De acordo com pessoas próximas a Lula, depois do depoimento de Palocci à Lava Jato, Toninha enviou mensagem de solidariedade ao ex-presidente demonstrando contrariedade com a opção do filho.
Desde a prisão de Antonio Palocci pela Operação Lava
Jato, em setembro do ano passado, dirigentes do PT e interlocutores do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva procuraram a família do ex-ministro em
busca de informações sobre a possibilidade de ele fechar um acordo de delação
premiada.
O Estadão, que neste domingo publica extensa reportagem sobre o assunto, informa que segundo oito fontes próximas a Lula, PT e Palocci ouvidas
pelo jornal, dirigentes do partido em Ribeirão Preto e líderes nacionais da
legenda procuraram o pediatra Pedro Palocci, irmão mais velho do ex-ministro,
atrás de informações sobre a delação. Conforme essas fontes, a partir de maio,
quando Palocci contratou um advogado especializado em delações, seu irmão
deixou de receber os petistas, que interpretaram as negativas como um sinal de
que Pedro estaria incentivando a delação.As relações financeiras e societárias do ex-ministro com
seu irmão são alvo de investigações da Lava Jato. Ele comprou o Hospital São Lucas, em
Ribeirão Preto.
Em abril, antes de Palocci propor o acordo de delação, o
ex-prefeito de São Bernardo do Campo Luiz Marinho, presidente do diretório
estadual do PT e um dos mais próximos aliados de Lula, se encontrou com Antonia
Palocci, 82 anos, fundadora do PT na cidade, a dona Toninha, mãe de Palocci, durante uma passagem por Ribeirão
Preto. Fundadora do PT e membro suplente do diretório municipal,
a mãe de Palocci era uma das mais ativas militantes do partido na cidade.