A responsabilidade sobre a desordem fiscal gaúcha é exclusivamente do governo Tarso Genro, porque como o editor demonstrou ontem (
CLIQUE AQUI para ver texto e gráfico), o governo anterior de Yeda Crusius equilibrou as finanças públicas e entregou uma herança bendita, o que quer dizer que o líder petista botou tudo a perder e passou uma herança maldita para o governador Ivo Sartori.
Fez isto com o apoio incondicional da Assembléia, inclusive oposição, e com o beneplácito do Judiciário, MPE e TCE.
O governo Tarso Genro promoveu um festival de aumentos salariais que se projetaram para além do seu governo, patrocinou gastança terrível, garfeou recursos bilionários do caixa único e dos depósitos judiciais, fez empréstimos bilionários e desorganizou o serviço público.
O editor pediu ao economista Darcy F.C. dos Santos uma tabela que demonstrasse a evolução dos gastos com a Folha de Pessoal em relação à Receita Corrente Líquida, que é o padrão aceito universalmente para fazer este tipo de medição e estabelece a relação entre a despesa efetivamente feita e o que entra de dinheiro efetivo através dos tributos recebidos. A idéia foi apanhar o primeiro dos quatro anos do governo Tarso, portanto com o que lhe deixou Yeda para trabalhar, depois seu último ano de governo, e em seguida o primeiro ano do governo Sartori, ou seja, o que lhe deixou o PT para trabalhar de início.
Acompanhe:
Pessoal e Encargos Sociais sobre a Receita Corrente Líquida:
2010 - 61,86%
2014 - 70,19%
2015 - 74,39%
Ora, se o leitor somar Outras Despesas Correntes, Serviço da Dívida, Investimentos, conforme demonstra a tabela ao lado, será possível verificar que o resultado orçamentário registrou déficit correspondente a 0,71% no primeiro ano, 2010, depois 4,1%em 2014, fim do governo Tarso, e 15,3% no primeiro ano de Sartori.
E tudo desandou muito mais em 2016, culminando por esta greve inédita e ilegal de hoje no serviço público estadual, que é a reação mais do que justa diante de atrasos continuados nos pagamentos dos salários. Isto que acontece, no entanto, era previsível. O próprio editor alertou que as corporações, sobretudo as das carreiras jurídicas, aboletadas na elite do funcionalismo público, insaciáveis, ajudaram a eleger o PT e este cumpriu as promessas selvagemente irresponsáveis que fez para chegar ao Piratini, que acabaram por desestruturar o setor público estadual e ajudando a enterrar a combalida economia gaúcha.