Em outubro, o TCU bloqueou os bens de Dilma, Palocci e Gabrielli.
Entre as informações passadas na delação premiada homologada hoje no TRF4, Porto Alegre, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que Dilma conhecia
o esquema de corrupção entre o PT e empreiteiras e inclusive era uma das
beneficiárias e mantenedora dos acertos. Segundo o ex-ministro, a Odebrecht
manteve "relação bastante intensa, bastante movida a vantagens dirigidas à
empresa, a propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos em forma de
doação de campanha, em forma de benefícios pessoais, em forma de caixa 1 e
caixa 2" nos governos Lula e Dilma.
o ex-ministro conta detalhes de assuntos discutidos na presença da ex-presidente e que dependeram de sua chancela. Um
dos episódios teria ocorrido em 2010, quando Palocci diz ter se encontrado com
Lula, Dilma e José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, para debater
os contratos de exploração do pré-sal. Na ocasião, o ex-presidente teria
afirmado que gostaria de usar os projetos da estatal para financiar a campanha.
Lula teria justificado desta maneira o esquema de propina:
- Dessa companheira aqui (Dilma), que eu quero ver eleita presidente do
Brasil.
O ex-ministro também disse que Dilma esteve em reuniões com
Emílio e Marcelo Odebrecht discutindo a participação da empreiteira em obras da
União. Pela versão do ex-ministro, a campanha à reeleição da petista foi
marcada pelo uso de doações eleitorais oficiais para esconder o pagamento de
propina.