ENTREVISTA
Tenente-coronel Riccardi Guimarães, presidente da Associação
dos Oficiais da Brigada Militar
O que foi que o senhor conversou com o prefeito José
Fortunati ?
Sugeri que ele declare imediato estado de calamidade pública
em Porto Alegre. Ele que tenha coragem e faça isto, porque os gaúchos vão aprová-lo. Esta é uma hora de decisão em favor da maioria do povo.
Por que razão ?
Ora, você está vendo ! O comandante em chefe da Brigada,
governador Tarso Genro, submete a Brigada à humilhação de descumprir a lei e
não garantir o direito constitucional de ir e vir, incorrendo em crimes de
responsabilidade e de prevaricação. Lamento que a Brigada esteja sob o comando deste cidadão.
O que deveria acontecer ?
A Brigada nos seus 170 anos, nunca interveio em crimes como
os que acontecem agora, apenas para observar e olhar. Nossos homens não são
olheiros e nem ouvidores, mas são guardiões da lei e protetores da ordem pública. Como é que as forças de segurança não protegem os trabalhadores que querem trabalhar, que são agredidos dentro dos seus ônibus, como ocorreu neste sábado ? Isto tudo é uma enorme desordem. E é intolerável que seja assim.
Além de falar com o prefeito, o que o senhor propõe ?
Estranho que o Ministério Público esteja tão quieto e não
intervenha para restabelecer o primado da ordem em Porto Alegre, que está sendo
violada pelo próprio governo estadual.