Ana Maria Cemin é jornalista, editora do Bureau de Comunicação.
Meu nome é Mônica Murca Neris Sodré. Tenho 38 anos. Sou casada com o Sílvio — o Alemão — há 25 anos. Juntos, construímos uma família com três filhas: Beatriz, de 24 anos; Rebeca, de 20; e Esther, de 12. Hoje, só a Esther está comigo aqui na Argentina, vivendo esse exílio que nunca imaginei enfrentar. Meu marido também está comigo. Ele foi o único homem que permaneceu todos os dias na porta do Presídio Colmeia, de 8 de janeiro a 9 de agosto de 2023, quando eu saí.Foram sete meses de dor, silêncio e resistência.
Ele não pôde me visitar, nem virtualmente, porque não tomou a vacina — exigida até para chamadas online. Eu fiquei isolada, sem ver minha família, falando apenas com os advogados duas vezes por semana. Enquanto isso, o Alemão vendia tudo o que tínhamos para manter a casa e continuar ali, perto de mim. Nossa empresa de ferro-velho foi se desfazendo, e ele virou motorista de aplicativo em Brasília. Quando voltamos para Campinas, sem nada, ele seguiu como Uber. E eu, com medo, reclusa, tentando entender como recomeçar.
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Um comentário:
Pra mim, VERDADEIROS HERÓIS..
Às vezes me sinto envergonhado pois, idade, restrições várias me impediam de ir às manifestações...
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