Artigo, Luís Milman - A doutrina do elástico

Imaginar que não há um ativo apoio, às vezes mais intenso, às vezes menos, por razões táticas, da militância e da estrutura partidária do PT, a iniciativas que visam a hostilizar o Estado de Israel, e, por decorrência, israelenses e judeus, é demonstrar ingenuidade. Lembremos que o senhor Tarso Genro, por pressão da comunidade palestina e de setores amplos do partido, em seu último mês de mandato como governador do Rio Grande, cancelou um acordo que havia firmado, em abril de 2013, com a empresa israelense Elbit - que desenvolve tecnologia aeroespacial -, o Palácio Piratini e universidades gaúchas, para o estabelecimento de um polo no tecnológico no estado. À época, seu chefe da Assessoria de Cooperação e Relações Internacionais, Tarson Núñez, explicou a decisão de Tarso pela adesão à “antissionista” campanha internacional por Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra o Estado de Israel. “Se hoje o governo israelense tem uma força militar capaz de vencer qualquer conflito direto, nós temos a força moral de quem está com a razão e com a justiça. Temos que prestar atenção ao movimento internacional por BDS, todo e qualquer produto de Israel não deve ser consumido por ninguém no Brasil e toda e qualquer empresa brasileira não deve fechar parcerias comerciais com Israel”, declarou sem vergonha. Ele não deu bola para a natureza delinquente, em termos morais e intelectuais, da declaração e, com frieza, aplicou a “doutrina do elástico”, histórica e amplamente adotada pelos movimentos comunistas. Nunez - que representava o governo Tarso Genro -, pesou bem as consequências penais de esticar o elástico e ficar na fronteira de cá da delinquência penal. Agora, petistas e seus agregados, das associações docente e discente, do DCE, da UFSM e do Comitê Santamariense de Solidariedade ao Povo Palestino, capitaneados pelo deputado federal Paulo Pimenta, com seus aliados do Hamas, tentaram nova esticada, mas, desta vez, romperam o elástico, pedindo uma lista negra de israelenses à Reitoria da UFSM. E foram atendidos! Em função do escândalo mundial que o caso provocou, eles terão de explicar aquilo que as sociedades de lei  e valores humanistas não toleram: a prática do antissemitismo abjeto, que se iguala aos atos nazistas e stalinistas. 

Secretário do governo Alckmin lança nota de repúdio à Lista Burmann-Schlosser

O editor registrará aqui todas as notas de repúdio à Lista Burmann-Schlosser que receber. A nota a seguir é do secretário de Desenvolvimento Social do governo de São Paulo, Floriano Pesaro.

NOTA DE REPÚDIO
É com imensa revolta que leio a orientação do Memorando/Circular de número 02/2015, datado de 15 de maio de 2015. O Reitor substituto da Universidade Federal de Santa Maria, José Fernando Schlosser, pede para ser informado da presença de discentes e/ou docentes israelenses no programa de pós graduação, dizendo estar atendendo ao várias entidades representadas pelo "Comitê Santamarienense de Solidariedade ao Povo Palestino". O referido senhor se iguala assim aos mais rematados antissemitas da história, singularizando pessoas por sua origem, e ainda no meio acadêmico.
O velho ódio judeofóbico se instaura em nossas faculdades pelas mãos deste indivíduo que, assim, em nome de minorias, supostamente, prejudicadas, advoga a xenofobia e a intolerância.
Um real representante do universo acadêmico deveria defender as liberdades individuais e proteger seus pupilos em todas as circunstâncias e não promover uma tal segregação que envolveria até mesmo o corpo discente da faculdade. É um absurdo. É um ato de racismo e devemos condenar veementemente. O fato mais surpreendente é que uma ação destas tenha se iniciado na mente de um professor doutor e que possa fazer parte do pensamento reinante em nossa academia.
Floriano Pesaro
Sociólogo. Secretário de Desenvolvimento Social de São Paulo.

A cada 36 horas sai um registro policial por atos de racismo ou preconceito no RS

CLIQUE AQUI para ler reportagem sobre a existência de células nazistas no RS. -

Um estudo inédito, que já está com as autoridades da área da segurança pública, revela que, a cada 36 horas, em média, uma ocorrência envolvendo preconceito foi registrada pela Polícia Civil nos últimos sete anos. Nada menos que 1.677 queixas decorrentes de ofensas ou ameaças carregadas de ódio a alguma etnia, nacionalidade ou origem chegaram às delegacias gaúchas.

