Os debates eleitorais de TV em Porto Alegre e o fingimento reconhecido por Ulysses

Os dois debates já ocorridos em Porto Alegre, um na TV Com e outro na Rádio Guaíba, demonstraram que os candidatos a prefeito resolveram começar a campanha de modo muito civilizado, numa disputa em que nem mesmo a cidade ficará suja, já que a legislação eleitoral decidiu mantê-la asséptica, calada e limpa como o cemitério.

. Os principais candidatos a prefeito, inclusive os mais jovens, são muito experientes e sabem o que estão fazendo.

. Logo ao término dos primeiros debates, percebeu-se que serão todos contra Fogaça, com a excessão de Nelson Marchezan Júnior, que foi o último a entrar na disputa, nem apareceu nas pesquisas e não parece oferecer perigo para os outros pretendentes.

. Sobre debates e disputas políticas, o eleitor deve levar em consideração que debate dificilmente resolve eleições. "Não resolve", foi o que disse esta manhã ao editor desta página o deputado Nelson Proença, do PPS, que apóia Manuela D'Ávila, do PC do B. Nelson Proença parece examinar o caso brasileiro, mas existem excessões mesmo no Brasil. Os dois debates que aparentemente resolveram eleições foram os de Collor x Lula, na primeira disputa de Lula, quando Collor triturou Lula nas TV, e os de Brossard e Nestor Jost, pelo Senado.

. Nos EUA, o histórico debate entre Kennedy e Nixon foi o marco de disputas televisivas bem sucedidas para um dos contendores, no caso Kennedy.

. Mesmo em debates políticos de TV, onde cada gesto, o fio do cabelo, a qualidade da vestimenta e cada expressão fisionômica tem importância, sempre vale a pena lembrar o que costumava dizer o experiente deputado Ulysses Guimarães:

- Em política, tudo é fingimento, até mesmo a indignação.

SOBRE o assunto, escreve hoje o prefeito Cesar Maia:

1. Jacques Seguelá -assessor de imagem do presidente Mitterrand- afirmava: "A cena política se parece com a teatral, mas há uma diferença fundamental; na teatral o ator muda de personagem e continua a produzir as mesmas emoções; na cena política o ator muda de personagem e... morre com ele. (Globo: Crivella divulgou uma carta aberta à população e assumiu compromissos como reprimir manifestações homofóbicas; apoiar o carnaval; não contratar representantes da Igreja Universal do Reino de Deus para qualquer secretaria municipal...).2. Cristianização. Expressão usada na campanha eleitoral de 1950 quando os candidatos a deputado do PSD abandonaram seu candidato a presidente Cristiano Machado. Desde domingo estão nas ruas do Rio placas de candidatos a vereador da coligação PV/PPS/PSDB e dos mais conhecidos na zona sul -um médico e ex-deputado estadual e outra vereadora atual- que escondem o nome do candidato a prefeito da coligação em suas placas. Nem com lupa se consegue ler. Cenas de cristianização explícita. A tempo: o patinete elétrico não é ecológico como a bicicleta. Não ajuda a saúde.3. São Gonçalo. No domingo em São Gonçalo -ver O Dia de ontem- o governador ao lado de sua candidata pediu votos dizendo que ia gastar 90 milhões em obras se ela fosse eleita. O ex-governador Garotinho corre o risco de inelegibilidade no TSE exatamente por isso e numa promessa micro, perto desta, num pequeno município do interior do Estado.4. Caras e bocas. As expressões na caminhada do PCdoB em Copacabana e suas bandeiras vermelhas pareciam que iriam fazer a tomada do Palácio de Inverno, perdão, do Copacabana Palace. A tempo: a candidata traumatizada por seu penteado de 2004 (Atração Fatal) mudou para pior. O anterior era muito melhor. Escreva a este Ex-Blog e diga com quem ela se parece agora!5. Tixotropia é um fenômeno físico-químico nos processos de moagem, quando a adição exagerada de floculante para amolecer a massa termina transformando-a em pedra. Que os candidatos com publicidade exagerada se cuidem: o eleitor percebe!

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