Aracruz recomeçará em janeiro, obras do porto gaúcho de R$ 130 mi

Poderão recomeçar em janeiro as obras de implantação do porto (900 metros de cais) e da retroárea de 64 hectares que a Aracruz resolveu fazer em São José do Norte.

. A Aracruz parou com tudo depois da eclosão da crise global, mas seu programa de alfabetização e qualificação de mão de obra prosseguiu. Já foram diplomados 1.500 alunos.

- As obras do porto (calado natural de 14 metros na Lagoa dos Patos) custarão R$ 130 milhões.Pelo complexo sairá a celulose produzida em Guaíba.

Saiba mais sobre São José do Norte

São José do Norte, 25 mil habitantes, 21 mil eleitores, fica na boca da Lagoa dos Patos, defronte para Rio Grande, cuja ligação só é possível por barcas.

. Trata-se de uma economia rural, com ênfase para cebola, arroz, madeira e pecuária – além de pescado.

- A safra de camarão do início de verão é magnífica em São José do Norte. Este ano foram 4 milhões de quilos. Em fevereiro, dá para comprar camarão por R 2,00 o quilo em São José do Norte.

StoraEnso retomará projeto de US$ 1,5 bi no RS

A StoraEnso vai recomeçar a compra de terras no RS. O grupo sueco-finlandês conseguiu autorização para registrar em seu nome as áreas de fronteira que comprou.
. A StoraEnso implantará uma fábrica de celulose e papel na Metade Sul do RS. O investimento total previsto para o RS (florestamento e fábricas) irá a US$ 1,5 bilhão.

Proposta orçamentária projetará investimentos diretos de R$ 1,5 bi em 2010

A proposta orçamentária para 2010 que o governo gaúcho enviará para a Assembléia a qualquer momento, desenhará duas contas que serão verdadeiras peças de campanha:
1) A manutenção do déficit zero também no ano que vem.
2) A previsão de investimentos diretos de R$ 1,5 bilhão em 2010.
. São duas contas inéditas em toda a história contemporânea do setor público do RS.

Assume nova gerente de Relações Governamentais da GM no RS

Foi para Daniela Kraemer a gerência de Relações Governamentais e Públicas da GM de Gravataí.
. Daniela já assumiu.
E-mail: daniela.kraemer@gm.br

Este advogado gaúcho fez o STF chamar Lula para depor sobre o Mensalão

Foi o advogado gaúcho Luiz Francisco Correa Barbosa quem pediu a convocação do presidente Lula para depor como testemunha no caso do Mensalão. Barbosa é advogado do ex-deputado Roberto Jefferson.
. A estratégia do advogado e de Roberto Jefferson é transformar Lula em réu, indiciando-o como o verdadeiro chefe do Mensalão.
. Os leitores podem até não se lembrar, mas o presidente do PTB declarou várias vezes que advertiu Lula sobre o Mensalão e que ele não tomou providência alguma. Para não dizer que não fez nada, Lula chamou os ministros da Thomaz Bastos e Aldo Rabello para buscar informes sobre o caso. O advogado Luiz Barbosa interrogou os dois em São Paulo e ambos confirmaram a investigação, classificada por eles como “informal”.

PMDB poderá ir de Paulo Ziukolsky para o Senado

Submetido a implacável fogo cerrado, o deputado Eliseu Padilha perde condições políticas cada vez mais para disputar o governo gaúcho ou uma cadeira de senador.
. O PMDB poderá optar por Paulo Ziukolsky para uma das duas vagas para o Senado.

Beto decidido a disputar sucessão no RS

É cada vez mais consistente a decisão do deputado Beto Albuquerque de disputar o
governo do RS.
. PSB, PC do B e PPS não vacilarão no apoio, mas PDT, PTB e PP ainda balançam o coração entre Fogaça/Tarso (PDT), Yeda/Fogaça (PTB) e Yeda (PP).
- A chave da sucessão chama-se Yeda Crusius. Ela já recuperou suas condições de candidata (o processo do MPF livrou a cara de Yeda) mas terá que batalhar até abril para retomar suas condições de competitividade (dar visibilidade ao déficit zero e às obras).