Isso significa que, a cada dia e meio, um confronto marcado pelo desprezo entre brancos, negros, asiáticos, indígenas ou judeus, entre gaúchos e não gaúchos, brasileiros e estrangeiros, entre pessoas de origens ou culturas diferentes desmentiu a reputação de hospitalidade que a população do Estado costuma atribuir a si. 

Auditoria constata que Lula chamou Costa para pressionar por compra de Pasadena

Jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a documento que indica encontro um mês antes da compra da planta de refino ser autorizada

Um documento da Petrobras indica que o ex-diretor de abastecimento Paulo Roberto Costa viajou a Brasília, em 2006, para se reunir com o então presidente Lula,com a finalidade de tratar da refinaria Pasadena, nos Estados Unidos. O encontro teria ocorrido um mês antes da compra da planta de refino ser autorizada. As informações foram divulgadas neste sábado pelo Estadão.

O encontro com o delator da Operação Lava-Jato ocorreu em 31 de janeiro daquele ano, em Brasília — 31 dias antes de o Conselho de Administração da Petrobras, na época chefiada pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, autorizar a compra de 50% da confinaria.


De acordo com a reportagem, o ex-presidente nunca admitiu participação nas tratativas para a aquisição, que, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), causou prejuízo de US$ 792 milhões aos cofres públicos. Questionado pelo Estado sobre a agenda com Costa, o ex-presidente afirmou, por meio de sua assessoria, que “a reunião com a Petrobrás” foi “há mais de nove anos” e “não tratou de Pasadena”. Não informou, contudo, qual foi, então, a pauta debatida.

Vice Melo capota o carro, mas não sofreu nada e já despacha na prefeitura

O vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, sofreu perigosíssimo acidente na manhã de hoje, 9h, quando trafegava de casa para a prefeitura. Ele capotou o carro que dirigia. O acidente aconteceu na avenida Pitrez, zona Sul, quando Melo distraiu-se na direção, bateu num veículo parado e capotou.

Ele não sofreu nada, ninguém se machucou e populares o ajudaram a sair do carro acidentado.

Neste momento o vice-prefeito já está despachando normalmente na prefeitura.

Polícia Federal desmente atentado a boma na sua sede do Paraná

Em nota, a Polícia Federal do Paraná desmente a revista Veja, que noticiou que teria ocorrido uma tentativa de atentado à sede da Superintendência de Curitiba, onde correm as investigações da Operação Lava Jato.

A nota fornece explicações que não foram checadas por ninguém, a não ser por ela mesma. 

Segundo a corporação, o que, para a Veja, teria sido uma tentativa de explosão, foi, na verdade, apenas um vazamento em uma das bocas de um fogão, que "encontra-se localizado na copa do térreo do edifício, justamente no lado oposto ao que funcionam os trabalhos da Operação Lava Jato e ao gabinete do Superintendente Regional".

A PF também "lamenta não ter sido procurada pela Revista Veja para esclarecer o fato", mas a revista garante que fez isto. 

Sai inheiro para três UPAs gaúchas construídas e fechadas

Finalmente começaram a sair os recursos para que as UPAs já construídas e equipadas comecem a funcionar no RS.

É que a secretaria estadual da Saúde liberou ontem R$ 1,8 milhão para atender as novas unidades de Carazinho, Ijuí e Santa Cruz.

Elas estão prontas, mas os prefeitos não queriam abri-las por falta de garantia de dinheiro federal e estadual para as contrapartidas, que devem ser majoritárias.

Nos próximos dias sairá dinheiro para Alvorada.

Não há notícia sobre os demais casos, inclusive Santo Ângelo.

Opinião do editor - O caminho da honra exige a imediata renúncia do reitor e do vice da UFSM

Os protestos que ocorrem no exterior e em todo o País desde que o editor revelou a existência da Lista Burmannj-Schlosser de identificação de alunos e professores israelenses da UFSM, foram completados neste sábado com a Nota Oficial emitida pelo Ministério da Educação (leia abaixo), que não só desautoriza o que acontece em Santa Maria, como anuncia a abertura de investigações para punir os responsáveis.

