- Estão todos fugindo dos guerrilheiros das Farc, cujos atos de banditismo são amplamente apoiados por setores de esquerda, inclusive do PT, que governa o Rio Grande do Sul. Esses refugiados virão para a boca do lobo, caso realmente desembarquem em Porto Alegre. No governo Olívio Dutra, do PT.
A Agência Brasil, que é operada pelo governo federal de Dilma Roussef, confirmou neste domingo que no Rio Grande do Sul, ficarão assentados 33 dos 58 refugiados colombianos encaminhados com apoio da Associação Antônio Vieira. Por meio do Centro de
Defesa dos Direitos Humanos de Guarulhos (CDDH), o estado de São Paulo receberá
os demais colombianos.Os pedidos foram acolhidos pelo Acnur, cujo programa
mundial de reassentamento e refúgio tem participação do Brasil, explicou o
coordenador-geral do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Virginius
Franca Lianza. “O Conare verifica as possibilidades de integração de cada caso
em separado. O primeiro ano de moradia das famílias reassentadas é custeado
pelo próprio Acnur. Já a sociedade civil realiza a integração local dos
refugiados, e o governo brasileiro trata da legalização e proteção dessas
pessoas no Brasil.”
. O primeiro reassentamento de refugiados no Brasil foi
feito em 2002, com a chegada de 23 afegãos ao Rio Grande do Sul. Segundo o
Conare, atualmente, 467 refugiados estão reassentados em território brasileiro:
324 colombianos, 96 palestino, 27 equatorianos, nove afegãos, três
venezuelanas, três apátridas, um congolês, uma costarriquenha, uma iraquiana,
uma jordaniana e uma libanesa.
Na entrevista a seguir, o desembargador Rui Portanova, conta de que modo ele e muitas outras autoridades e militantes de esquerda, inclusive do governo do PT, encaram a atividade dos assassinos das Farc:
Portanova – A coisa não estava boa por lá. A tal “zona
liberada” tinha acabado. Aí não fui. Mais uma que perdi. Outro foi o Chávez,
por quem assinei um manifesto em favor da reeleição. Ele esteve em Porto Alegre
e até recebi convite para almoçar com El Gran Comandante. Mas aí estava na
praia. Acabei não vendo o grande comandante.
Na entrevista a seguir, o desembargador Rui Portanova, conta de que modo ele e muitas outras autoridades e militantes de esquerda, inclusive do governo do PT, encaram a atividade dos assassinos das Farc:
Zero Hora – Como começou seu contato com as Farc?
Rui Portanova – Foi quando o governador Olívio Dutra (PT)
recebeu no Palácio Piratini um representante das Farc (Hernán Ramírez, em
1999). Pediram contato com algum juiz de esquerda, sobrou para mim. (Risos.)
Sempre fui conhecido como alternativo, apesar de não ter vínculos com partidos.
Afinal, sou juiz. Recebi o sujeito no meu gabinete no tribunal. Perguntei a ele
como estavam, como viviam na selva, se tinha como ir. Disse que conhecia bem os
acampamentos do MST…
ZH – O senhor se ofereceu para conhecer os acampamentos
da guerrilha?
Portanova – Sim, sim. Queria ver como sobrevivem. Como eu
tinha algumas milhagens de avião sobrando, me ofereci para bancar a própria
viagem. Aí mantive contatos por e-mail, durante meses. Quando estava para sair
a viagem, deu um problema de data, não lembro bem. Acabei nunca indo. Fiquei
com um pouco de medo, para ser sincero. O revolucionário brasileiro e gaúcho
aqui, que chamam de juiz comunista, acabou se borrando todo, tchê. (Risos.)
ZH – Por quê?
ZH – O senhor acha normal um desembargador brasileiro
manter contatos com uma guerrilha? O senhor contribuiu com dinheiro para as
Farc?
Portanova – Acho normal, foi por curiosidade. Não
contribuí com dinheiro, apesar de muito juiz de direita contribuir com
deputados por aí.