Os hackers estão soltos na Assembléia do RS

Os hackers estão soltos na Assembléia do RS, mas só atacam tucanos.

Saiba como o grotesco deputado Pavan virou presidente da Assembléia do RS

O deputado Ivar Pavan foi o primeiro deputado do PT a presidir a Assembléia do RS. A idéia do PMDB, PP e PDT, que no início de 2007 estavam aliados, foi costurar um clima político de harmonia no RS, entregando a presidência ao PT em 2009. Também aliados do PTB, PMDB, PP e PDT esnobaram o PTB.

. A leitura do mandato do deputado Pavan, um deputado grotesco que ainda troca os erres e mantém a língua presa, contém duas velhas lições que a maioria desaprendeu no RS:

1) Não se abre Poder, sequer uma parcela dele, para a minoria, porque cabe a esta buscar a maioria que não teve competência para conquistar.

2) O PT não é um Partido democrático, sobretudo no RS, onde sua fração dominante, a DS, de corte neotrotskista, despreza as chamadas moral, ética e legalidade burguesas, já que propõe substitui-las pela moral, ética e legalidade populares (comunista).

. Deu no que deu.

. Da mesma forma que pela primeira vez uma Assembléia do RS decidiu encaminhar um pedido de impeachment, o deputado Pavan pode ser o primeiro presidente da Assembléia do RS a ser mandado de volta para casa.

Bordignon, do PT, e o estranho nepotismo cruzado em Gravataí.

O Jornal de Gravataí desta quinta-feira denunciou a existência de um rosário local de nomeações de parentes de dignitários locais do PT. O PT está há 16 anos no comando de Gravataí.

. Encabeça a lista o ex-prefeito e atual deputado Daniel Bordignon, um dos dois membros do Partido na CPI do PT, que investiga casos de improbidade administrativa nos governos estadual, municipais e federal. É que o irmão do deputado, Sérgio Bordignon, aboletou-se no gabinete do presidente da Câmara, Carlito Nicolait, do PT. Bordignon não é mal agradecido: em seu gabinete na Assembléia encontraram polpudas CCs os funcionários Andra Abrussi, mulher do presidente da Câmara que nomeou o irmão do deputado, além de Edilene Guimarães, mulher do vereador Airton Vasconcelos, do também vereador Airton Vasconcellos, mais Alexander Medeiros, filho do vereador Carlinhos de Medeiros. A enteada (Nayaiua) e a irmã (Maria Luiza) passaram pelo gabinete do deputado Paulo Pimenta, do PT.

. A prática mais comum em Gravataí é de nepotismo cruzado, considerada crime pelo ministro Ricardo Lewandowski em sua Súmula da Lei Antinepotismo.

- O deputado do PT responde a processos por improbidade administrativa e por crime contra a administração pública. No TCU pesa contra Bordignon uma condenação que poderá impedi-lo de concorrer à reeleição.

CLIQUE AQUI para ler a reportagem "Suspeitas de nepotismo e troca de favores assombram a política local", na íntegra.

Dez entre dez gaúchos esperavam a farsa montada por Pavan na Assembléia

Como esperavam dez entre dez gaúchos, o presidente da Assembléia do RS, Ivar Pavan, do PT, aceitou encaminhar o pedido de impeachment contra a governadora Yeda Crusius.
. Pavan seguiu as ordens da DS, a fração neotrotskista do PT.
. O timing petista foi encorpar a falsa reunião da CPI do PT.
. O pedido de impeachment e a farsa na falsa reunião da CPI do PT foram baseados em “provas” desprezadas pela Justiça Federal para negar o afastamento e o bloqueio dos bens de Yeda.
- A esmagadora maioria da base aliada na Assembléia mandará o pedido para a lata do lixo da história.

Franceses costumam pagar 3% de comissão na venda das suas armas

CLIPPING
Hélio Fernandes
Tribuna da Imprensa, Rio, 10 de setembro

Especialistas me dizem: “Helio, normalmente, uma operação como essa de 60 bilhões, provocaria uma comissão de 1 bilhão e 800 milhões (Três por cento). Mas como é operação praticamente sigilosa, sem que ninguém fosse ouvido, a comissão pode (e deve) chegar a 6 bilhões. (10 por cento).