A nota do ministro Janine Ribeiro é duríssima, comparando o acontecimento com tentativas anteriores de genocídios, inclusive alguns deles realizados, como foi o caso do extermínio em massa de judeus por parte dos nazistas alemães.

Ao reitor Burmann e seu vice-reitor Schlosser, não resta outro caminho da honra, a não ser uma retratação em regra, amplo pedido de desculpas e renúncias imediatas.

Ministério da Educação tira nota oficial para criticar duramente Lista da UFSM

Ministro Janine Ribeiro critica duramente Lista Burmann-Schlosser, desautoriza UFSM no caso e abre investigações para punições.



Sob o título "MEC manifesta discordância com qualquer forma de discriminação", o ministério da Educação critica duramente a chamada Lista Burmann-Schlosser, enxergando nela um risco de que venha a "ser utilizada de forma a violar os direitos fundamentais de outros cidadãos". O MEC ressalta o que dispõe o artigo 3o da Constituição Federal e nega o uso da Lei de Acesso à Informação para o caso. O ministro Janine Ribeiro lembra o holocausto nazista para fustigar a Lista da UFSM e diz que o caso terá consequências para os responsáveis pelo caso. 

Diz a nota:

- O MEC faz questão de reiterar – enfaticamente – seu desacordo com qualquer tipo de discriminação e preconceito. “A história nos reporta lamentáveis fatos de pessoas que morreram vítimas de preconceitos de toda natureza, inclusive no Brasil. Por outro lado, muitos lutaram e ainda lutam para vencê-lo, de modo que todo este empenho de nossa sociedade não pode ser esquecido ou descartado”,

Leia a nota:

O Ministério da Educação foi surpreendido pela notícia de que um pró-reitor substituto da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) havia pedido que os programas de pós-graduação daquela instituição lhe enviassem informações sobre a presença ou perspectiva de discentes e/ou docentes israelenses nesses programas. Ao tomar conhecimento desse episódio, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, solicitou ao secretário de Educação Superior do MEC, Jesualdo Farias, que buscasse junto à UFSM informações a respeito.

Após receber as informações da instituição, o MEC manifesta seu claro posicionamento de que a Lei de Acesso à informação não pode ser utilizada de forma a violar os direitos fundamentais de outros cidadãos. Ela não pode ser empregada como um instrumento para facultar a discriminação de qualquer tipo. Até porque é um dos objetivos da nossa República promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, inciso IV da Constituição Federal). Qualquer solicitação feita pela Lei de Acesso à Informação que leve a qualquer tipo de discriminação deve ser considerada desarrazoada e, portanto, não deve ser respondida.

O MEC faz questão de reiterar – enfaticamente – seu desacordo com qualquer tipo de discriminação e preconceito. “A história nos reporta lamentáveis fatos de pessoas que morreram vítimas de preconceitos de toda natureza, inclusive no Brasil. Por outro lado, muitos lutaram e ainda lutam para vencê-lo, de modo que todo este empenho de nossa sociedade não pode ser esquecido ou descartado”, afirmou o ministro Renato Janine.


A apuração do caso continuará sendo realizada pelo Ministério da Educação.

RBS revela posições conflitantes sobre Lista da UFSM

Ainda a respeito da Lista UFSM, ambos do jornal Zero Hora (as palavras aspeadas são do editor).

Jornalista Túlio Milman, editor do Informe Especial
E se a Universidade de Santa Maria simplificasse tudo e admitisse que errou ao afirmar que uma empresa (Elbit) é o mesmo que um País (Israel) ?

Jornalista Rosane Oliveira, editora de Política de Zero Hora, no Facebook do advogado Leo Iolovitch
Não vi nada de errado (na lista) organizada pela UFSM.

Cardeal Arns continua internado na UTI, São Paulo

Dom Paulo Evaristo Arns, ex-Cardeal de SP, continua internado na UTI, mas passa bem.

Dia amanhece ensolarado e mais quente no RS

O sábado começa com sol claro em Porto Alegre, poucas nuvens, temperatura em alta, mas com chuva em pontos do Leste do Estado na madrugada. 

Ar mais quente e seco toma conta do Rio Grande do Sul e o sol aparece em todas as regiões durante o dia. Será um sábado com cara de final de março em pleno junho, com temperatura muito elevada para esta época do ano, ao redor de 30ºC em algumas cidades.

