O site do jornal Zero Hiora de hoje (www.zerohora.com.br) disponibiliza consistente reportagem sobre a insegurança pública no RS, examinando tudo a partir da hipótese de nomeação de 2 mil servidores pára a Brigada
Militar – que serão aprovados em concurso neste ano – apenas para
Porto Alegre e Região Metropolitana.
. Leia tudo:
A nomeação foi ventada pela Secretaria de Segurança
Pública do Estado (SSP) na última segunda-feira, e isto preocupa a Federação das
Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). A entidade aponta que
há carência de PMs em diversas cidades do Interior e defende que um
policiamento "padrão Fifa" não deve ser exclusividade dos maiores
centros urbanos gaúchos.
– Tem de se ter cuidado com esse tipo de promessa em ano
eleitoral. É importante reforçar o policiamento na Grande Porto Alegre, mas o
Interior precisa de novos brigadianos, sobretudo nas cidades que contam com
apenas um ou dois. Há municípios abaixo da média de efetivo. Na Copa, tivemos
um déficit grande no Interior. A região da Fronteira preocupa muito – afirma o
superintendente da Famurs, Edivilson Brum.
Durante o Mundial, 2 mil policiais atuaram nas ruas da
Capital e somaram-se aos 2,8 mil atuais. De acordo com o secretário de Segurança,
Airton Michels, se os índices de criminalidade tiverem uma redução contundente
no período, o governo pode determinar a nomeação dos novos servidores para
Porto Alegre e entorno. Os dados ainda não foram analisados pela SSP.
Se optar pela contratação de outros 2 mil PMs, além dos
previstos no concurso desse ano, o governo terá de desembolsar cerca de R$ 11,9
milhões mensais, segundo levantamento baseado em informações do Portal
Transparência e da SSP. Assim, com 4,8 mil PMs, a Capital repetiria o mesmo
efetivo da Copa e estaria dentro dos padrões internacionais da ONU – um
policial para cada 300 habitantes.
A verba corresponde a cerca do orçamento total da
Secretaria para cada mês. Apenas com a folha de pagamento, seriam pouco mais de
R$ 8 milhões por mês, considerando os valores empenhados em salários e
benefícios. No cálculo, feito pela Secretaria da Fazenda, não estão inclusos
custos operacionais, como armas, fardamento e treinamento.
Para o presidente da Associação dos Secretários e
Gestores Municipais da Segurança Pública do RS (ASGMUSP), Arno Leonhardt, o
índice de violência na Região Metropolitana é preocupante. Ele entende que esta
é a região que mais necessita de reforço de efetivo e que diversas cidades do
Interior acabam sofrendo com os organizações criminosas que proliferam no
entorno da Capital:
– As quadrilhas se organizam aí e partem para cometer os
crimes. Isso está diretamente ligado à falta de efetivo. Precisamos aumentar o
número de prisões e desarticular os grupos que atuam fortemente, por exemplo,
em Alvorada, Viamão e Canoas.