Engana-se quem acha que Dilma Roussef não tem no DNA o virus da renúncia. Em setembro de 1988, o editor substituiu Dilma na secretaria da Fazenda, Porto Alegre, quando ela resolveu renunciar sob a alegação de que coordenaria a campanha do marido, Carlos Araújo, mas na verdade assustada por um déficit monstruoso que deixou como herança maldita e que não conseguia desatar.
A presidente renunciou muitas outras vezes na vida.
Inclusive quando fechou a fracassada loja de R$ 1,99 que montou com uma amiga em Porto Alegre.
Ela não aguenta pressão continuada.
Poucas mulheres aguentam.
O capo Emílio manda Marcelo Odebrecht contar o que sabe: "Fale tudo, inclusive sobre Lula e Dilma".
Jorge Bastos Moreno, o mais bem informado colunista do jornal O Globo, hoje:
- O pai de Marcelo,
Emilio, recluso com as netas em uma fazenda da família desde que o filho foi
preso, já autorizou os advogados a discutir o assunto com as autoridades.
Emílio Odebrecht, antes da prisão, mandou este recado para o PT e para Lula:]
- Se Marcelo for preso, preparem uma cela para mim, outra para Marcelo e uma terceira para Lula.
No aviso ao filho, agora, ele mandou que ele fale tudo, inclusive sobre Lula e sobre Dilma.
Procempa entra em greve a partir de segunda-feira
Os trabalhadores da Procempa, estatal municipal de TI de Porto Alegre, entrarão em greve a partir de segunda-feira. Eles querem aumento de salários.
Presidente do Bradesco adverte: "Crise política é maior do que a econômica".
Na quarta-feira à noite, o editor recebeu por Whats App um áudio com comentário sobre acerto feito entre Fiesp,Firjan e Febraban, mais lideranças maiores do PMDB e do PSDB, tudo destinado a abreviar o mandato de Dilma e garantir a sucessão com Michel Temer, tendo por ministro da Fazenda o senador José Serra.
O editor não publicou nada porque buscou conferir as informações.
Acontece que já na sexta-feira foi publicada página inteira nos principais jornais, assinada por Fiesp e Firjan, dando apoio à governabilidade, mas "com Temer".
Hoje, saiu a entrevista a seguir com o presidente do Bradesco, Luís Trabuco.
Nada acontece por acaso.
Trabuco é o fiador da ida de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda e foi seu chefe até ele assumir o cargo.
O editor não publicou nada porque buscou conferir as informações.
Acontece que já na sexta-feira foi publicada página inteira nos principais jornais, assinada por Fiesp e Firjan, dando apoio à governabilidade, mas "com Temer".
Hoje, saiu a entrevista a seguir com o presidente do Bradesco, Luís Trabuco.
Nada acontece por acaso.
Trabuco é o fiador da ida de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda e foi seu chefe até ele assumir o cargo.
O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi,
decidiu fazer um importante alerta à sociedade, logo depois de fechar a compra
do HSBC.
"A crise política é mais forte que a econômica. Isso
abala a confiança no país e retarda a retomada do crescimento", disse ele
em entrevista aos jornalistas David Friedlander e Toni Sciarretta, da Folha de
S. Paulo (leia aqui).
Segundo Trabuco, o momento atual exige
"grandeza" da classe política e também união para superar os
problemas atuais. "Precisamos sair desse ciclo do quanto pior, melhor.
Melhor para quem? Para o Brasil, não é. As pessoas precisam ter a grandeza de
separar o ego pessoal do que é o melhor para o país", afirmou.
O presidente do Bradesco também negou que tenha indicado
Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. "Não tem essa questão de
indicação. Não houve isso. O Levy é um homem de Estado, que tem uma formação
irretocável. Ele tem objetivos cívicos, patrióticos, de dar sustentabilidade ao
país", afirmou.
Segundo ele, a retomada do crescimento virá em 2016 e a
inflação também será contida. "Não fomos capazes de antever o que
aconteceria após a redução no preço das commodities que o Brasil exporta, que
trouxe perdas para a renda nacional. E acreditamos em coisas que não deram
certo, como segurar os preços administrados. Quando 2015 chegou, era inevitável
ter inflação acima de 9%", afirmou. "Mas essa é uma inflação
corretiva, que está equacionando uma diferença de preços e tem prazo para
acabar. A política monetária foi executada. Nós trabalhamos com um PIB
extremamente modesto, fraco até junho do ano que vem. Depois tem a retomada.
Mas essa retomada será puxada pelos investimentos em infraestrutura."
Vivo denuncia Whats App por fazer pirataria sobre linhas de celulares das teles
Amos Genish, presidente da Vivo, diz que aplicativo, que também faz chamadas
de voz pelo smartphone, só funciona dessa forma no país devido à falta de
regras regulatórias, fiscais e jurídicas. Para ele, o WhatsApp estaria
funcionando, na prática, como uma operadora de telefonia.
Trata-se de um problema, mais para o lucro da empresa do que propriamente para o cidadão, mas de fatio o Whats App só funciona porque trafega nas linhas pertencentes e operadas pelas teles, que não ganham nada com isto.
Cunha e Dilma mantiveram reunião secreta
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, encontrou-se secretamente com Dilma no dia 30, uma quinta-feira.
É o que revela hoje o jornalista Lauro Jardim, Veja.
É o que revela hoje o jornalista Lauro Jardim, Veja.
Lula repele blindagem de ministério
Lula avisou hoje que não quer ser ministro de Dilma. Ele informou que não busca blindagem para não ser preso por Sérgio Moro porque o juiz não tem elemento algum que o leve a fazer isto.
