CLIQUE AQUI para ler, também, "Desfaçatez", José Antonio Segatto, Estadão.
Os senadores que compõem a Comissão Especial do Impeachment tentam manter o nível nas sessões que ocorrem desde terça-feira, entre outras razões porque são pessoas de mais idade, mais experientes e melhor preparadas, mas sobretudo porque desejam fazer um contraponto ao que aconteceu na Câmara dos Deputados. O editor quer aguardar pelo momento dos votos individuais do plenário, ao microfone. O editor não acha que as manifestações dos deputados saíram do tom. Sobre o assunto, vale a pena ler este artigo de Roberto da Matta, O Globo de ontem, intitulado "Um ritual político". Leia:
Os senadores que compõem a Comissão Especial do Impeachment tentam manter o nível nas sessões que ocorrem desde terça-feira, entre outras razões porque são pessoas de mais idade, mais experientes e melhor preparadas, mas sobretudo porque desejam fazer um contraponto ao que aconteceu na Câmara dos Deputados. O editor quer aguardar pelo momento dos votos individuais do plenário, ao microfone. O editor não acha que as manifestações dos deputados saíram do tom. Sobre o assunto, vale a pena ler este artigo de Roberto da Matta, O Globo de ontem, intitulado "Um ritual político". Leia:
(...)
A invocação de Deus é mais do que rotineira no Brasil.
Juramos por Deus em muitas situações e, neste contexto inusitado do sim ou não,
nada mais brasileiro do que usá-lo como garantia e escudo. Além disso, não se
pode esquecer que o ritual para decidir sobre um processo de apuração da
verdade era presidido por um indiciado e, pior ainda, contra um governo dito de
esquerda e popular. Um governo que conseguiu promover, pelo erro político e
pela roubalheira, um desastre econômico sem precedentes.
Ao lado da invocação divina, vem a afirmação hegemônica
de que todos os deputados são gente boa e de família. Filhos dispostos a brigar
pelo nome sagrado de nossas mães e esposas. A invocação da casa revela como
ainda nos lemos a nós mesmos como um coletivo constituído muito mais por sangue
e carne, do que como uma comunidade feita de leis, projetos e escolhas. Pode-se
denegar um partido, mas não a filiação e a paternidade.
Neste drama do sim ou não, vi a aflição e o surto do
malandro obrigado a recolher sua lábia para, forçosamente, declarar o seu lado.
E do radical a revelar-se emparelhado com a morte, a violência e a tortura.
Foram minoria os que julgaram não a pessoa, mas o papel e o seu lado
institucional, e os que exprimiram seu constrangimento diante dos paradoxos
políticos ali concretizados com elegância
Para mim, com tudo o que deixou a desejar, esse ritual
foi muito melhor do que o poço de demagogia e de incompetência que o motivou.
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3 comentários:
Agora a esquerda quer pular fora do barco? Mas ela é o próprio barco!
Melhor alimento para o burro, é o capim.
O eleitor se vê restringido a votar cfe as coligações e acordos intra-muros que desconhece...e o que sobra nos é apresentado como "alternativas". O que temos são: ou aventureiros inexperientes ou velhas raposas felpudas.
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