O ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht prestou
depoimento ao juiz Sergio Moro nesta segunda-feira, disse que o
ex-presidente Lula foi beneficiário de pagamentos em espécie da empreiteira e
afirmou que o petista sabia da existência de uma planilha com uma “conta” que a
empresa possuía com o PT.
A Istoé já tinha contado esta história escabrosa.
Marcelo Odebrecht foi ouvido em ação penal sobre o favorecimento ao ex-presidente pela empreiteira com a compra de um
terreno para o Instituto Lula, em São Paulo, e de um apartamento vizinho ao que
mora, em São Bernardo do Campo (SP).
Esse é o segundo processo do ex-presidente
sob responsabilidade de Moro.
Em mais de três horas de depoimento, ele falou sobre a
relação da empreiteira com os governos do PT e disse que um dos motivos para os
pagamentos a Lula era manter a influência sobre Dilma Rousseff, considerada uma
“incógnita” pela empresa quando assumiu o governo, em 2011.
O empreiteiro disse que foi criada uma conta apelidada de
“Amigo” para atender a interesses de Lula. O gerenciamento, disse ele, cabia ao
ex-ministro Antonio Palocci, que está preso no Paraná.
Marcelo Odebrecht afirmou que os pagamentos foram feitos por meio de
Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci e também réu, e somaram R$ 9 milhões
em 2012 e 2013.
Sobre a compra do terreno para o instituto, disse que foi
procurado por José Carlos Bumlai, amigo do presidente e também condenado na
Lava Jato, para providenciar a aquisição. Palocci, contou o empreiteiro,
autorizou que a quantia despendida, R$ 12,5 milhões, fosse debitada da conta “Amigo”.