Colapso da segurança pública do RS: três mulheres e uma criança foram degoladas em Porto Alegre
O governo Sartori perdeu o controle da área da segurança pública. Na assembléia, o deputado Ênio Bacci pediu a imediata demissão do secretário, logo depois que uma agência do Banrisul foi assaltada dentro do próprio prédio da SSP. -
A reportagem a seguir é do UOL. Os crimes são desta manhã de sábado, na Restinga. Leia:
Três mulheres e uma criança foram encontradas mortas, com
sinais de degola, em uma casa na periferia de Porto Alegre na manhã deste
sábado (8).
Ainda de madrugada, o Corpo de Bombeiros foi chamado ao
local para apagar um incêndio na residência, no bairro de Restinga, zona sul da
cidade.
Após controlar as chamas na cozinha da casa, os bombeiros
encontraram os corpos das quatro vítimas, todas com cortes no pescoço.
Os corpos de Lauren Roseane Faria Fim, 27, seu filho
Gregori Fim da Silva (com cerca de seis anos), sua mãe Sandra Regina Faria Fim,
62, e sua sobrinha Vitória Regina Fim Rodrigues, 17, estavam em um mesmo cômodo
da residência, na rua Alameda, de acordo com o soldado Bataglin, do 21º
Batalhão da Polícia Militar.
Segundo o policial, acredita-se que o fogo tenha sido
iniciado pelo responsável pelas mortes, mas a polícia ainda não tem um
suspeito.
Os corpos já foram levados para o IML (Instituto Médico
Legal) e o local foi isolado para a perícia. As mortes serão investigadas pela
4ª Delegacia de Homicídios.
O delegado Adriano Melgaço, responsável pelo caso, disse
à reportagem que não poderia informar detalhes sobre as investigações, conforme
decisão tomada pela categoria em protesto devido ao parcelamento de salários de
servidores do Estado.
CRISE NO RIO GRANDE DO SUL
Na última segunda-feira (3), policiais militares e civis,
professores e demais servidores estaduais do Rio Grande do Sul fizeram uma
paralisação de 24 horas em protesto contra a decisão do governo de José Ivo
Sartori (PMDB) de parcelar os salários dos servidores.
No fim de julho, o governo anunciou que, devido à crise
econômica, iria pagar salários integrais só aos servidores que ganham até R$
2.150. Os demais funcionários públicos, cerca de 48% do total, receberão em
mais duas parcelas, em 13 e 25 de agosto.
Os servidores decidiram voltar ao trabalho na terça-feira
(4), mas ameaçam uma greve geral a partir de 18 de
Prossegue silêncio sobre mulheres enjauladas e espancadas por militantes do PSOL do RS
O editor postou no sábado passado a informação de que o ex-tesoureiro estadual do PSDB, Alexandre , foi espancado selvagemente e teve o braço quebrado, enquanto as duas mulheres que o acompanhavam foram igualmente espancadas e depois trancadas numa jaula, tudo na madrugada e na zona central de Porto Alegre.
Na jaula ao lado, as duas ativistas dissidentes, Ângela Duran e Elisa Benedetto, foram
encarceradas e agredidas por militantes do PSOL. A cena e o
cenário são assustadoramente semelhantes aos das execuções do Exército Islâmico. Os dirigentes estaduais do PSOL, Pedro Ruas, Luciana
Genro e Roberto Robaina, demoraram quase uma semana para tirar uma nota sobre o
caso, mas apesar dos BOs em três delegacias diferentes, nada foi adiante.
Há um silêncio ensurdecedor a respeito dos espancamentos e do cativeiro de Duran e Benedetto. Nem sequer a Lei Maria da Penha foi acionada.
Nem sequer Maria do Rosário falou.
As entidades e comissões de proteção aos direitos humanos permanecem mudas.
O caso está sendo tratado como uma arruaça entre tribos rivais do PSOL, mas a história contada no link a seguir, com amplos detalhes, mostra que o jornalista e suas acompanhantes foram perseguidos pelas ruas, emboscados, espancados e torturados. Nem sequer puderam se defender, já que o número de agressores do PSOL era muito maior.
CLIQUE AQUI para examinar dezenas de fotos das mulheres espancadas.
PT do RS cala diante da prisão de um dos seus fundadores, o mensaleiro Zé Dirceu
O PT do RS, cujo presidente, Ary Vannazi, acaba de ter seus direitos políticos cassados por decisão do Tribunal de Justiça do RS (leia nota abaixo), ainda não se manifestou sobre a nova prisão do "herói do povo brasileiro", seu ex-presidente e fundador, Zé Dirceu.
Líderes como Raul Pont, Olívio Dutra e Tarso Genro estão mudos, surdos e cegos diante do desmonte do PT, cujos principais fundadores já passaram pela cadeia, cumprem pena, encontram-se em prisão preventiva ou serão enjaulados.
Líderes como Raul Pont, Olívio Dutra e Tarso Genro estão mudos, surdos e cegos diante do desmonte do PT, cujos principais fundadores já passaram pela cadeia, cumprem pena, encontram-se em prisão preventiva ou serão enjaulados.
Reformada com dinheiro de propina, casa de Dirceu tem ofurô e TV de 80 polegadas
A revista Veja que já circula conta como é a nova casa de campo do ex-ministro e fundador do PT, José Dirceu,toda ela reformada com dinheiro da propina.
Leia tudo:
Da casa original, só sobraram as paredes e o teto. O
restante do imóvel de 420 metros quadrados, em um condomínio em Vinhedo,
interior de São Paulo, foi posto abaixo. Em seis meses, operários pagos pelo
delator Milton Pascowitch reformaram tudo ao gosto do dono do local, o hoje detento
José Dirceu. Na suíte reservada ao proprietário, voltada para uma ampla
varanda, construíram um ofurô. Na sala de reuniões, instalaram uma mesa de doze
lugares e uma TV de 52 polegadas, para videoconferência. Um dos pontos altos da
reforma foi a colocação, na sala, de uma tela de vidro de 80 polegadas que
reflete as imagens da TV também do lado de quem está na cozinha. No andar de
baixo do imóvel, os operários ergueram quatro suítes, com ar-condicionado e
televisão, para os empregados - dois seguranças, um motorista e uma doméstica.
