Alex Pipkin, PhD
Robespierre é exemplo emblemático. Homem austero, de rosto rígido e olhar severo, tomou para si a missão de purificar a França revolucionária. A virtude, em seus lábios, tornou-se sinônimo de ódio aos inimigos da República. A guilhotina, mais do que instrumento de punição, foi o desfecho natural de um ressentimento travestido de justiça. O que parecia zelo pela liberdade revelou-se, na prática, fúria corrosiva. Sua bilis escorria pelas palavras, pelo tom de voz, pelas feições que denunciavam a maldade.
O paralelo com o Brasil atual é inescapável. Em nome da “luta pela democracia”, vemos instaurar-se uma purificação de caráter quase revolucionário. Agora não mais contra reis ou aristocratas, mas contra opositores escolhidos pela retórica oficial. A “democracia” passa a ser defendida ao preço de mais autoritarismo. O “Estado de Direito”, igualmente entre aspas, é invocado apenas quando serve aos interesses de quem empunha a caneta ou veste a toga. Como no tempo de Robespierre, a virtude proclamada se converte em maldade praticada, e a bilis, travestida de virtude, escorre em discursos inflamados que justificam perseguições.
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