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Um empresário neozelandês que permaneceu quatro anos e
meio preso na China diz que foi torturado e forçado a trabalhar como um escravo
para produzir "bens de consumo de baixo custo". Daniel Cancian foi
recentemente posto em liberdade e concedeu entrevista para a rede de televisão
One neste domingo.
Após a experiência, ele iniciou uma campanha em seu país
contra os produtos importados da China: "é horrível, as pessoas não sabem
como esses produtos são feitos. Não sabem que há milhares de pessoas sendo
torturadas. Mas, desde que levem vantagem, as pessoas não se importam",
disse.
. "Se você não trabalha eles te batem ou dão
choques", denunciou o empresário do ramo de equipamentos para deficientes
físicos.
. Cancian tinha negócios na cidade chinesa de Fushan e foi
preso durante uma viagem ao país, após matar um homem a chutes durante uma
briga. "Foi legítima defesa, eles partiram para o ataque para 'ensinar uma
lição ao estrangeiro'", alega.
. Na prisão, o neozelandês se tornou um dos 5,4 mil
detentos que trabalhavam em uma fábrica dentro do local.
. "Eu ficava tão esgotado que pedia a consciência às
vezes. Das 9h às 21h eu permanecia sentado com as pernas dobradas e os braços
cruzados. Se fizesse algo errado, te mandavam para o 'bloco do tortura'. Fui
mandado para lá uma vez e era autorizado a dormir apenas 20 minutos por noite
durante duas semanas."
De volta ao país natal, Cancian voltou a viver com sua
mulher, Amanda. Além de combater a importação dos produtos, ele diz procurar
espaço na mídia para que outros prisioneiros que sofrem tortura no país
asiático sejam libertados.