O conforto dessas instalações virou assunto na região - vários candidatos a
emprego passaram por lá para deixar o currículo. O ex-ministro já tinha uma
casa de dois andares no mesmo condomínio. A que Pascowitch reformou, vizinha
desse imóvel, teria a função adicional de servir de escritório para o petista -
daí a sala de reuniões e o equipamento de videoconferência. O custo total da
reforma foi de 1,3 milhão de reais - e nem um centavo saiu do bolso do
ex-chefe da Casa Civil.
O lobista Milton Pascowitch, que assinou acordo de
delação premiada na Operação Lava-Jato, confessou aos investigadores que o
dinheiro que custeou a reforma da casa de Dirceu veio de pagamento de propina
feito pela Engevix, empreiteira que ele representava. Em troca desses valores,
a Engevix foi contratada sem licitação pela Petrobras para executar obras no
Polo de Cacimbas II, no Espírito Santo.
Inflação desacelera em julho, mas em 12 meses passa de 9% pela 1ª vez desde 2003
IPCA, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE, ficou em
0,62% no mês passado. Em 12 meses, acumula 9,56%
A indústria, inclusive do RS, pode já ter tocado o fundo do poço
As notícias deste final de semana sobre a continuada queda de produção das indústrias, com ênfase para o RS, demonstram que o processo de desindustrialização acelerou e não parece ter fim.
As indústrias podem ter tocado o fundo do poço ?
São elas que puxam a economia como uma locomotiva.
Sem as indústrias, a economia volta aos tempos da colônia.
Leia esta reportagem do jornal Valor e saiba mais sobre a conjuntura atual. O material é de Arícia Martins:.
As indústrias podem ter tocado o fundo do poço ?
São elas que puxam a economia como uma locomotiva.
Sem as indústrias, a economia volta aos tempos da colônia.
Leia esta reportagem do jornal Valor e saiba mais sobre a conjuntura atual. O material é de Arícia Martins:.
Embora alguns setores tenham notado pequena melhora em
relação a junho, relatos de associações industriais ouvidas pelo Valor reforçam
a análise de economistas de que não houve virada da atividade na passagem do
primeiro para o segundo semestre. A percepção geral é que o fundo do poço já
foi atingido no confronto com o mês anterior, mas mesmo assim os sinais são de
que julho foi mais um período negativo em vendas e produção na comparação com
igual mês de 2014, tendência que deve ser mantida até o fim do ano.
Um indício positivo foi a alta de 1,5% da confiança da
indústria medida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) na passagem de junho para o
mês passado, depois de cinco quedas seguidas. No entanto, o
superintendente-adjunto para ciclos econômicos da instituição, Aloisio Campelo,
avaliou que a pouca disseminação do avanço e o nível ainda deprimido do
indicador (69,1 pontos) impedem que o resultado seja visto como um ponto de
virada.
O presidente do Instituto Nacional de Distribuidores de
Aço (Inda), Carlos Loureiro, afirma que as principais indústrias que puxam as
vendas – automobilística, máquinas e equipamentos e construção civil – ainda
estão muito estocadas e, por isso, nenhuma delas mostrou reação. “Enquanto os
estoques não se normalizarem, não vemos chances de melhorar nossas vendas”, diz
Loureiro, que trabalha com estabilidade da distribuição de aços planos em julho
sobre o mês anterior. Esse resultado, no entanto, significaria uma queda
relevante ante o sétimo mês do ano passado, na ordem de 30%.
Pelo histórico do setor, julho costuma ser mais aquecido
do que junho, mas, neste ano, as vendas devem ficar estáveis na passagem
mensal, mesmo com a incidência de três dias úteis a mais. Para Loureiro, o ano
caminha para um recuo mais forte que a previsão atual do Inda de 12%, e só é
possível esperar reação mais expressiva a partir do segundo semestre de 2016.
Outro bom termômetro da atividade industrial, a expedição
de papelão ondulado deve ter crescido cerca de 4% de junho para julho, afirma
Sergio Ribas, diretor da Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), mas
recuado 2% a 2,5% sobre julho de 2014. Na comparação anual, as vendas de
papelão subiram 1,3% em junho, mas Ribas ressalta que junho do ano passado foi
atipicamente fraco em função da Copa do Mundo.
Segundo Ribas, a queda de 2,5% nas vendas de caixas,
acessórios e chapas de papelão esperada para 2015 é mais leve do que a retração
a ser vista em outros segmentos porque boa parte da expedição está associada às
indústrias alimentícia e de bebidas. “Se fosse só pelo setor de bens duráveis,
a queda seria maior”. Na avaliação do empresário, o segundo semestre deve
mostrar desempenho melhor do que o primeiro, em linha com a sazonalidade, mas
não superior ao de julho a dezembro de 2014.
Essa também é a análise de Walter Cover, presidente da
Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), para
quem julho a produção deve ter ficado estável ante julho do ano passado, mas já
com alguma sinalização de mudança em relação ao quadro muito negativo do
primeiro semestre. Para Cover, o reinício das obras da terceira fase do Minha
Casa, Minha Vida, uma recuperação um pouco mais rápida do varejo e o dólar alto
devem ajudar o tombo de 7% das vendas de janeiro a junho diminuir para uma
queda de 3% a 4% até dezembro.
