Os documentos entregues ao Ministério Público Estadual pelo ex-empregado dos deputados Raul Pont e Ervino Bohn Gass, do PT, Paulo Salazar, parecem comprovar as denúncias de que seu salário era confiscado de modo sistemático e continuado pelo gabinete dos dois parlamentares, com o objetivo de abastecer as burras da DS. É o que se depreende da nota abaixo publicada pelo Correio do Povo. Paulo Salazar falou durante tres horas aos procuradores. Ao contrário de outros depoimentos e falas de denunciados em falcatruas igualmente ruidosas, mas de adversários do PT, desta vez nada vazou e a própria mídia não se interessou muito em ouvir o ex-petista que botou na roda dois dos maiores catões do Partido na Assembléia, os homens que mais crucificaram personagens como Yeda Crusius e Alceu Moreira, apenas para ficar nos dois casos mais recentes.
. Apropriação de salários de empregados já resultou em punição severa para ex-deputados, como Valdir Fraga e Florinda Souza. O curioso é que desta vez a Comissão de Ética não se movimenta para ouvir Paulo Salazar. Aliás, os próprios deputados, de todos os Partidos, numa espécie de entente cordiale, nada falam, excessão feita aos deputados Adilson Troca e Fabiano Pereira.
. A acusação sobre confisco salarial nem é a mais maligna, porque Paulo Salazar também dedurou escritórios de advogados e de empresas que forneceram dinheiro graúdo para a DS, em troca de notas frias. Ele forneceu até o nome da gráfica. Há mais sujeira no caso, como a denúncia de que dezenas de celulares e de carros da secretaria do Trabalho foram usados para a campanha Pont-Maria do Rosário. O que dizem a dra. Rodrigues, o dr. Da Camino e o Ministério Público lotado junto ao TRE ?
. Há um silêncio embaraçoso neste caso da denúncia da reportagem de Veja, que neste final de semana promete mais barulho.
Clipping
Correio do Povo
Sexta-feira, 19 de setembro
Coluna de Taline Oppitz
Está nas mãos do Ministério Público Estadual o episódio envolvendo denúncias de Paulo Salazar contra Raul Pont e Elvino Bohn Gass, que negam as acusações e prometem processar o ex-assessor. Salazar diz ter sido obrigado a devolver salários durante sete anos, quando ocupava cargo nos gabinetes parlamentares, e que os recursos eram desviados para suposto caixa 2 de campanhas do PT. Ontem, durante depoimento que durou cerca de três horas, ele entregou documentos que comprovariam sua versão, como extratos bancários e declarações fiscais. Em função de os dados serem protegidos por lei, movimentos dos promotores ocorrerão em sigilo. Como resultado, há três caminhos possíveis: o arquivamento do caso, a abertura de inquérito ou encaminhamento de ação à uma das varas da Fazenda Pública. Não há prazo determinado para o veredicto, e até lá o PT, que não poupa personagens comprovadamente (ou não) envolvidos em irregularidades, terá também calcanhar-de-aquiles.
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