Finalmente chega ao fim o amargo capítulo vivido pelo
padre Júlio Lancellotti, conhecido pela atuação entre moradores de rua e
menores infratores. O Tribunal de Justiça de São Paulo publicou, na semana
passada, o acórdão que condena o casal Anderson Marcos Batista e sua companheira,
Conceição Eletério, a sete anos de prisão por crime de extorsão.A publicação do acórdão conclui o segundo processo de
ameaça movido pelo líder religioso contra o casal, que no primeiro julgamento,
em 2007, foi inocentado por falta de provas. Desta vez, imagens de Anderson
cercando o padre na porta de casa serviram de base para a condenação em
primeira instância.Em maio de 2011, quando saiu a condenação, o padre
afirmou que muitos dizem que "ele experimentou do veneno que
combateu". Desde a última ameaça sofrida, em janeiro do ano passado,
Lancellotti sofreu em silêncio, temendo a volta de deboches e acusações contra
o missionário que teria acolhido Anderson com outras intenções.Depois do novo cerco, quando o rapaz exigiu dinheiro do
padre e o ameaçou de morte, o líder religioso recorreu ao advogado e amigo Luiz
Eduardo Greenhalgh, que o aconselhou a irem a poícia. Relutante, o padre se
lembrou da humilhação que sofreu na delegacia da primeira vez em que recorreu à
Justiça do País e da absolvição de Anderson quatro antes antes.
A demanda foi então encaminhada diretamente por
Greenhalgh ao Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira
Pinto, que adicionou o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa para
cuidar do caso.Aliviado, o padre estará na tarde deste domingo no
Arsenal da Esperança, que abriga 1.200 desassistidos na capital paulista. Ele
celebrará, ao lado do cardeal dom Odilo Scherer, a missa de Natal para os
moradores de rua.