A sensação será de abafamento na região e outras áreas do Estado. O domingo seguirá quente e abafado na Metade Norte, enquanto cidades da Metade Sul podem ter pancadas de chuva.


As mínimas são amenas e rondam os 11°C em São José dos Ausentes. As máximas, por sua vez, podem chegar a 30°C em Santa Cruz do Sul e Santa Rosa. Na região, os termômetros variam entre 18°C e 29°C.

Governo esquerdista implora por "compreensão" dos credores. Premier Tsipras quer continuar ajuste com dinheiro dos outros.

O governo esquerdista da Grécia, eleito com propostas sectárias contra o ajuste fiscal que tentava conter a recessão e a inflação, tudo por conta de gastanças demagógicas e populistas, como aconteceu no Brasil,  rejeitou esta semana uma proposta "absurda" e "irreal" de seus credores e espera que ela seja retirada.

Foi o que disse o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, nesta sexta-feira, pedindo que credores aceitem em vez disso uma proposta de Atenas.

As informações são do jornal O Globo de hoje, que trabalhou a matéria com notas das agências internacionais. 

Os credores ofereceram a Tsipras uma proposta austera de compromisso que liberaria auxílio financeiro ao país, mas incluía uma série de medidas às quais o premiê se opôs nesta semana, como aumentos de impostos, privatizações e reformas previdenciárias, rapidamente provocando indignação entre membros de seu partido, o esquerdista Syriza.


Em um discurso intransigente ao Parlamento, Tsipras disse que a proposta de Atenas feita nesta semana é a única base realista para um acordo e acusou a Europa de não entender que parlamentares gregos não podem votar a favor de mais austeridade.

Lista da UFSM serve aos interesses dos genocidas do Hamas

O fac simile ao lado é o fecho do pedido que fizeram os amigos da Palestina e portanto dos terroristas do Hamas, todos preocupados na identificação dos alunos e professores israelenses presentes nos diversos campi das Universidade de Santa Maria, já que eles estariam ali por força de convênio fechado pelo ex-governador Tarso Genro com a empresa Elbit, que em Porto Alegre mantém a AEL, tudo no âmbito do projeto petista malsucedido do satélite que o governo do PT queria mandar para o espaço sideral.

Até ONG de proteção ao índio assinou o documento.

Os signatários do pedido alegaram que a UFSM ajudaria a desenvolver tecnologias capazes de aumentar o poder de fogo de Israel sobre os terroristas do Hamas, reduzindo assim as chances de destruição de Israel.

O Hamas não reconhece Israel e quer jogar ao mar todos os israelenses, segundo reconhece publicamente, produzindo um novo genocídio do tipo nazista.

Diretores da AEL Sistemas – associada da israelense Elbit Sistems que fabrica o VANT (Veículo Aéreo não Tripulado) estiveram com Tarso Genro, junto com o prefeito de Santa Maria, Cesar Schirmer, logo depois da viagem do petista a israel. Foi reforçada a intenção da empresa em investir no RS. Na oportunidade, Schirmer também colocou a cidade à disposição dos investidores que pretendem ampliar suas atividades no Brasil.

“Santa Maria já tem um histórico de parceria com os israelenses. A Base Aérea de Santa Maria (BASM) sedia o primeiro Esquadrão VANT do Brasil, o que já denota a presença da Elbit Sistems no município, por seu aparato militar e na transferência de tecnologia proporcionada por esse intercâmbio. Estamos inseridos nesse circuito e buscamos os meios e o apoio do governador no sentido de que esse investimento possa se concretizar”, disse o prefeito.

Saiba Mais sobre a AEL Sistemas
A AEL Sistemas é uma empresa brasileira que há mais de duas décadas dedica-se ao projeto, desenvolvimento, fabricação, manutenção e suporte logístico de produtos eletrônicos, militares e civis, para aplicações em veículos aéreos, marítimos, terrestres, tripulados ou não.


Pioneira no fornecimento de sistemas para a aeronave Tucano T-27 e para o caça ítalo-brasileiro A-1, a empresa também participa de diversos programas da indústria espacial, fornecendo ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), projetos e equipamentos para os sistemas de suprimento de energia para satélites.

