A negociata com a Refinaria Pasadena voltou ao primeiro plano das inquietações políticas nesta segunda-feira, atingindo diretamente a presidente Dilma Roussef, na época presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, e o próprio Lula, que era o presidente do Brasil. Ambos estão na linha de tiro, junto com o então presidente da Petrobrás, José Gabrielli.
Em depoimento ao Ministério Público Federal, o
funcionário da área internacional da Petrobras Agosthilde Mônaco de
Carvalho, novo delator da operação Lava Jato, afirmou que para resolver o
litígio sobre a compra da parte da Astra Oil na refinaria de Pasadena pela
Petrobras, houve pagamento de propinas entre US$ 80 milhões e US$ 100 milhões. Carvalho diz que a compra da totalidade de Pasadena foi fechada
diretamente pelo então presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, com o
presidente da Astra, Gilles Samyn, numa reunião em Copenhagen, e aprovada em
prazo fora do comum
Engenheiro Agosthilde Mônaco de Carvalho, novo delator da
Lava Jato e homem de confiança do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró,
afirmou que antes do fechamento do contrato de compra da refinaria de Pasadena,
o então presidente da estatal José Sérgio Gabrielli "já havia indicado a
Construtora Norberto Odebrecht para realizar o Revamp (Renovação do Parque de
Refino)". Segundo ele, Cerveró lhe disse que a compra de Pasadena poderia
"honrar compromissos políticos" de Gabrielli