Se o governador Tarso Genro mantiver a palavra, hoje mesmo terá que anunciar sua desistência na disputa pelo Piratini, porque ele prometeu fazer isto caso o governo voltasse atrás no projeto que ele mesmo encaminhou ao Congresso. Na foto, de pires na mão, ele parecia prever que ouviria um sonoro "não" de Mantega.
Em reunião nesta segunda-feira (24/02) com economistas do
mercado financeiro, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que está
tentando convencer "consensualmente" o Congresso a não aprovar o
projeto de lei que muda - de IGP-DI para taxa Selic - o indexador da dívida dos
Estados e municípios. O governo concorda com a aprovação do projeto original,
mas não com a aplicação retroativa do novo indexador, medida incluída por
parlamentares no texto e que, se aprovada, ampliará a dívida pública e
permitirá a contratação de novos débitos, que é o que defendem governadores como
Tarso Genro, que quer tomar novos empréstimos, mas está sem margem alguma neste
momento.
. O ministro deixou claro que, como teve origem no
governo, o projeto de lei poderá ser retirado do Congresso se houver risco de
aprovação da retroatividade. A medida aguarda votação no plenário do Senado e
consta do leque de providências que o PMDB ameaça aprovar em meio ao embate do
partido com o Palácio do Planalto.
. Guido Mantega afirmou que o governo está
"segurando" os Estados e municípios e que, neste ano, o BNDES não vai
conceder empréstimos a esses entes da federação. Reiterou, também, que o
Tesouro repassará menos recursos em 2014 ao BNDES.
. A reportagem é do Valor de hoje:
. Ele também argumentou que as medidas fiscais anunciadas
na semana passada são "realistas" e "críveis". Acompanhado
do secretário de Política Econômica, Márcio Holland, o ministro, atendendo a
uma sugestão de participantes do encontro, se comprometeu a demonstrar,
mensalmente, o cumprimento das iniciativas anunciadas. Prometeu também adotar
outras medidas para compensar possível frustração de receita ou aumento de
despesa.
Superávit primário- "Meu compromisso é com o
superávit primário de 1,9% do PIB", teria dito o ministro, segundo relatos
colhidos pelo Valor. Ele disse que pensou em anunciar uma meta de 2% ou 2,1% do
PIB, mas que acabou fechando em 1,9% por considerar esse valor mais
"realista e exequível".
Participação - Foi a primeira vez que Mantega
participou do começo ao fim de uma conversa com economistas do mercado, em um
esforço de restauração da confiança no governo. Dos interlocutores ouviu que
haverá um teste de implementação até que o novo programa fiscal seja parte das
expectativas e prognósticos do mercado. Por algum tempo o governo ficará sob
escrutínio.
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