As duas notas postadas logo a seguir são do jornal Folha de São Paulo, a primeira, e do blog do ex-ministor José Dirceu, a segunda.
. A primeira nota revela como de fato o presidente do STF foi afrontado pela Polícia Federal. Isto está claríssimo. É alguma coisa inaceitável dentro do estado democrático de direito e dos princípios republicanos, porque a Polícia Federal nem de longe é um dos Poderes da República e muito menos pode espionar o chefe de um dos Poderes.
. A segunda nota tem a ver com a primeira, porque é denúncia que faz na mesma direção o ex-ministro José Dirceu.
. O editor desta página tem diferenças tremendas com Zé Dirceu e com companheiros seus como Luiz Eduardo Greenghalg, como com os ministros Gilberto Carvalho, Geddel Vieira Lima e Dilma Roussef, mas não pode aceitar que a Polícia Federal grampe os telefonemas de ex-parlamentares e ministros do PT, alguns despachando dentro do Palácio do Planalto (o grampo foi feito em telefone do Palácio), mesmo quando a conversa entre todos tenha a ver com falcatruas, como neste caso da quadrilha orquestrada e dirigida pelo banqueiro Daniel Dantas.
. Quando se aceita que a polícia utilize meios inaceitáveis e truculentos para trabalhar contra nossos adversários ou inimigos, estamos abrindo caminho para que ela faça o mesmo conosco. É a lei da selva. Não é assim que funciona uma sociedade democrática.
LEIA:
Sinto muito
Da coluna Painel:
Em encontro com Gilmar Mendes na noite de quinta, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, procurou isentar a cúpula da corporação e o Ministério da Justiça de responsabilidade por eventuais abusos cometidos na Operação Satiagraha. "É lamentável, mas não temos controle sobre esse processo", afirmou Corrêa, segundo relato do presidente do Supremo, que qualificou a conversa como "muito cordial". "A operação se autonomizou", teria dito Corrêa.
A visita se deu após telefonema de Mendes a Tarso Genro, motivado pelo aviso da vice-presidente do TRF de São Paulo, Suzana de Camargo Gomes, de que o gabinete do ministro fora monitorado pela PF. "Houve abuso de novo", disse Mendes a Tarso". "Não é possível", respondeu o titular da Justiça.
Fragilidade na Justiça ameaça a democracia do país
Quem escreveu:
"Se a Polícia Federal tem cada vez mais exercido seu papel de combater o crime e a corrupção, não importa quão poderosos sejam os envolvidos, muitas vezes se vê seu trabalho comprometido pelo açodamento na produção de provas, que depois se mostram frágeis, não sustentando o processo criminal; por vazamentos de informações parciais, que comprometem muitas vezes inocentes, beneficiam partes e servem à luta política; pela tendência de alguns (...) delegados se guiarem mais pelos holofotes da mídia do que pela substância do conjunto de provas; pela investigação de terceiros não relacionados à autorização específica concedida pelo juiz. Do lado do Ministério Público, há uma tendência de que se veja, em muitos casos, não só como acusação, mas como juiz, pré-julgando pessoas que ainda não foram julgadas. E do lado dos juízes de primeira instância, ainda se atravessa o aprendizado do uso da maior independência. Se ela é salutar, de um lado, de outro, demanda mais maturidade para evitar decisões impulsivas".
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