Seminário sobre Declaração de Informações Econômico-Fiscais

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Pavan, como esperavam dez de cada dez gaúchos, aceitou pedido de impeachment contra Yeda

Como já previa o editor desta página e dez entre dez gaúchos, o presidente da Assembléia, o petista Ivar Pavan, aceitou o pedido de impeachment contra a governadora Yeda Crusius, garantindo a tramitação do processo no Plenário da Casa. O pedido será fulminado na própria Comissão de Constituição e Justiça. Pavan escolheu a dedo a data. Trata-se de mais um factóide político armado pelo PT para atingir Yeda. O deputado trabalha como liderado da DS, do PT, e não como chefe de Poder. Ele encontrou indicios nos autos que estão em poder da juiza Simone Barbisan, que foram desprezados como imprestáveis pela própria juiza ao negar 1) o afastamento de Yeda do cargo, e, 2) o bloqueio dos bens de Yeda.

. Nos pedidos de impeachment apresentados contra o governador Olívio Dutra, do PT, inclusive pelo advogado Paulo do Couto e Silva, o presidente da Assembléia, adversário de Yeda, preferiu fulminar a proposta sem discussão, e isto que uma CPI, a da Segurança Pública, havia devastado o governo do PT, a tal ponto que Olívio sequer pode se candidatar à reeleição.

. O que disse o deputado Ivar Pavan

— Analisando os autos, não há dúvida de que um grande esquema criminoso se organizou no Rio Grande do Sul para desviar recursos públicos. Diante do pedido de impeachment, da minha parte cabe analisar unicamente se há indícios da relação entre a governadora e este esquema criminoso. Analisando os autos, selecionamos, entre muitas citações, 26 situações que revelam fortes indícios da relação da governadora com o esquema. (...) Diante da análise dos autos não resta dúvida de que as condições prévias e mínimas estão presentes no pedido. Assim, admito e dou tramitação à presente denúncia por crime de responsabilidade contra a governadora do Estado por infringência à Lei 1.079 de 1950 — declarou Pavan. A partir de agora, será criada uma comissão composta por dois terços dos deputados estaduais. Eles elegem um presidente e um relator para o processo. Em 10 dias, há um parecer e é deliberado se o parlamento admite ou não o processo.

Caças: EUA oferecem o mesmo que a França

Em reação à decisão do Planalto de negociar com a francesa Dassault a compra de 36 caças, o governo dos EUA informou que oferece também a transferência de tecnologia da Boeing, aprovando inclusive a montagem do caça americano no Brasil. A resistência a transferir tecnologia emperrava a negociação com os EUA. A Suécia também deverá fazer nova proposta.

. Lula brincou: "Daqui a pouco vou receber de graça."

Câmara aprova aumento para ministros do STF e mais 7.709 vagas de vereador

A Câmara aprovou ontem o aumento salarial para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) dos atuais R$ 24.500 para R$ 26.723. Foi aprovado também projeto semelhante fixando o salário do procurador-geral da República no mesmo valor. As propostas agora seguem para votação no Senado.

. O reajuste é aplicado em cadeia para todos os procuradores e integrantes do Judiciário e aumentará os gastos da União em R$ 189 milhões com os magistrados e R$ 94 milhões com o Ministério Público, segundo cálculos de consultores da Câmara.

. A Câmara tambem aprovou ontem à noite em primeiro turno a emenda à Constituição que pretende criar 7.709 novas vagas de vereadores no Brasil, elevando o atual tamanho das Câmaras Municipais em 14,8%. O texto foi aprovado por 370 votos a 32, com 2 abstenções, e ainda precisa passar por votação em segundo turno para ir à promulgação. A emenda redimensiona o tamanho da maioria das Câmaras, aumentando cadeiras principalmente em cidades entre 80 mil e 1 milhão de habitantes.

Conar manda Hyundai retirar anúncios mentirosos dos jornais, revistas e TVs

No entendimento do conselho de ética do órgão, peças distorcem pesquisas. Nesta quarta-feira, o editor reclamou do Conar uma posição sobre a guerra comercial aberta entre Hyundai e Kia, com evidentes prejuízos para o conhecimentol dos consumidores brasileiros.

