- Título original do jornal Gazeta do Povo: "A milícia digital anônima contra a liberdade de expressão".“Liberdade para as ideias que detestamos”. Foi assim que o juiz da Suprema Corte americana Oliver Holmes Jr. se referiu, em 1929, ao que ele considerava o coração da liberdade de manifestação do pensamento. Defender o direito de expressão dos que pensam como nós é fácil; difícil é defender esse mesmo direito para os que discordam de nós, para os que têm opiniões que consideramos absurdas, para aqueles cujas ideias nós abominamos.
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As milícias do ódio realizam o sonho dos jacobinos do Terror pós-Revolução Francesa e dos juízes dos tribunais de fachada da União Soviética stalinista: conseguem, em pouquíssimas horas, acusar, julgar, condenar e executar a pena, sem dar a menor chance de o “cancelado” se defender
A liberdade de expressão está sob ataque intenso, um ataque talvez mais grave que a antiga e sempre abominável censura estatal. Não exageramos quando chamamos de “milícias virtuais” os promotores da chamada “cultura do cancelamento” e de pressões anônimas sobre empresas.
As milícias virtuais realizam o sonho dos jacobinos do Terror pós-Revolução Francesa e dos juízes dos tribunais de fachada da União Soviética stalinista: conseguem, em pouquíssimas horas – tal é a velocidade com que se disseminam as informações hoje –, acusar, julgar, condenar e executar a pena, sem dar a menor chance de o “cancelado” se defender. E, não satisfeitas, as milícias passam a mirar também toda a rede de contatos ou relacionamentos comerciais da vítima, criando “culpados por associação” e acuando-os até que se penitenciem publicamente de algo que jamais fizeram. Uma caça às bruxas que nunca tem fim.
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