Fornecedora de diversas cadeias, a indústria química
ainda não tem dados de junho, mas a percepção é que o mês passado acentuou a
tendência de queda observada até maio, diz Fátima Giovanna Ferreira, diretora
de economia da Abiquim, associação que reúne as empresas do setor. Fátima
explica que julho geralmente é um mês mais fraco e, pelo padrão do setor
químico, as encomendas começam a ficar mais firmes em agosto. Como, porém,
indústrias importantes seguem com a demanda em baixa, as empresas associadas
estão em um momento de indefinição. “Esperaríamos alguma estabilidade em julho
na comparação com igual mês do ano passado, mas não vimos sinais de reação.”
No Polo Industrial de Manaus, por enquanto, a retomada no
segundo semestre está somente no campo das expectativas, diz Wilson Périco,
presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), uma vez que
julho não trouxe nenhum indício de reversão. “Esperamos uma melhora por conta
das festas de fim de ano, mas até isso é uma incerteza hoje”, avalia Périco.
O empresário relata que os segmentos de duas rodas e de
televisores já vinham sofrendo há algum tempo, mas a tendência negativa também
se espalhou para o setor de celulares e tablets em junho. “Todas as empresas
estão estocadas e a maioria adotou férias coletivas antes de demitir”, aponta
Périco, que contabiliza cerca de 20 mil dispensas no polo somente no primeiro
semestre. Caso a demanda não reaja, ele não descarta novas demissões.
As perspectivas do setor têxtil também são pouco
animadoras. Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de
Confecção (Abit) com as empresas associadas aponta que 60,3% delas preveem
vendas abaixo do normal em julho, e 12,3%, “muito abaixo do normal”. Ainda é
cedo para concluir que todo o segundo semestre terá essa tônica, diz o
presidente da Abit, Rafael Cervone, mas o único alento no cenário é o câmbio
mais desvalorizado, que permite elevar exportações e substituir importados por
produção doméstica. “Estamos discutindo essa ação com o varejo, mas falta
previsibilidade sobre para onde vai a economia.”
Para os fabricantes de calçados, a Francal – feira que
ocorreu em São Paulo entre os dias 6 e 9 de julho e lançou a coleção
primavera-verão de mais de 800 marcas – foi uma injeção de ânimo diante das
expectativas mais tímidas dos empresários, conta Heitor Klein, presidente da
associação que reúne as empresas do setor (Abicalçados). O evento, na visão de
Klein, confirmou a percepção de que as vendas externas vão voltar a crescer,
mas ainda há preocupação com o nível de consumo doméstico. “Não acredito que
teremos recuperação em relação ao segundo semestre do ano passado, mas se
ficarmos no mesmo nível já vai ser bom.”
Mais pessimista e sentindo há mais tempo o reflexo da
perda de dinamismo da indústria, o presidente da Associação Brasileira da
Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, tem a
impressão de que o período de julho a dezembro pode ser mais difícil do que os
primeiros seis meses do ano. “Todo mundo está protelando ou cancelando
investimentos”, conta Pastoriza, que também vê no processo de substituição de
importações a única saída para o setor no curto prazo. No primeiro semestre, o
faturamento líquido das empresas associadas ficou 6,5% abaixo do registrado de
janeiro a junho de 2014.
Valor Econômico – 3/8/2015
continue lendo:
Resultados positivos ainda não representam melhoras no 2ª
sem
Muitos setores da indústria registraram índices pouco
mais animadores do que os registrados no primeiro semestre do ano, no entanto,
de acordo com representantes industriais como Instituto Nacional de
Distribuidores de Aço – Inda e Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e
Equipamentos – Abimaq, estes números ainda não representam uma retomada
econômica dos setores.
Segundo Carlos Loureiro, presidente do Inda, os
principais setores indústrias (automobilística, máquinas e equipamentos e
construção civil) ainda estão com um volume grande em estoque, e por este
motivo não podem apresentar melhoras. Para ele, enquanto os estoques não se
normalizarem, não há chances de melhorar as vendas. Diante disso, o mês de
julho, que tende a ser mais aquecido do que junho, este ano, deve se manter
estável.
Frente a este cenário, Loureiro espera encerrar 2015 com
um recuo mais forte que a previsão atual do Inda de 12%, esperando somente uma
possível reação mais expressiva no setor a partir do segundo semestre do próximo
ano.
Outro setor que também apresenta pessimismo para este ano
é o de máquinas e equipamentos. De acordo com Carlos Pastoriza, presidente da
Abimaq, o segundo semestre de 2015 pode ser ainda mais difícil do que o
primeiro semestre, uma vez que no primeiro o faturamento líquido das empresas
associadas ficou 6,5% abaixo do registrado de janeiro a junho de 2014. Ele
justifica isso considerando o fato das indústrias estarem protelando ou
cancelando investimentos.
Mesmo longe de uma grande melhora, o setor da construção
civil é um dos que mantém um otimismo para o segundo semestre.
Segundo Walter Cover, presidente da Associação Brasileira
da Indústria de Materiais de Construção – Abramat, o reinício das obras da
terceira fase do ‘Minha Casa, Minha Vida’, pode ajudar o setor a ter uma
recuperação um pouco mais rápida do que a do varejo e o dólar alto deve ajudar
o tombo de 7% das vendas de janeiro a junho diminuir para uma queda de 3% a 4%
até dezembro.
Em uma análise geral da confiança da indústria medida pela
Fundação Getulio Vargas – FGV, o índice apontou uma alta de 1,5% na passagem de
junho para julho, um dado positivo depois de cinco quedas seguidas. Entretanto,
o superintendente-adjunto para ciclos econômicos da instituição, Aloisio
Campelo, avaliou que a pouca disseminação do avanço e o nível ainda deprimido
do indicador (69,1 pontos) impedem que o resultado seja visto como um ponto de
virada.
