das quatro paradas a ser efetuadas no mês de janeiro. Para se ter uma ideia do impacto da medida no mês de janeiro, segundo funcionários da empresa, a Ford só produzirá 11 mil veículos, quando a produção mensal seria de 20 mil a 22 mil unidades. De acordo com o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, Julio Bonfim, a redução do salário é rechaçada pelo sindicato. “Entendemos que a montadora deve pagar o valor total ao trabalhador nos dias das paradas. Estamos em negociação, mas no momento nossa prioridade é manter os postos de trabalho”, revela. A medida da Ford já está causando impactos no setor automotivo baiano. A indústria Yazaki, localizada em Feira de Santana, que fabrica componentes para a montadora baiana, acaba de demitir 200 trabalhadores em razão da diminuição em 15% da demanda da Ford. Segundo Bonfim, as paradas ocorrem às sextas feiras, sábados e domingos, já no dia 30 de janeiro nenhum dos três turnos irá trabalhar. Cerca de 8,5 mil pessoas trabalham no Complexo Ford e segundo ele o clima é tenso entre os empregados. “Estamos enfrentando os dissabores causados pela crise econômica. A Renault, de São José dos Pinhais, suspendeu contratos e mil trabalhadores só retornam às atividades em junho. A GM, que está sediada em Gravataí, e a Fiat, em Betim, abriram Plano de Demissão Voluntária”, esclarece. Bonfim ainda dispara críticas ao governo, a quem credita responsabilidade pelo agravamento da crise no setor automotivo nacional. “Não basta apenas reduzir o IPI. A carga tributária brasileira é bastante agressiva. Num momento de crise seria interessante ao governo federal reduzir impostos em todos os setores para não afugentar o consumo interno. Diminuir o IPI é algo muito limitado”, analisa.

Nenhum comentário:

https://api.clevernt.com/e46a5348-350f-11ee-9cb4-cabfa2a5a2de/https://api.clevernt.com/e46a5348-350f-11ee-9cb4-cabfa2a5a2de/