Em assembléia realizada no início da noite desta quinta-feira, os professores da Ulbra que atuam nos campi da Grande Porto Alegre decidiram manter a paralisação até que sejam pagos os saláriosatrasados. Os professores da Ulbra estão em greve desde a noite da última segunda-feira, devido ao não pagamento dos vencimentos de setembro e outubro e da primeira parcela do 13ºsalário.
. Cerca de 150 docentes participaram da assembléia, na Câmara de Indústria e Comércio de Canoas. A continuidade da greve foi aprovada pela maioria, sendo que quatro votaram pelo fimda greve e oito se abstiveram. Antes da deliberação, diversos professores se manifestaram,reafirmando a disposição de manter a paralisação por salários e por mudanças na Reitoria.
. Os professores reivindicam uma postura mais transparente de dirigentes da instituição emrelação à comunidade acadêmica e à sociedade. "Nós não precisamos de habeas corpuspreventivo para sair às ruas e não estamos sendo investigados pela Polícia Federal porsuspeita de fraudar documentos públicos. Nós estamos certos", afirmou um professor momentosantes davotação, defendendo a continuidade da greve.Também por decisão da assembléia, a partir desta sexta-feira serão realizadas caminhadas eatos públicos de mobilização e esclarecimento à população. Os professores também participamde uma audiência pública na Comissão de Educação da Assembléia Legislativa.
Contas bloqueadas
Na tarde desta quinta-feira, o Sinpro/RS manteve reunião com representantes da Reitoria, a convite da Ulbra, mas nenhuma alternativa foi apresentada pelainstituição em relação à inadimplência salarial. "As afirmações feitas por advogados daUlbra de que os salários seriam pagos diretamente aos professores nesta semana não têmqualquer fundamento. A instituição está impedida de gerenciar os seus recursos, pois suascontas estão bloqueadas por decisão da Justiça do Trabalho", explicou Marcos Fuhr, diretordo Sinpro/RS. Ao contrário do que vem informando a Ulbra, no início da tarde o departamento jurídico do Sinpro/RS esteve na 3ª Vara do Trabalho de Canoas e foi informado que haviam sido penhoradosnas contas bancárias, com disponibilidade de liberação pela Justiça, somente R$ 2 milhões e 68 mil. Também existe o valor de R$ 1 milhão e 950 mil que está depositado na agência da Justiça do Trabalho de Porto Alegre, aguardando transferência para Canoas, o que deve ocorrer nesta sexta-feira. Os advogados do Sinpro/RS estarão em Canoas para levantamento dos valores que estiverem disponíveis até às 11h para pagamento dos salários de setembro.
3 comentários:
O Sinpro tem todo interesse em que os salários não sejam pagos. Nunca o seu presidente esteve tanto na mídia. É o novo herói do RS! Se não fosse pelas trapalhadas (conscientes) do Sinpro, os salários já estariam quitados. Quem sofre são os professores, massa de manobra do sindicato e, principalmente, os alunos.
Concordo inteiramente. Inicialmente a Ulbra teria milhões bloqueados, bastava desbloquear e pagar os professores, segundo Sinpro. Ora, onde se viu Justiça do Trabalho ágil? Pegar de volta valores bloqueados em outras varas, reunir tudo e ainda pagar os professores? Quem faria esta logística? O Sinpro que não seri, lógico. Mas teria mídia, afinal. Depois, os valores não seriam bem aqueles, só tinha 700 mil, e por aí foi. E a reitoria ficou na sua, olha, lá tem dinheiro bloqueado, as contas estão bloqueadas, nos ajudem para nós pagarmos os coitados dos professores,etc.. Enquanto isso, mídia neles. Afinal, qual o foco da greve? O pagamento dos salários ou a troca da reitoria? Esta não há nem possibilidade, pois é prerrogsativa da Instituição, a não ser que houvesse provas cabais de malversação dos recurso ou admin. fraudulente, creio. De resto é assunto interno, concordemos ou não com a postura de seus dirigentes. O que adiantou, na prática, o arresto de bens e bloqueio das contas? Nada, não recebemos desde setembro do mesmo jeito. O Sinpro só faz algo ue dê espaço na mídia.
Não tenho procuração para defender o Sinpro, mas sou professor da Ulbra (em greve) e tenho acompanhado esta situação desde o começo, até por ser parte dela. Desde o início da crise, em nenhum momento a instituição se prestou a conversar com seus professores a respeito do que estava ocorrendo. Nenhuma, repito, nenhuma reunião com os professores ocorreu. Bastou a greve iniciar e por uma destas coincidências uma reunião com a pró-reitoria de ensino foi convocada. Hoje, dia 15, parte dos salários de setembro foi paga, via sindicato, aos professores. Não houvesse a paralisação e sabe-se Deus quantos meses ainda teríamos que esperar.
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