Entenda a tempestade perfeita da economia brasileira em três cenários
O ano passado foi de recessão, conjuntura que prossegue. Os jornais da época já anunciavam a tempestade que se avizinhava. -
As duas reportagens a seguir são da revista Veja e o editor recomenda ao leitor que examine tudo com olhar de relojoeiro, porque o cenário desenhado reflete exatamente o que acontece e o que acontecerá na economia brasileira, com números desconcertantes a respeito da conjuntura. A primeira matéria é de Giuliano Guandalini e Bianca Alvarenga, enquanto que a segunda é assinada por Marcelo Sakate.
Fica claro que o atual governo não conseguirá estabilizar a economia e recuperar as condições de crescimento, não só porque foi ele quem deixou tudo desandar, como porque não tem mais credibilidade e elementos de governabilidade, portanto ferramentas para injetar confiança.
Leia com atenção, grave os números e estude:
Os indicadores da economia brasileira apontam para uma
recessão prolongada. O tombo será ainda mais profundo caso o governo não
recupere rapidamente a confiança dos investidores nem consiga evitar o
rebaixamento da nota de crédito do país
As análises econômicas mais realistas e desapaixonadas
indicavam, fazia algum tempo, que a crise na economia brasileira era um
acidente prestes a acontecer. Por seis anos seguidos, o governo pisou fundo
demais no acelerador dos gastos públicos e aliviou o pé no freio do controle da
inflação. Em pouco tempo, arruinou a confiança construída em duas décadas de
ajustes e reformas — sem falar nas manobras na contabilidade federal. Ao
assumir o Ministério da Fazenda, Joaquim Levy apresentou um plano para evitar o
desastre, como o personagem do filme Juventude Transviada que escapa da morte
ao saltar do carro momentos antes da queda no desfiladeiro.
Por alguns meses, parecia que Levy seria bem-sucedido. O
ministro procurou extinguir os trambiques do antecessor e propôs uma série de
medidas para reforçar o caixa do governo e impedir um rombo ainda maior nas
finanças públicas. A iniciativa seria um primeiro passo para arrumar a casa e
retomar os projetos de longo prazo para incentivar o crescimento econômico. O
clima político hostil, entretanto, atrapalhou os planos do ministro. Quanto
mais frágil a situação da presidente Dilma Rousseff e maior o envolvimento de
políticos da base aliada nas revelações da Lava-Jato, menor a disposição do
Congresso para aprovar ajustes impopulares. O tempo sobre a economia brasileira
já estava fechado. Agora, o país está sob a ameaça de lidar com uma verdadeira
tempestade perfeita.
O Brasil não é tão vulnerável como no passado, mas entrou
avariado na trovoada. O povo brasileiro já percebeu, em seu dia a dia, o
aumento no custo de vida, a dificuldade para quitar dívidas, o desemprego de
pessoas conhecidas.
O pior, entretanto, está por vir. Principalmente se as
medidas de austeridade nas contas do governo não forem aprovadas. Na semana
passada, a agência americana de classificação de risco Standard &
Poor"s reduziu para negativa a avaliação do país. Existe agora uma
probabilidade elevada de rebaixamento da nota do Brasil, possivelmente no
próximo ano. Se assim for, o país perderá, na avaliação da S&P, o status de
grau de investimento. E o que isso significa?
A economia deixará de ter acesso ao crédito farto e barato
dos mercados internacionais. Os maiores fundos de pensão estrangeiros
restringem a aplicação em países sem o grau de investimento. Em vez de ficar
mais próximo de países como os Estados Unidos, a Alemanha ou o Chile, o Brasil
seria rebaixado para o grupo de caloteiros contumazes, que inclui a Grécia, a
Argentina e a Venezuela.
Não é apenas o governo que é afetado. As empresas
brasileiras também serão vistas como investimentos especulativos. Ao pôr a nota
do país em perspectiva negativa, a agência fez o mesmo para 41 empresas locais.
Entre elas figuram companhias que, a despeito do cenário econômico adverso,
estão entregando bons resultados e não têm dependência direta do Estado, como
Ambev e NET. Isso acontece porque a nota de crédito do país é o teto de
classificação das empresas. Raramente uma empresa pode ter nota melhor do que o
país no qual ela opera, porque sempre existe o risco de ser afetada por alguma
restrição na transferência de pagamentos.
No cenário de rebaixamento, as empresas e o governo, em
vez de contarem com um mercado de 15 trilhões de dólares de crédito em
condições favoráveis de prazo e juros, terão de disputar uma oferta mais
modesta, de 5 trilhões de dólares, de capitais especulativos. "Com a perda
do grau de investimento, haverá dois tipos de empresa: o primeiro, de
companhias vistas com maior solidez que o próprio Brasil, conseguiria fazer
ajustes para diminuir o custo de captação.
Já o segundo grupo, de empresas que não têm tantas
garantias a oferecer, tende a sofrer mais", afirma Cid Oliveira, gestor de
fundos globais da corretora XP Investimentos. Dada a deterioração da economia,
as empresas brasileiras com selo de bom pagador que buscam recursos no exterior
já estão desembolsando juros equivalentes aos de empresas de maior risco de
investimento. O mesmo acontece com o Brasil, cujos títulos externos pagam
atualmente juros de países considerados mais arriscados, como Rússia, Turquia e
Hungria. "Caso perca o grau de investimento, o Brasil terá de fazer várias
reformas antes de ser visto como confiável novamente. O processo demandará um
esforço para melhorar os fundamentos econômicos, com foco na política fiscal e
nas correções que tendem a aumentar a produtividade, reduzir a burocracia e
tornar o país mais eficiente", diz Oliveira.