PT impôs ao Brasil o padrão Fifa da corrupção, diz Roberto Jefferson

A entrevista a seguir é de Bernardo Mello Franco. Ele a produziu para o jornal Folha de São Paulo de hoje. Dez anos depois de denunciar o mensalão à Folha, o ex-deputado Roberto Jefferson, 61, afirma que o PT implantou o "padrão Fifa de corrupção" e que o dinheiro das estatais continua a financiar as campanhas no país. O petebista deixou a cadeia há três semanas. Cumpre prisão domiciliar em um condomínio de alto padrão na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde já viveram os ex-craques Romário e Ronaldo.

A entrevista foi autorizada pelo juiz Eduardo Oberg, titular da Vara de Execuções Penais do Rio. 

Leia tudo:

Folha - Por que o sr. decidiu denunciar o mensalão?
Roberto Jefferson - Decidi dar a entrevista porque tinha sido vítima de uma matéria que deflagrou o processo da minha cassação. Aparecia um funcionário dos Correios, Maurício Marinho, recebendo R$ 3 mil e dizendo que era para o PTB. Era uma pessoa com quem eu não tinha nenhuma relação.
Virei o grande vilão nacional por R$ 3 mil. A matéria foi feita por encomenda da Casa Civil [então chefiada por José Dirceu]. Nós identificamos imediatamente de onde veio.

O governo tentou algum acordo para silenciá-lo?
Quando eu estava sob tiroteio, vai à minha casa o líder do governo, o [Arlindo] Chinaglia, e propõe um acordo. "Roberto, você renuncia à presidência do PTB, o governo designa um delegado ferrabrás para o processo, ele arquiva e tudo se acerta".
Eu disse: "Não aceito. Eu entrei pela porta da frente e vou sair pela porta da frente. Só que eu vou carregar um bocado de caras comigo. Vocês não vão me ver de joelhos, eu vou enfrentar vocês".
[Chinaglia nega o relato.]
Dez anos depois, o PT diz que não se comprovou o pagamento de mesada a deputados.
Havia mesada. A Lava Jato agora clareou isso. Por respeito à decisão do ministro [Luis Roberto] Barroso, eu só posso falar do passado. Mas o [Alberto] Youssef fazia pagamento mensal para vários deputados de partidos da base. Era aquilo que havia na época. As malas chegavam com R$ 30 mil, R$ 60 mil, R$ 50 mil. Não se comprovou porque não fotografaram.

Por que o sr. não aceita ser chamado de delator?
Isso me deixa chateado. Delator é quem está dentro. Eu não deixei o PTB entrar no mensalão, não aluguei minha bancada. Quando o juiz me propôs a delação premiada, respondi: "Excelência, delação premiada é conversa de canalha. Quem faz delação premiada é canalha".

O sr. afirmou que Lula era inocente. Mantém essa versão?
Eu avisei o presidente [sobre o mensalão]. A reação dele à época me deu a impressão de que ele não soubesse. Quero crer que ele não sabia.

Seu advogado disse ao STF que Lula chefiou o esquema.
Aí foi a liberdade do advogado. Eu dizia: "Para de bater no Lula, pelo amor de Deus. Você tá contrariando o que eu disse, tá me deixando de mentiroso". Foi quando ele renunciou [à defesa].
Ele é convencido de que o Lula tem culpa, de que não se faria uma coisa dessa envergadura sem o presidente saber. Ele é meu amigo, é um grande advogado, mas não obedece o cliente (risos).

Qual a maior consequência de sua denúncia para o país?
Caiu aquele véu que havia sobre o PT, de partido ético, moralista. O PT posava de corregedor moral da pátria. Ali caiu a máscara. O PT a vida inteira deblaterou contra os adversários, mas "blatterou" a prática política padrão Fifa. O PT impôs ao país o padrão Fifa da corrupção.

Dirceu era cotado para suceder Lula. Considera que mudou a história do país?
O Dirceu saiu da fila. Se fosse ele o presidente, nós já estaríamos vivendo aqui a Venezuela. A Dilma é o Maduro (risos). O Chávez é o Dirceu. Com ele, teria cerceamento das liberdades democráticas, perseguição à imprensa livre, cadeia para opositor. Não ia ter papel higiênico.

