Delcidio do Amaral confirmou que Dilma e Lula também
também tentaram frear a Operação Lava-Jato
Nesta reportagem de hoje da revista Veja, o jornalista Thiago Bronzatto revela que no
último dia 31 de agosto,portranto há duas semanas, Delcidio do Amaral voltou a prestar depoimento à força-tarefa da
Operação Lava-Jato para explicar o papel de Lula no maior escândalo de
corrupção da história do
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O ex-senador contou aos procuradores que a arrecadação de
propinas na estatal ganhou maior intensidade a partir de 2005 – e foi
administrada pela alta cúpula do PT. “Nesse início de governo um grupo muito
pequeno tinha controle ou ação sobre o processo de arrecadação. No caso do PT
era principalmente o tesoureiro, o Delubio Soares, o presidente do PT, José
Genoino, o próprio presidente Lula e a Ministra de Minas e Energia Dilma”,
disse Delcidio.
De acordo com o ex-parlamentar, após o mensalão, Lula
decidiu consolidar uma base de aliados para o seu governo. Com isso, entregou
duas diretorias da Petrobras nas mãos do PMDB e do PP. O primeiro partido
recebeu a área internacional da estatal, enquanto o segundo ficou com a de
abastecimento. “Na formação do governo Lula o loteamento de cargos servia para
alinhar a máquina política e arrecadar propinas”, afirmou Delcidio. “O projeto
era de consolidação do poder, ampliação e retorno, com base na arrecadação de
propina”, disse o ex-senador.
Questionado sobre a participação de Lula no esquema do
petrolão, Delcidio afirmou que “sem dúvida nenhuma ele (o ex-presidente)
possuía conhecimento do esquema ilícito”. “A Petrobras no governo do presidente
Lula tinha atenção especial, com envolvimento direto do presidente Lula”, disse
o ex-parlamentar. Sobre o envolvimento da ex-presidente Dilma, Delcidio afirmou
que “não sabe dizer se Dilma sabia da total amplitude do que estava por trás
das indicações para os diretores e presidentes da Petrobras, mas presume que
sim”.
O ex-senador ainda relatou que no final de 2014, após as
prisões dos empreiteiros na Lava-Jato, Lula e Dilma discordaram sobre os rumos
das investigações do petrolão. De um lado, o ex-presidente achava que deveria
ser criado um comitê de crise no Planalto e no Congresso. Do outro, a sua
sucessora pensava que o escândalo não chegaria à soleira da sua porta. “Quando
Dilma resolve tomar uma atitude já não havia mais tempo”, contou Delcidio.
A atitude tomada por Dilma, segundo o ex-senador, foi
nomear Marcelo Navarro como ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para
tentar tirar os empresários da prisão em Curitiba. Já Lula se reuniu em seu
instituto, em São Paulo, com o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL),
o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e Delcidio para discutir formas de frear a
Lava-Jato. Por causa dessas ações, denunciadas na delação de Delcidio, os dois
ex-presidentes estão sendo investigados por obstrução da Justiça.