. Pois nesta quinta-feira o editor recebeu a seguinte nota sobre o assunto:

O Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar) deu parecer favorável à Kia Motors do Brasil, acolhendo a Medida Liminar de Sustação de Anúncio contra a Hyundai Motor Brasil, do Grupo Caoa. A briga entre as duas montadoras (que pertencem ao mesmo grupo sul-coreano) chegou ao Conar na semana passada. Com o argumento de que a Hyundai vinha praticando propaganda enganosa e utilizando termos ofensivos para se referir à sua concorrente, a Kia entrou com uma ação junto ao órgão, solicitando a suspensão dos anúncios de mídia impressa e das peças veiculadas pela Hyundai. De acordo com a decisão do Conar, as peças com os títulos ‘A notícia que abalou o mercado automobilístico mundial’ e ‘Hyundai. Eleita a melhor do mundo em qualidade entre as marcas de grande volume de vendas’ não poderão mais ser publicadas. A Z+, agência responsável pela criação dos anúncios, também foi notificada. Segundo a avaliação do conselho de ética do órgão, o conteúdo das peças da Hyundai não é verdadeiro, pois distorce as pesquisas nas quais está baseado, traduz do inglês expressões em que omitem fatos e trechos fundamentais, o que estaria denegrindo a imagem da Kia Motors do Brasil. A atitude implica em ostensiva prática de concorrência desleal.

Maioria dos ministros do STF apoia a extradição de Battisti

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal apoia que o ex-militante da extrema-esquerda italiana Cesare Battisti, 54, seja extraditado à Itália, país em que foi condenado pelo assassinato de quatro pessoas nos anos 1970.

. O julgamento, contudo, foi interrompido depois de mais de dez horas de duração, por um pedido de vista do ministro Marco Aurélio Mello. Mesmo assim, ele explicitou sua posição contrária à extradição.

. Quatro magistrados já votaram por extraditar o italiano, ao entender que os crimes atribuídos a ele não tiveram motivações políticas. Eles consideraram também ilegal o ato de refúgio político concedido a Battisti pelo governo Lula. Além do voto de Marco Aurélio, ainda falta o do presidente da corte, Gilmar Mendes, que ontem sinalizou que acompanhará o voto do relator do caso, Cezar Peluso, formando assim uma maioria pela extradição.

Senado inclui restrições a pesquisa na lei eleitoral

Numa sessão confusa, o Senado confirmou ontem a inclusão na legislação eleitoral de uma regra sobre a metodologia de pesquisas de opinião que é considerada restritiva por institutos especializados. A votação da lei foi interrompida ontem, sem votação dos itens polêmicos (regras para a internet e eleição em caso de cassação de governadores). Será retomada hoje de manhã.

. A emenda sobre pesquisas eleitorais, de autoria do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), estabelece que os dados socioeconômicos usados nas pesquisas, como sexo e grau de instrução, sejam baseados em dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A argumentação de Crivella é a de que isso daria padrão às pesquisas e impediria fraudes.

. Mas alguns institutos, como o Datafolha, temem "engessamento", já que outras metodologias não podem ser usadas. A emenda de Crivella, que já havia sido aprovada nas comissões de Constituição e Justiça e de Ciência e Tecnologia, foi mantida em votação simbólica por um plenário disperso, esvaziado e que não sabia direito o que estava aprovando.

Saiba como Peluso desmoralizou o ato covarde de concessão de asilo a Battisti

O voto do ministro Cesar Peluso pela extradição do terrorista italiano Cesare Battisti desmascara a concessão de asilo político patrocinada pelo ministro Tarso Genro.

. É uma peça devastadoramente clara, porque demonstra a ilegalidade do ato, antes de mais nada, mas também esclarece o conteúdo político anti-democrático do ato assinado pelo presidente Lula.