Em um cenário projetado por um modelo matemático
desenvolvido pela consultoria Tendências, a cotação do dólar poderia passar dos
4 reais no próximo ano, a taxa Selic chegaria a 17% e o PIB teria mais um ano
de retração. Melhor seria nem pensar nessa possibilidade, mas a imprudência dos
anos Dilma a tornou factível demais. Tanto é assim que o Brasil já sofre uma
queda no ingresso de capitais. As empresas passaram a ter restrições no mercado
externo e pagam juros mais elevados para rolar as suas dívidas externas. O
preço do dólar, um dos termômetros mais sensíveis para aferir a confiança dos
investidores, subiu a valores não vistos em doze anos. A cotação aumentou mais
de 50% nos últimos doze meses, e o real foi uma das moedas que mais perderam
valor em relação à americana nesse período. É um reflexo do pessimismo
generalizado e da perspectiva de crescimento fraco.
A revisão da Standard & Poor"s foi um recado
explícito de que as reformas de Levy não cumpriram os objetivos originalmente
previstos. Em março, há apenas quatro meses portanto, a mesma agência havia
emitido um voto de confiança nos ajustes. Agora, entretanto, avalia que as
circunstâncias políticas dificultam a execução do plano. Além do mais, o
crescimento econômico foi castigado pelas investigações de corrupção, que
tiveram impacto direto nos investimentos. Como resultado, as perspectivas para
o Brasil se deterioram. O país está por um fio. As duas outras grandes agências
de classificação de crédito, a Fitch e a Moody"s, ainda conferem notas mais
elevadas ao país, mas estão em processo de revisão.
A capacidade de Levy de ser o fiador da economia foi
posta em xeque, como indica a piora recente do humor dos investidores nacionais
e estrangeiros em relação às perspectivas para a economia. O aprofundamento da
recessão e o aumento do desemprego atingiram também o estado de ânimo dos
consumidores e empresários brasileiros. Ficou evidente que a retomada será
lenta e gradual. O Brasil corre o risco de amargar dois anos consecutivos de
retração do produto interno bruto (PIB, o total de mercadorias e serviços
produzidos), algo nunca visto antes na história nacional desde a década de 30.
Sem novos solavancos nem surpresas negativas, a atividade econômica voltará a
crescer apenas em meados de 2016, na melhor das hipóteses.
O mau tempo, desta vez, quase nada tem a ver com a
conjuntura internacional. Com raras exceções, as principais economias mundiais
passam por um momento favorável, superando as dificuldades do período da crise
internacional. O PIB dos Estados Unidos deverá avançar 2,5% e o da Inglaterra,
2,4%, de acordo com as projeções mais recentes do Fundo Monetário
Internacional. A média mundial ficará em torno de 3,3%, semelhante ao ritmo de
2014. A China enfrenta uma desaceleração e crescerá "apenas" 6,8%.
Entre as principais economias internacionais, a brasileira é a única em
recessão. O tombo no PIB em 2015 será ao redor de 2%.
Em uma inversão preocupante, os indicadores que deveriam
subir estão em queda, enquanto aqueles que deveriam cair sobem. Mesmo com a recessão,
o Banco Central, comandado por Alexandre Tombini, aumentou novamente a taxa
básica de juros, a Selic, na semana passada, para 14,25% ao ano, o maior nível
desde 2006. A alta foi necessária porque a inflação, que deveria ser cadente em
uma economia retraída, permanece elevadíssima. Por quê? Culpa dos descuidos dos
primeiros anos de Dilma. Os reajustes das tarifas de energia e dos combustíveis
foram represados.
Agora eles estão sendo ajustados, contagiando os preços
de outras mercadorias. A moeda americana mais cara não dói no bolso apenas dos
turistas em viagem ao exterior. Diversos produtos, e não apenas os importados,
possuem preço definido em mercados internacionais. A falta de credibilidade da
atual gestão do BC também pesa contra. "É como a história do alcoólatra
que passou os últimos quatro anos de pileque e agora diz que parou de
beber", afirma um ex-diretor do banco. "Os juros precisam ser mais
altos do que o necessário por causa da desconfiança de que a meta da inflação
não será cumprida." Essa desconfiança custa caro. Cada aumento de 1 ponto
na taxa Selic representa um gasto adicional com juros de 15 bilhões de reais ao
ano.
A economia ficou presa a um ciclo vicioso difícil de ser
rompido. "A baixa confiança do consumidor se reflete na diminuição da
atividade da indústria e do comércio. Ao mesmo tempo, as baixas expectativas
desses setores implicam menor criação de vagas, o que deprime o consumo",
afirma Viviane Seda, coordenadora de sondagem do consumidor do Instituto
Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas. "É um efeito
que se retroalimenta." Segundo a pesquisadora, o desemprego foi decisivo
para a piora da confiança do consumidor nos últimos meses. Mais de 600 000
postos de trabalho foram fechados desde junho do ano passado. O desalento não
chegou a índices tão baixos nem mesmo em 2009, ano em que a economia se retraiu
0,2%. Isso porque, na época, o estímulo ao consumo foi a ferramenta usada pelo
governo para dar fôlego à retomada econômica. "No atual contexto, não há
mais espaço para o crescimento do consumo. O endividamento, a inflação e o
desemprego estão altos e afetam diretamente a renda familiar", diz Seda.
O Brasil precisa contar agora um pouco com a sorte para
não sofrer ainda mais. Além da situação interna complicada, existem riscos
externos que podem se materializar. O maior deles seria uma crise financeira na
China. Outra ameaça, ainda felizmente fora do radar, seria um aumento mais
acentuado dos juros nos Estados Unidos. Janet Yellen, a presidente do Federal
Reserve (Fed), o banco central americano, vem postergando ao máximo o aumento
da taxa, que permanece há anos próxima de zero. Se os juros subirem na economia
americana, o investimento em países emergentes, como o Brasil, ficaria menos
atrativo. A revoada dos dólares seria inevitável. Pairam ainda no ar eventuais
complicações na Grécia e no restante da Europa.
