Folha SP, 26) Folha - Como o senhor vê a política externa de Lula, em especial no que diz respeito à América Latina?
Jorge Castañeda - 1. A inércia geográfica, econômica e demográfica da América do Sul levou o Brasil a ter um papel de maior liderança do que antes. Isso aconteceria com ou sem o governo Lula. O fato de Lula estar fazendo um governo bom internamente faz com que o peso natural do Brasil se exerça de maneira mais clara na região. Porém, tudo o que Lula tentou fazer fora do âmbito interno só resultou em fracassos. Tratou de obter um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, não o obteve. Tratou de priorizar a Rodada Doha e não conseguiu nada. Tratou de ser um ator central para que se lograsse um acordo em Copenhague e não só não o alcançou como o Brasil em parte foi responsável para que isso não acontecesse. Tratou de se apresentar como protagonista num acordo nuclear com o Irã, mas sua mediação foi rechaçada pelo mundo inteiro, exceto pela Turquia e pelo próprio Irã.
2. Mas creio que mais importante é o fato de que Lula se absteve de mediar ou resolver conflitos que estão mais perto do Brasil. E há tantos. Os de Uruguai e Argentina, de Colômbia e Venezuela, de Peru e Chile, de Colômbia e Nicarágua, de Chile e Bolívia e o de Equador e Peru. Conflitos próximos abundam, e o Brasil não exerceu nenhuma liderança em nenhum desses casos. Tampouco se apresentou para ajudar em problemas internos de outros países da América Latina. Salvo parcialmente no caso da Bolívia, e isso o fez para defender os interesses da Petrobras. Suas aspirações de potência mundial fracassaram, e ele não mostrou interesse de atuar como legítima potência regional. Lula coleciona fracassos e erros no âmbito externo.
Jorge Castañeda - 1. A inércia geográfica, econômica e demográfica da América do Sul levou o Brasil a ter um papel de maior liderança do que antes. Isso aconteceria com ou sem o governo Lula. O fato de Lula estar fazendo um governo bom internamente faz com que o peso natural do Brasil se exerça de maneira mais clara na região. Porém, tudo o que Lula tentou fazer fora do âmbito interno só resultou em fracassos. Tratou de obter um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU, não o obteve. Tratou de priorizar a Rodada Doha e não conseguiu nada. Tratou de ser um ator central para que se lograsse um acordo em Copenhague e não só não o alcançou como o Brasil em parte foi responsável para que isso não acontecesse. Tratou de se apresentar como protagonista num acordo nuclear com o Irã, mas sua mediação foi rechaçada pelo mundo inteiro, exceto pela Turquia e pelo próprio Irã.
2. Mas creio que mais importante é o fato de que Lula se absteve de mediar ou resolver conflitos que estão mais perto do Brasil. E há tantos. Os de Uruguai e Argentina, de Colômbia e Venezuela, de Peru e Chile, de Colômbia e Nicarágua, de Chile e Bolívia e o de Equador e Peru. Conflitos próximos abundam, e o Brasil não exerceu nenhuma liderança em nenhum desses casos. Tampouco se apresentou para ajudar em problemas internos de outros países da América Latina. Salvo parcialmente no caso da Bolívia, e isso o fez para defender os interesses da Petrobras. Suas aspirações de potência mundial fracassaram, e ele não mostrou interesse de atuar como legítima potência regional. Lula coleciona fracassos e erros no âmbito externo.
Resumo do ex-prefeito do Rio, Cesar Maia, no seu blog de hoje.
3 comentários:
A política externa brasileira sob o governo petista tem sido reprovada a cada teste a que é submetida a sua capacidade de liderança. Os ideólogos petistas não sabem que um líder deve ser mediador e ter uma proposta que acomode as partes conflitantes. Em todas as oportunidades em que a diplomacia petista foi chamada a atuar, agiu como a antiga URSS, optou por uma das partes e tentou aplicar a sua posição sem dar chance ao contraditório. Em nenhum dos casos afirmou sua liderança, não se mostrou um líder moderno capaz de mediar e solucionar, nem um líder imperial capaz de se impor. Para coroar o fiasco tem manchado a imagem da diplomacia brasileira pré-Lula.
Mauro Salvo, economista
Esse ex-chanceler é gentil. Não foi só a política externa!
"A doença brasileira
André Frantz
| 18 Fevereiro 2010
Artigos - Cultura
No instante em que a consciência moral atua de forma invertida, com os pólos trocados, o senso da realidade é corrompido e a mente passa a trabalhar e a se movimentar dentro de uma estrutura lógica de um mundo de fantasias.
Os debates públicos no Brasil estão totalmente descolados da solidez inescapável da realidade. No presente momento, praticamente todos os diálogos entre brasileiros podem ser classificados em essência como papo entre cachaceiros bêbados, em maior ou menor grau. Há muito tempo, os discutidores brasileiros já deixaram o terreno do uso dos expedientes da dialética erística da pilantragem consciente, para adentrarem o recinto da patologia clínica da esquizofrenia verborrágica inconsciente. Os discursos não se encontram mais apenas nos patamares da dissimulação mentirosa cara-de-pau, características essenciais do intelecto tupiniquim, mas rebaixaram-se também às esferas da loucura mental pura e simples.
O uso da linguagem brasileira transfigurou-se na glamourização da padronização da macaquice, na insanidade da pretensão do vazio, na idiotice do falar por falar. Hoje, tudo o que é dito e escrito no Brasil não apenas carece da mais mínima lógica lastreada na concretude dos fatos do mundo, mas chega ao ponto das extrapolações e contradições mais absurdamente hiperbólicas, as quais conseguem inverter a compreensão do sentido da totalidade do cosmos. É uma coisa impressionantemente monstruosa! O maldizente vulgar, que é quase tudo o que se tem no Brasil hoje, não percebe que o que ele está dizendo contraria a possibilidade de ele estar dizendo o que está dizendo no mesmo instante em que diz o que está dizendo, and so on. O país não pode estar em outro lugar que não a unidade de tratamento intensivo do hospício mais horripilante. As almas brasileiras só podem estar acorrentadas nos últimos porões do inferno. Um horror!"
Íntegra aqui:
http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/10803-a-doenca-brasileira.html
Almirante Kirk
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