Na época da Coluna Prestes, o líder comunista chegou a ser chamado de "Cavaleiro da Esperança", título de uma biografia escrita em 1942 por Jorge Amado, que mais tarde fez autocrítica e proibiu a reedição e venda do livro.
O historiador gaúcho Sérgio da Costa Franco põe corajosamente os pingos nos is, como ele mesmo escreve no jornal Zero Hora deste domingo, e critica duramente a decisão de implementar um memorial para homenagear Luiz Carlos Prestes em Porto Alegre. O líder comunista dedicou a vida às equivocadas defesa e implantação da ditadura comunista no Brasil, inclusive pelo uso das armas e do terror, contando para isto com a sua condição de agente do Comitê Internacional da URSS, o Cominform, a quem sempre obedeceu como fiel vassalo. Esse homem nunca se arrependeu dos crimes que cometeu contra o povo brasileiro. Sua história demonstra que ele foi capaz de ignorar até mesmo sua ojeriza ao homem que prendeu-o durante 10 anos e mandou matar sua própria mulher, Getúlio Vargas, apoiando-o depois que saiu da cadeia. O memorial de que fala Costa Franco é projeto de Dulphe Pinheiro Machado e a obra foi desenhada por Niemeyer, ambos já falecidos e ambos comunistas como Prestes.
. O que escreveu Costa Franco no seu asrtigo Histórias de Prestes e Memorial, neste domingo:
Luiz Carlos Prestes não se trata, portanto, de um herói esquecido, de molde a justificar a ereção de um memorial. Mesmo que tenha subido por um momento aos altares da fama, logo caiu deles, causou graves prejuízos ao Brasil com o levante armado de 1935, dando forte pretexto para a implantação do Estado Novo de 1937 e, quando o Partido Comunista obteve sua legalização em 1945, logo deu mostras de total inabilidade política, arrastando o Partido outra vez para a clandestinidade e para a perda dos mandatos parlamentares que havia conquistado.
Colocando os pingos nos “is”, Prestes não passou de um produto perverso do tenentismo das décadas de 20 e 30, agravado pela adesão ao criminoso stalinismo, que ele jamais repudiou, mesmo depois de revelados todos os seus crimes. Nem ele nem seus parceiros da chamada Coluna Invicta jamais foram intérpretes ou mensageiros da democracia. Não se conhece dele um texto de discurso ou de manifesto que ficasse imune ao sectarismo, ou que trouxesse ideias originais para a solução dos problemas brasileiros. Foi sempre, e apenas, um porta-voz da Internacional ou do Cominform, obediente repetidor das fórmulas e ditames do partido soviético.
. Há apenas duas semanas, numa franca entrevista à jornalista Juliana Bublitz, Anita Leocádia Prestes, filha única de Prestes com Anita, entregue pela ditadura de Getúlio Vargas às câmaras de gás de Hiteler, confessou os crimes do pai, embora os classifique como "atos de heroísmo". Leia alguns trechos sobre o assunto (ao final, link do artigo de Costa Franco e da entrevista completa de Anita():
Prestes assinou penas de morte?
Sim, principalmente no início, no Rio Grande do Sul. Ele
achava que guerra era guerra.
(...)
"Houve casos de violência, mas o comando mandou
fuzilar soldados que estupraram mulheres e atentaram contra famílias".
(...)
Getúlio Vargas entregou sua mãe aos nazistas e manteve
seu pai preso por nove anos. Depois, seu pai se aliou a ele. Foi uma decisão
correta?
Eu acho que sim. Aliás, a decisão não foi só dele e não
foi uma aliança, apenas apoio a determinada ação política. O PCB também tomou
essa decisão. Eu ouvi meu pai dizer várias vezes que, se fosse para fazer
vingança pessoal, ele teria saído da prisão e dado um tiro em Getúlio. Mas não
se tratava disso. Tratava-se de derrotar o nazifascismo, que na época era o
principal inimigo da humanidade.
(...)
A tentativa de revolução comunista no Brasil, liderada
por Prestes em 1935, foi um equívoco?
Não foi uma revolução comunista, mas um movimento
antifascista. Sem dúvida, foi um equívoco.
(...)
Uma militante do PCB foi morta de forma brutal por
integrantes do partido em 1936, por ter dedurado companheiros à polícia
política de Getúlio Vargas. Prestes teve envolvimento?
Teve. Os dirigentes do PCB tomaram a iniciativa,
consultaram o Prestes e ele concordou. Meu pai já tinha experiência da Coluna.
Para ele, inimigo tinha de ser justiçado. Claro que foi um erro muito grande,
mas
ele nunca se arrependeu. Resolveram matar a moça numa fazenda.
Estrangularam
e enterraram. Anos depois, no dia do julgamento, o advogado de Prestes chegou
perto dele e disse que ele estava absolvido por falta de provas. Meu pai então
perguntou: E os outros? O advogado respondeu que estavam todos condenados.
Então Prestes resolveu fazer um discurso defendendo a União Soviética e acabou
condenado também.
CLIQUE AQUI para ler o artigo de Costa Franco.
CLIQUE AQUI para ler a reportagem completa de Juliana Bublitz. O editor recomenda vivamente a leitura deste material, que é histórico e revelador sobre a personalidade fascista e criminosa de Prestes.