A revista Época que circula, tenta identificar os grupos políticos e sociais que integram a pequena multidão de ativistas que tentam parar as cidades pela violência física. O editor selecionou os melhores trechos, mas no link ao final é possível ler toda a reportagem, que ainda não está completa, porque não identifica com precisão o papel de grupelhos extremistas situados dentro dos aparelhos dos governos e do PT. Leia:
Criado em 2005, por jovens num acampamento do Fórum Social Mundial, em
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o MPL se diz independente de partidos
políticos – mas se escora em alguns. Organiza-se por meio de redes
sociais na internet, e alguns de seus membros defendem princípios
anarquistas. Dizem lutar por transporte público gratuito e de qualidade
para a população. Uma das principais bandeiras é a migração do sistema
de transporte “privado” para um sistema gerido diretamente pelo Estado,
com a garantia de acesso universal a qualquer cidadão, por meio do
“passe livre” – o fim de cobrança de tarifa.
O apelo das autoridades para que suas reivindicações sejam apresentadas
de modo pacífico, pelos canais democráticos tradicionais, não surtiu
efeito até agora. O ativismo do MPL envolve ação direta, na rua. “A
única maneira é parar o trânsito”, diz a estudante de letras da
Universidade de São Paulo (USP) Raquel Alves, de 20 anos, militante do
MPL. “Infelizmente, o vandalismo e a violência são necessários, para que
apareça na mídia. Se saíssemos em avenidas gritando musiquinha, ninguém
prestaria atenção.”
O MPL se inspira nos movimentos de jovens que nos últimos anos tomaram
espaços públicos no Oriente Médio, na Europa e nos Estados Unidos. A
ampla maioria dos militantes já nasceu num regime democrático, portanto
não precisa lutar pela democracia, como os militantes da Primavera
Árabe. Assemelham-se mais aos americanos do Occupy Wall Street ou aos
envolvidos nos tumultos que marcaram capitais europeias, como Londres ou
Madri em 2011. Todos protestam em meio ao que chamam de “crise do
capitalismo”.
O antropólogo anarquista David Graeber, um ex-professor da Universidade
Yale que se transformou em guru dessa juventude, afirma que o Occupy
Wall Street se caracterizava pela recusa de lideranças tradicionais.
(...)
Desde o aumento da tarifa de 2011, a inflação foi de 15,5%, o que
justificaria um aumento maior que os 6,7% de São Paulo. Desde 2003, a
inflação acumula alta de 81,7% – ante 88,2% de aumento da tarifa em São
Paulo e 182,5% no salário mínimo.
Os números não sensibilizaram o MPL, cuja cartilha de protestos mistura
técnicas das recentes ocupações no exterior a preceitos clássicos de
guerrilha urbana. Entre os manifestantes presos pela PM na última
semana, alguns portavam coquetéis molotovs e até facas. “Fechar as ruas
com fogueiras e barricadas não fomos nós que inventamos”, disse a ÉPOCA o
manifestante Marcelo (
nome fictício). “Somos de um grupo de
anarquistas e punks e pegamos carona para protestar contra tudo o que
está aí”, afirmou mais tarde, logo após depredar um ônibus.
(...)
Na última manifestação, havia dezenas de representantes de partidos políticos, como PCO, PSTU ou PSOL.
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