Tarso é o investidor mais agressivo, corre mais riscos e por isto ganha muito mais.
Antes de partir para uma avaliação do patrimônio
declarado ao TSE pelos principais candidatos ao governo do estado, é preciso prestar alguns avisos: as informações limitam bastante o entendimento, pois em
muitos casos os investimentos não são detalhados. Além disso, os lançamentos em
imóveis geralmente apresentam valores defasados, já que as declarações se
referem ao preço pago pelo imóvel e não necessariamente ao seu valor de
mercado.
. Mesmo assim é possível ter uma ideia do perfil do
patrimônio dos candidatos, bastante conservador.
. O que chama a atenção é a
concentração desse patrimônio em imóveis, que no caso do candidato Sartori
chega a 85% do patrimônio. O maior problema em concentrar um percentual tão
alto do patrimônio em imóveis é a falta de liquidez desse tipo de ativo.
. Para
os investimentos financeiros, é visível uma grande concentração em renda fixa,
especialmente CDB, onde a candidata Ana Amélia tem alocado 19% do seu patrimônio
e o candidato Sartori 14%.
. Alguns aspectos chamam a atenção, a candidata Ana Amélia
tinha um valor expressivo (mais de R$ 100 mil) na sua conta corrente, algo não
usual, pois não gera rendimentos, salvo a necessidade de fazer frente a alguma
despesa ou aquisição numa data próxima. O candidato Tarso possui quase R$ 1
milhão em fundos de investimentos, o maior percentual em fundos de renda fixa
mais refinados, que concentram empréstimos em títulos um pouco mais arriscados
dentro desse universo e com isso conta com rentabilidades superiores ao
CDI. Com esses investimentos Tarso apresenta um patrimônio melhor alocado que
os seus concorrentes. Inclusive o candidato possui quase R$ 200.000,00 num
hedge fund do UBS, de longe a aplicação mais agressiva entres as carteiras
avaliadas. Também chama a atenção a falta de alocação em ações dos candidatos,
apesar do candidato Tarso ter alocado por volta de R$ 30 mil num fundo de
ações, um percentual pequeno em relação a todo o seu patrimônio.
. Enfim, nessa pequena amostra de três principais candidatos podemos
visualizar alguns erros comuns que o brasileiro comete na hora de investir:
conservadorismo excessivo, concentração demasiada em imóveis ou ativos
ilíquidos, falta de diversificação em renda variável, dinheiro alocado em conta
corrente ou poupança.
- Leandro Rushel, consultor de investimentos.
Análise solicitada hoje pelo editor, feita com base nas declarações de bens dos candidatos junto ao TSE e notícias de jornais.