A Assembleia manteve o teor do projeto da
Parana Previdência, que trará economia mensal de R$ 125 milhões ao governo do
estado. Houve apenas quatro alterações ao texto:
1 - Aporte
Se não se concretizar o aporte governamental previsto de
R$ 1 bilhão no Fundo Previdenciário com royalties de Itaipu, o caixa do Tesouro
do estado cobrirá a diferença.
Contribuição
Para atingir 22% de contribuição patronal, o estado fará
aportes de 1% sobre o valor mensal da folha do funcionalismo e de mais 1% a
partir de 2031.
Conselheiros
Incluiu associações de classe, além das entidades sindicais,
como responsáveis por eleger os representantes dos servidores no Conselho de
Administração da Paranaprevidência.
representatividade
Prevê que, dos quatro representantes do funcionalismo no
Conselho de Administração, um seja do quadro próprio do Executivo, um das
entidades que representam os militares e dois das entidades sindicais.
A reportagem a seguir é do jornal Gazeta do Povo, Curitiba, edição de hoje. As fotos ao lado são do jornal. Leia tudo e entenda o tamanho e a natureza dos confrontos de violência ocorridos na rua:
Alheios a tudo que se passava do lado de fora do plenário
da Assembleia Legislativa, os deputados governistas pareciam participar de mais
um dia normal de sessão. Com exceção do líder do Executivo, Luiz Claudio
Romanelli (PMDB), 30 parlamentares aliados permaneciam impassíveis em suas
cadeiras, sorrindo e jogando conversa fora. No comando de todos eles, o
presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), afirmou apenas que “lá fora, o
problema é da segurança pública, não da Assembleia”.
Amparado em uma decisão judicial que garantia a segurança
do prédio e a realização dos trabalhos sem a presença dos servidores, o
Legislativo tocou de forma ininterrupta cinco horas de discursos e votações em
três sessões seguidas – uma ordinária e duas extraordinárias. No início da
noite, os governistas finalmente conseguiram aprovar em definitivo o projeto de
reforma da Paranaprevidência, enviando-o para sanção do governador Beto Richa
(PSDB).
Iniciada por volta das 14h45, a sessão durou poucos
minutos até que os primeiros estouros fossem ouvidos na Praça Nossa Senhora de
Salete. De imediato, deputados da oposição deixaram o plenário em direção à
rampa principal do prédio e pareciam não acreditar nas cenas de guerra.
De um lado, os manifestantes tentavam avançar em direção
à Assembleia para impedir que os parlamentares da base aprovassem o projeto. Do
outro, policiais militares divididos em uma série de barreiras respondiam com
bombas de efeito moral, spray de pimenta e gás lacrimogênio. Um caminhão da
tropa de choque ainda dispersava os servidores com jatos de água.
Temendo pelo pior, um grupo de oposicionistas tentou
descer a rampa da Casa, mas foi contido por um cordão da tropa de choque. Ao insistir
em passar, Rasca Rodrigues (PV) acabou mordido no braço por um cão da PM. Os
parlamentares, porém, voltaram do meio do conflito sem nenhum avanço, e os
confrontos continuaram.
Richa culpa black blocs
e isenta polícia
O governador do Paraná, em entrevista coletiva, afirmou
que a violência no Centro Cívico se deveu a vandalismo de arruaceiros, e disse
que a polícia apenas reagiu para se proteger.
Do lado de dentro, apelos eram feitos a Traiano para que
suspendesse a sessão. Sem desgrudar do telefone por meio do qual recebia
informações dos acontecimentos na praça, o tucano manteve a sessão em
andamento. E parecia ter o aval dos colegas governistas, que nem mesmo por
curiosidade, deixaram o plenário para ver o que se passava lá fora. O único que
demonstrava preocupação era Romanelli. Ao ser cobrado por algumas pessoas
presentes na Casa, por “ser o representante do governo”, o peemedebista disse
que defendia a suspensão da sessão, mas que a decisão não cabia a ele.
Os trabalhos transcorreram normalmente em meio a essa
anormalidade sob protestos da oposição. Por volta das 18 horas, a Casa aprovou,
por 31 votos contra 20 (veja infográfico), a proposta da previdência em segunda
discussão, sepultando qualquer possibilidade de rejeição da matéria. A
informação demorou a chegar, por meio de um caminhão de som, aos poucos
manifestantes que ainda resistiam ao frio e à chuva que começou a cair no
Centro Cívico.