Vazamento da Operação Porto Seguro coloca em poder do
jornal Estado de S. Paulo todos os grampos captados pela Polícia Federal. Dali
emergem um corruptor (o ex-senador Gilberto Miranda), dois corruptos (Paulo
Vieira, da Anac, e José Weber Holanda, da AGU), um ministro titubeante (Luís
Inácio Adams), uma secretária que fala demais (Rosemary Noronha) e até mesmo
algumas ligações do ex-prefeito Gilberto Kassab. Sobre Lula, existem apenas citações indiretas nesta primeira fase de revelações (o jornal prosseguirá com as reportagens na segunda-feira) mas como se sabe Rosemary é amante do ex-presidente e foi sua chefe de gabinete no escritório da presidência em SP, o que por si só demonstra o que existe de explosivo nos telefonemas grampeados. Lula sabe de tudo isto - dos grampos - e é isto que o tem mantido tão calado nos últimos 60 dias.
O site www.brasil247.com.br publicou este resumo do que viu na reportagem do Estadão: "O jornal Estado de S. Paulo publica, neste
domingo, seu último tiro contra o ex-presidente Lula relacionado à Operação
Porto Seguro, da Polícia Federal. Numa reportagem assinada pelos jornalistas
Fausto Macedo e Bruno Boghossian, o jornal revela ter tido acesso a 25.012 telefonemas
captados pela PF durante a ação e disponibiliza, em seu portal, a seleção dos
melhores trechos. Apesar do furo jornalístico, a reportagem vale pela mais
quantidade de informações do que, propriamente, pela revelação de algo inédito
sobre o ex-presidente Lula. Na capa, há a chamada "Áudios mostram ligação
entre máfia dos pareceres e o poder" e um trecho de uma conversa entre
Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil e pivô da
quadrilha, com a secretária Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da
presidência. Na conversa, Paulo e Rose citam o nome de Lula. Os grampos confirmam que Paulo dava expediente no
escritório da Presidência em São Paulo até para fazer favores ao deputado
Valdemar Costa Neto (PR-SP). Em 4 de junho, às 16h50, o deputado liga para
Paulo e diz que um amigo precisa "de um negócio seu". Valdemar diz
que o amigo "precisa falar pessoalmente". "Eu vou atender ele lá
no escritório da Presidência onde geralmente o pessoal do governo despacha",
responde Paulo".
. Aí vai um trecho da reportagem (o material completo, inclusive áudios dos grampos, está no link a seguir):
Dois dias antes do estouro da operação, às 23h31, Paulo
diz a seu irmão Rubens, ex-diretor da Anac, que Rose lhe pediu R$ 650 mil em
dinheiro emprestados porque "comprou um apartamento novo em
Higienópolis".No dia da operação, em 23 de novembro, às 19h07, Miranda
telefona para o então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), e diz que
precisa avisá-lo sobre um tema de "repercussão nacional", relacionado
a "más amizades". Kassab chama Miranda de "meu senador" e
este o chama de "querido amigo".
. Dezoito autoridades - governadores, prefeitos e ministros
- foram flagradas em grampos ou citados pela quadrilha. O Congresso, a
Procuradoria-Geral da República e o STF decidirão se essas pessoas serão
investigadas.
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