A crise brasileira atual, contudo, é integralmente feita
em casa. Superá-la exigirá o aperto do cinto da austeridade fiscal e a
aprovação de ajustes profundos. O exemplo da índia mostra que essa receita
funciona. O país asiático esteve prestes a perder o grau de investimento. Mas
as reformas implementadas pelo atual primeiro-ministro, Narendra Modi, evitaram
o rebaixamento da nota pelas agências. É a esperança de ver a tempestade
dissipada.
A crise em três cenários
Não existe previsão de tempo bom para o Brasil nos
próximos meses, mas um acordo político e a aprovação dos ajustes no Congresso
podem evitar o pior
em 3 cenários
A economia brasileira atingiu o fundo do poço? Quando
começa a recuperação? Se o país perder o grau de investimento, hipótese que
ganhou força, quais os impactos negativos sobre o câmbio e o ritmo de
crescimento? Para responderem a perguntas como essas, que muitos brasileiros se
fazem em um momento de incertezas como o atual, bancos e consultorias
desenvolvem modelos estatísticos que procuram antever o comportamento dos
indicadores e os reflexos sobre a atividade e o consumo. Um simulador criado
pelos economistas Juan Jensen e Thiago Curado, da consultoria Tendências, dá a
dimensão dos efeitos decorrentes do eventual rebaixamento da nota de crédito do
país no primeiro semestre do ano que vem. Os números podem ser observados no
quadro. A cotação do dólar chegaria a 4,50 reais no próximo ano, a inflação
permaneceria alta, os juros subiriam ainda mais e o país teria mais um ano de
recessão.
Para chegarem a esses resultados, os economistas
recorreram a uma ferramenta de análise econométrica recém-concluída. Trata-se
de uma adaptação do Samba, sigla em inglês para Stochastic Analytical Model
with a Bayesian Approach, ou modelo analítico estocástico com uma abordagem
bayesiana, elaborado pelos técnicos do Banco Central e usado pelos diretores da
instituição para analisar os rumos da economia e fixar a taxa básica de juros,
a Selic. Chamado de simulador econômico da Tendências, o modelo permite
calcular como diferentes variáveis se comportam a partir de fatos concretos
como a revisão das metas fiscais até 2018, que o governo anunciou há duas
semanas. É possível fazer a simulação de diversos choques na economia, tanto
positivos, como o aumento do preço das exportações, quanto negativos, como a
diminuição das metas fiscais. Essa mudança, aliás, já se refletiu em uma
deterioração dos indicadores. A taxa de câmbio para o dólar deverá ficar perto
de 3,50 reais no fim do ano, caso não surjam novos fatos relevantes.
Anteriormente, prevalecia a previsão de uma cotação do dólar a 3,15 reais. No
caso do produto interno bruto (PIB) em 2015, a queda prevista passou de 1,46%
para 1,93%.
Não há cenário de retomada imediata para a economia. Na
melhor das hipóteses, o país retornaria às condições que apresentava até o
início de junho — ou seja, antes da revisão das metas orçamentárias e do
agravamento da crise entre a presidente Dilma Rousseff e o Congresso.
"Esse cenário otimista poderia se concretizar a partir de um acordo
político entre o governo, o PMDB e a oposição para aprovar as medidas mais
importantes de contenção dos gastos e de aumento das receitas federais",
exemplifica Juan Jensen, sócio da Tendências. Nessa perspectiva, o país
encolheria 1,5% neste ano, mas voltaria a crescer em 2016, ainda que de forma
moderada, com uma expansão de 0,8%. Em 2017, a alta seria de 2,3%. A inflação
recuaria e ficaria dentro da margem de tolerância da meta no próximo ano, com
uma taxa de 5,4%. Não é, como se percebe, uma perspectiva capaz de despertar
euforia entre os brasileiros, embora, pelas projeções dos economistas, esse
seja um cenário positivo (veja o Cenário 3).
Há um cenário intermediário, que corresponde à manutenção
do grau de investimento, mas sem a melhora no ambiente político que permitiria
ao governo adotar as medidas desejadas para reequilibrar as contas públicas
(veja o Cenário 2). Nesse caso, a economia cairia 1,9% e ficaria praticamente
estagnada em 2016, com avanço de 0,35%. "As expectativas vêm mostrando
forte deterioração no último mês. O anúncio pelo governo de que o ajuste fiscal
ficou mais distante e que será feito de forma gradual até 2018 está ocasionando
uma maior precificação de risco e motivando revisões dos cenários", afirma
Jensen. Segundo o economista, "mesmo que o país preserve o selo de grau de
investimento, haverá uma trajetória pior da economia, refletida em crescimento
menor e maior depreciação cambial".
O rebaixamento traria consequências graves para a
economia, que voltaria a se retrair em 2016 (veja o Cenário 1). Seria a
primeira vez que o Brasil encolheria dois anos seguidos desde a Depressão de
1930. Segundo as projeções da Tendências, a cotação do dólar dispararia para
4,50 reais no pior cenário, contagiando de forma relevante a inflação por meio
do preço de produtos importados.
Um estudo da equipe econômica do banco Credit Suisse
analisou os dados dos seis momentos (incluindo o atual) em que o Brasil entrou
em recessão desde 1996. O diagnóstico é que o processo de retomada da atividade
atual será o mais prolongado. O país conseguirá retornar ao nível de atividade
do primeiro trimestre de 2014 (que antecedeu o início da retração) depois de 2016.
Ou seja, levará onze trimestres para se recuperar da crise. Nas cinco recessões
anteriores, a economia brasileira havia levado no máximo seis trimestres para
retomar o nível de atividade.
