Veja ao lado a tabela com a variação do PIB, já descontada a inflação, de acordo com os mandados presidenciais desde a Proclamação da República, em 1889
O governo da
ex-presidente Dilma Rousseff teve o terceiro pior desempenho em
termos econômicos entre os 30 mandatos presidenciais desde a proclamação da
República, em 1889, e 90% do resultado negativo se devem a “falhas nacionais”,
que podem ser atribuídas à forma como o País foi conduzido, segundo estudo
do professor Reinaldo Gonçalves, do Instituto de Economia da UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro).
“Errar, errar de novo, errar pior
parece ter sido a diretriz estratégica do governo Dilma”, escreve o
acadêmico na conclusão de um trabalho de 52 páginas sobre o tema.
A análise revela que a taxa média de crescimento
do PIB (Produto Interno Bruto) durante a presidência de Dilma foi de
0,2% - 0,3% no primeiro mandato e 0,1% entre 2015 e o primeiro semestre de
2016, ano em que ela foi afastada da Presidência. No ranking dos governos
brasileiros dos últimos 127 anos, a petista só está à frente dos
ex-presidentes Fernando Collor de Mello (1990-1992) e Floriano
Peixoto (1891-1894). (Veja o ranking completo abaixo)
De acordo com o estudo, enquanto Dilma ocupou o Planalto,
entre 2011 e 2016, a renda per capita global cresceu a uma taxa média anual de
3,4%, muito próxima da taxa média de 3,5% do período entre 1980 e 2016.
Enquanto isso, o indicador brasileiro
apresentou comportamento bastante distinto: avançou apenas 0,2% sob
Dilma ante uma taxa média de 2,4% dos 36 do período desde a década de 1980.
Por fim, o professor cita falhas de governo propriamente
ditas, em que se enquadra o “toma lá, dá cá” político (balcanização do aparelho
estatal), além de práticas de assistencialismo, clientelismo, patrimonialismo e
corrupção no trato da coisa pública. As "heranças malditas" de seus
antecessores, porém, não eximem a ex-presidente da responsabilidade do
desempenho da economia brasileira ao longo de sua administração, argumenta
Gonçalves. “Apesar de receber uma herança calamitosa em termos éticos, sociais,
econômicos, políticos e institucionais, o governo Dilma, no lugar da ruptura
com essa herança, optou pelo aprofundamento de estruturas, processos, relações
e condutas viciadas”, observa o especialista.
CLIQUE AQUI para ler todo o estudo.