O que o levou a aparecer na CPI com o olho roxo?
Foi por causa de uma discussão com a [ex-deputada] Laura Carneiro sobre o Lupicínio Rodrigues e a música 'Nervos de aço'. Ela dizia que era de outro autor. Eu fui pegar o CD. Era uma daquelas estantes antigas, estava solta da parede. Quando fui me apoiar, o móvel veio.
Parecia que eu tinha apanhado. Essa história não adianta [repetir]. Nem minha mãe acreditou. Se mamãe não acreditou, como é que as pessoas vão acreditar?

O sr. foi condenado por receber R$ 4 milhões do PT. O que fez com o dinheiro?
Foi gasto nas eleições municipais do PTB em 2004, em campanhas de prefeito no Rio, em Minas, São Paulo. Isso ficou no passado. O partido no poder é que tem dinheiro para fazer eleição. O pequeno não tem, ele recebe o repasse do grande.

Quem fez o acordo no PT?
O Dirceu, na Casa Civil. Fechamos ali naquele prédio da Varig [em Brasília]. Financiamento de R$ 20 milhões à eleição do PTB, em cinco parcelas de R$ 4 milhões. Esse acordo não foi cumprido, só foi paga a primeira parcela. Foi um desastre para o PTB.

Há quem acredite que esse é o verdadeiro motivo de sua briga com Dirceu e o PT.
Se mamãe não acreditou que a estante caiu em mim, não quero convencer ninguém. É minha versão. Quem não acredita, paciência.

O sr. também foi acusado de usar órgãos do governo, como o Instituto de Resseguros do Brasil, para financiar o PTB.
O Lídio Duarte nos procurou para ter aval para ser presidente do IRB, fez um acordo conosco. Ele colocaria cinco brokers, operadores de mercado, recebendo R$ 60 mil de cada um. Conseguiria fazer um caixa de R$ 300 mil para ajudar o partido. Coisa que ele nunca cumpriu.

Era dinheiro de caixa dois?
Sim.

Isso é diferente do que foi descoberto no petrolão?
Não é diferente. Infelizmente, as estatais são braços partidários. As empresas públicas ainda funcionam no financiamento dos partidos. O cara briga para fazer diretor da Petrobras. É para fazer obra positiva, a favor do povo? Não existe isso.
As estatais são as grandes promotoras da infraestrutura do país. Elas é que são fortes. Não tem empresa privada no Brasil. E tem as paraestatais, que são as empreiteiras. Funcionam em função do governo.

O que acha da proposta de financiamento público?
O Brasil não tem financiamento privado. O financiamento é público de segunda linha, mas é. Quem financia campanha no Brasil são as empresas que têm grandes contratos com BNDES, Banco do Brasil, Petrobras.
Eu acho uma graça isso: "Temos que acabar com o financiamento privado". Não tem financiamento privado, é estatal. Os empreiteiros não são privados, são braços das estatais. É aí que está o caixa de toda eleição.

Então não seria melhor proibir as doações?
Se proibir o financiamento privado, vai tirar dinheiro da saúde, do transporte e da educação para fazer campanha. É um absurdo. O político vai ser linchado na rua. E proibido o financiamento privado, você dificilmente derrotará o partido oficial.

Depois de ser cassado e preso, o sr. se arrepende por ter denunciado o mensalão?

Eu sabia o que ia acontecer e estava preparado. Não tenho nenhum arrependimento. Zero. Só não gostaria de fazer de novo, de sofrer isso tudo outra vez.

TJ decide que magistrados gaúchos (remuneração mínima de R$ 20 mil) receberão R$ 799 mensais de vale alimentação

Saiu nesta sexta o ato 025/2015, assinado pelo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Aquino Flôres de Camargo, estabelecendo que o auxílio-alimentação para os magistrados gaúchos será de R$ 799 por mês. Os juizes gaúchos percebem remuneração mínima de R$ 22 mil. A partir de julho, os R$ 799 entrarão no pacote da remuneração mensal, que já tem incorporados os R$ 4,3 mil do auxílio-moradia.

Além disto, Aquino Flores decidiu que juízes e desembargadores receberão esse valor retroativo aos últimos quatro anos, portanto R$ R$ 38.352, livre de Imposto de Renda, porque, afinal, o pagamento se enquadra na categoria “verba indenizatória”

O Ministério Público deverá seguir exatamente a mesma regra do Tribunal de Justiça.
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