Procurador-geral da República disse ainda que a crise
política é grave, mas não foi provocada pelas investigações da operação Lava
Jato.
O procurador-geral da República, Rodigo Janot, fez uma
palestra, nesta sexta-feira, em um evento promovido pela universidade
de Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados
Unidos. Ele foi um dos participantes do evento Conferência Brasil, que discute
a situação atual do Brasil.
Rodrigo Janot disse que o esquema de corrupção
na Petrobras investigado pela operação Lava Jato é uma continuação do
mensalão.
“O mensalão revela essa organização criminosa que hoje
nós estamos examinando. Estou convencido com as circunstâncias de fato que
existem hoje que não existia um mensalão, não existiu uma Lava Jato. É toda uma
operação conjugada. O mensalão foi parte do iceberg que depois veio a ser
descoberto. E nem todo, acho que esse iceberg ainda tem parte submersa”.
Janot disse ainda que a crise política é grave, mas não
foi provocada pelas investigações da operação Lava Jato. Ele também comentou o
papel da Procuradoria-Geral da República no processo que pede o afastamento do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
“O que a gente fez com referência a esse investigado foi:
oferecemos uma denúncia, que já foi recebida pelo Supremo. Oferecemos uma
segunda denúncia que está em vias de ser julgada se é procedente ou não.
Existem mais, se não me engano, seis inquéritos instaurados, todos com fatos
diferentes, fatos ilícitos, diferentes. E desses inquéritos, dois estão bem
adiantados e, rapidamente, acho que virão mais duas denúncias. No final do ano
passado, o Ministério Público Federal entrou com pedido de afastamento,
entendendo que as circunstâncias não permitiriam que o quarto homem na linha
sucessória na presidência da República, com essas circunstâncias todas,
continuasse. Agora o problema está com o Supremo, em julgar o pedido de
afastamento”.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, declarou que o
procurador-geral da República atua de forma seletiva e célere contra ele. E
disse também que seria bom que o procurador adotasse a mesma rapidez contra
todos os investigados, o que, para o deputado, parece não ocorre.
