Na foto, Tarso, que não teve o nome listado, consola Olívio.
Em 2001, durante investigações da Assembléia do RS, o presidente do Clube de Seguros da Cidadania, o petista
Diógenes de Oliveira, uma das 42 pessoas indiciados pela CPI da Segurança
Pública, usava codinomes para se referir a autoridades, empresários e bicheiros
em suas anotações pessoais. As alcunhas, método habitual de guerrilheiros e propineiros do Mensalão e da Lava Jato disfarçarem sua verdadeira identidades, foram descobertas
nas agendas apreendidas na casa do petista - que participou da luta armada
contra a ditadura.
Eis alguns nomes:
Olívio Dutra - Truta
Laerte Meliga - Rasputin
Davi Estival - Estivador
Daniel Verçosa - Versalhes
Luiz Fernando Tubino - Tubo
Bicheiro Carlos Franco Cunha - Ginbo
Bicheiro Evaristo Mutte - Roma
Athos Cordeiro, empreiteiro - Agnus Dei
As deduções feitas na época pelo relator Vieira da Cunha (PDT) são
reforçadas pela quebra do sigilo telefônico do petista. "As agendas
fornecem indícios de ligação do senhor Diógenes inclusive com algumas figuras
notoriamente ligadas à contravenção", afirma o deputado pedetista. Em uma
gravação obtida pela CPI, Diógenes disse ao delegado Tubino que ele e o PT
tinham relação "muito estreita com o pessoal do Carnaval e do jogo do
bicho".
"Ora, se apenas nestas
agendas já se descortinam valores dessa ordem (R$ 2 milhões), de origem não explicitada, a
quanto não terão ido as despesas da campanha do PT e do senhor Olívio
Dutra?", questionou na época o deputado Vieira da Cunha. O valor da campanha de 1998 declarado
pelo PT à Justiça Eleitoral foi de R$ 2,4 milhões. Na conversa com Tubino,
entretanto, Diógenes se define como responsável por arrecadar "no
atacado" e chegou a dizer que a campanha teria custado entre R$ 5 milhões e
R$ 6 milhões.