"Em quatro dos cinco episódios analisados, o ajuste
a choques recessivos foi realizado com o aumento da competitividade externa. Em
apenas um desses episódios (na recessão de 2008), a retomada foi completamente
explicada pela performance da demanda doméstica, em período marcado por
expressivos estímulos fiscais e monetários", escreve Nilson Teixeira,
economista-chefe do Credit Suisse. É uma alternativa hoje pouco provável, tendo
em vista a necessidade de rearranjo das contas públicas e de controle da
inflação.
Apesar da ênfase dada no debate público aos alegados
efeitos das medidas de reequilíbrio fiscal sobre a economia, foi na verdade o
escândalo de corrupção na Petrobras o principal causador da recessão deste ano,
segundo cálculos da Tendências. A paralisação de projetos vai derrubar os
investimentos da estatal em 30% neste ano, com efeito multiplicador negativo
sobre a atividade econômica. Os investimentos em infraestrutura devem cair 15%,
por causa do aperto sobre as empreiteiras suspeitas de envolvimento no esquema.
Tudo somado, a conta que se faz é que a Operação Lava-Jato vai subtrair 1,9
ponto porcentual do PIB neste ano. Posto de outra forma, o país conseguiria
evitar a recessão não fosse a corrupção na estatal. O responsável por esse
custo, direta ou indiretamente, foi o governo.
Lula critica Facebook por não tirar do ar página que pede sua morte
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou na
manhã desta sexta-feira, por meio das redes sociais, a atitude do Facebook
de não retirar do ar a comunidade "Morte ao Lula".
O Instituto Lula, que administra a página oficial de Lula
na rede social, informa que desde 14 de julho tem solicitado a remoção do grupo.
"Acreditamos que ela [a página] claramente viola as regras de conduta do
site, porque ameaça a integridade física do ex-presidente e incentiva a
violência".
Ontem, 400 dirigentes, empregados e militantes da CUT, MST e UNE, foram até o Instituto Lula para demonstrar solidariedade ao ex-presidente (leia nota abaixo).
Irmão de Dirceu diz que recebia 30 mil reais por mês de operador de propina
Preso na Lava Jato junto com o ex-ministro da Casa Civil,
Luiz Eduardo Oliveira e Silva é apontado como a pessoa que pedia dinheiro para
o esquema corrupto do irmão
Hoje e amanhã 13 cervejarias artesanais fazem festival no shopping Total
Durantedois dias, hoje e amanhã, acontecerá o festival da cerveja artesanal no shopping Total, Porto Alegre. O evento que é especial, em
comemoração ao Dia dos Pais, contará com a presença de 13 cervejarias
artesanais e food trucks, com entrada gratuita, no Largo Cultural, das 14h às
20h.
Números demonstram que começa a dar resultado aperto nas finanças públicas do governo gaúcho
Os gráficos ao lado são do jornal Zero Hora de hoje, conforme dados disponibilizados pelo Tesouro do Estado. -
O relatório resumido da
execução orçamentária do RS que foi divulgado no final de julho – o documento que resume, a cada bimestre, a
contabilidade estadual – revela queda, em termos reais, de 20,9% no custeio do
Poder Executivo, em relação a igual período de 2014.
No caso do comparativo entre gasto e receita, os números
demonstram que traçando um paralelo entre os primeiros 180 dias de 2014 e de
2015, descontada a inflação, a arrecadação total minguou 0,88% e as despesas
executadas aumentaram 0,05%.
Falando ao jornal Zero Hora deste sábado, Leonardo
Maranhão Busatto, subscretário do Tesouro do Estado, comemorou o resultado:
– Mesmo em um cenário de retração econômica e crescimento
da inflação, estamos conseguindo realizar um ajuste significativo. As medidas
de contenção estão funcionando – diz o subsecretário do Tesouro do Estado.
O subsecretário avisou que embora os valores usados na
manutenção da máquina tenham decrescido, o Rio Grande do Sul permaneceu no
vermelho e não deve sair dessa condição tão cedo. De janeiro a junho, no
acumulado dos seis meses, o rombo atingiu
R$ 1,55 bilhão.
Houve, também, diminuição na capacidade de investimentos.
Ao todo, o Piratini investiu 81% a menos do que em 2014.
O governador Ivo Sartori aposta em medidas estruturais
para sair da crise. Parte das propostas, como a extinção de fundações e a
reforma da previdência, já está na Assembleia. Uma nova leva deve ser
encaminhada nos próximos 15 dias e promete causar polêmica, principalmente,
pela tentativa de aumento de ICMS.
Noite foi de muito calor em Porto Alegre. Sábado será de temperatura alta e tempo bom no RS.
A manhã (7h36min) já é de sol e poucas nuvens em Porto Alegre, cenário que é aprecido em todo o Estado, mas o início do sábado
pode ter chuva e temporais isolados em pontos do Sul e da fronteira do Uruguai. A madrugada foi muito quente para agosto com mais
de 25ºC em alguns locais, obrigando os gaúchos a dormir sem se cobrir sequer com lençóis.
Nesta sexta-feira, Porto Alegre registrou mínima
recorde desde o último século de 22,7°C.
A tarde a temperastura poderá bater em 35ºC a 37ºC no Centro do Estado e nos
vales. Será um sábado potencialmente de calor histórico e não são descartados
recordes de máximas para agosto em algumas cidades. Nas praias, o dia terá sol
e será agradável, porém ventoso.
As mínimas rondarão os 16°C em São José dos Ausentes e
Vacaria. As máximas, por sua vez, podem chegar a 37°C em Santa Cruz do Sul. Em
Porto Alegre, os termômetros variam entre 22°C e 36°C.
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