A entrevista é de página inteira do Jornal do Comércio, Porto Alegre, edição de hoje. A repórter é Patrícia Comunello. Vale a pena ler. O grupo Walmart comprou no RS as cadeias Nacional, Econônmico, Exxtra e BIG, mas opera em todo o País.
Rede voltará a abrir lojas em 2015, mas não sabe se no
Sul, diz Loureiro
Para entregar o “menor preço todo dia”, o Walmart, maior
rede varejista do mundo, precisou parar de abrir lojas e fazer integração de
operações no Brasil. Boa parte da empreitada está pronta e é encarada como
decisiva à rentabilidade do negócio, revela o atual presidente do grupo no
País, o administrador de empresas Guilherme Loureiro, 47 anos. Com isso,
Loureiro prevê que a abertura de lojas voltará em 2015. Desde agosto de 2013 no
cargo, que trocou pelo menos três vezes de dono desde 2010, o executivo, que
fez carreira por 25 anos na Unilever, rende-se ao poder do cliente, acima do
dos acionistas. O presidente esteve, na quinta-feira passada, em Porto Alegre,
entregou obras de mobilidade na região do BIG e Sam’s Club, na zona Norte,
falou dos fechamentos de pontos do Nacional na Capital e disse que as lojas
estão melhores, com mais facilidade de gestão.
Jornal do Comércio — O Walmart enfrentou queixas de
clientes do Nacional em Porto Alegre. O gaúcho é mais exigente do que o resto
do País?
Guilherme Loureiro — Sempre dissemos que o cliente é
nosso chefe, e só satisfaço o acionista se antes atender ao consumidor. O
cliente nos julga toda hora. Se vai à nossa loja e não está boa, deixa de
comprar, se está boa, ele volta. Se tem cliente mais exigente, por incrível que
pareça, é melhor, pois ele não deixa a gente descansar e achar que está bom
quando quem tem de achar se está bom é ele. Aquele que não fala acaba não
voltando. A exigência do cliente gaúcho é bem-vinda. Mas não há medição disso,
há a fama. O cliente hoje é mais informado e tem mais formas para divulgar,
como as redes sociais, e isso é em todo o País e no mundo. O cliente é mais
exigente e também elogia, pois quer que o que está bom continue.
JC — Mas o cliente daqui é mais do que outros?
Loureiro — Vou contar uma história. Recebi um e-mail
de um morador de Florianópolis que fez um dossiê do que não estava bom em uma
loja. Respondi e disse que não via todos os problemas, e o convidei a ir comigo
lá, e ele topou. No dia da visita, encontrei com o cliente, engenheiro em uma
grande empresa e por acaso gaúcho, e convidei para primeiro andar pela loja,
para mostrar o que já havíamos feito e o que poderia melhorar.
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