CLIQUE a seguir, leia, releia, estude e passe adiante, porque este material poderá ser de boa utilidade nas eleições do ano que vem no RS:
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStfArquivo/anexo/Ext1085CP.pdf

Opinião do leitor - A arrogância de Joaquim Barbosa no voto favorável a Battisti


OPINIÃO DO LEITOR

Sobre o ministro do STF, Joaquim Barbosa, que ontem ofereceu aquele espetáculo deplorável em favor do terrorista italiano Cesare Battisti, vê o que escreveu Reinaldo Azevedo, e destaco em azul. O ministro começou falando de suas dores na coluna, e que no plenário não havia "posições ergonométricas disponíveis como as recomendadas a ele por ordem médica"........, mas bem que ficou ali sentado e furioso, dizendo o que disse, desviando o foco da discussão.
seu voto poderia ser muito mais sintético, sem as citações em inglês e palavras estudadamente inseridas em francês, prá mostrar como ele é erudito. Milena Dalligna, Florianópolis, SC.



BATTISTI, O STF E O MAL QUE A ARROGÂNCIA FAZ À COLUNA VERTEBRAL
quinta-feira, 10 de setembro de 2009 5:19
É natural que questões que chegam à suprema corte de um país dividam mesmo opiniões. De fato, é saudável e útil para a democracia que ministros de um tribunal superior tenham divergências tão evidentes como as que vimos no dia de ontem, no caso Cesare Battisti. Se as leis fossem suficientes para eliminar, sozinhas, todos os detalhe e sinuosidades da realidade, juízes seriam dispensáveis: uma máquina resolveria o problema. Assim, pode-se ser douto e contribuir para a democracia votando-se de um jeito ou de outro. Se a questão foi parar no STF, é porque outras pessoas, em outros estágios, sustentaram divergências. É do jogo.
Um dia, num determinado caso, apoiamos a tese de um grupo de ministros; muda o assunto e pronto! Lá estamos perfilados com outro. Em qualquer dos casos, esperamos argumentação sólida e posição maiúscula. Um bom argumento contrário àquilo que a gente pensa, por exemplo, representa um chance formidável de aprendizado; é preciso que sejamos confrontados o tempo todo com as nossas convicções e crenças — e suas conseqüências.
Assim, pouco importa se A, B e C votaram ou não de acordo com as nossas escolhas. O que interessa ao país e ao direito é que os argumentos sejam bons. Ontem, evidentemente, vimos os ministros divididos em dois grupos: parte deles — creio que quatro; acho que Marco Aurélio vota contra a extradição — entende que o refúgio é decisão que cabe ao ministro da Justiça; para cinco outros, o fato de o ministro conceder tal estatuto não torna a decisão impermeável à Justiça - alinho-me com estes. Ora, se a Justiça pode e deve examinar o ato do ministro, é evidente que seus argumentos terão de ser levados em conta.
Vocês sabem que este blog foi pioneiro - pioneiro mesmo, o primeiro - a apontar a barbaridade daquele parecer de Tarso Genro, demonstrando que o ministro da Justiça chamava para a si a função de corte revisora da Justiça Italiana. Como se lhe competisse tal tarefa e a Constituição lhe facultasse tal poder, Genro procedeu até a um reexame de provas. À distância e inteiramente pautado pela defesa de Cesare Battisti, o ministro da Justiça concluiu que o sentenciado tinha sido injustiçado. Não só isso: alegou, o que é mentira comprovável, que a Itália vivia um regime de exceção quando Battisti foi condenado e, suprema ousadia!, “retipificou”, se me permitem o neologismo, seus crimes.
Na Itália, o homicida foi condenado por crime comum; Tarso chamou as mortes de crimes políticos — e, então, concedeu o refúgio, contrariando o próprio Conare (Conselho Nacional de Refugiados) e algumas comissões internacionais. Tudo isso vocês já sabem e foi exaustivamente tratado aqui. FELIZMENTE, POR CINCO A QUATRO, O ATO DE TARSO JÁ FOI CONSIDERADO ILEGAL PELO SUPREMO. Resta agora decidir sobre a extradição de Battisti. A tendência é manter o mesmo placar a favor do envio do italiano a seu país. Falemos, agora, de qualidades.
O voto de Joaquim BarbosaCarmen Lúcia, por exemplo, entendeu que a decisão cabia a Tarso Genro e que, uma vez tomada, não cumpria ao STF analisar a questão; parece que foi esse também o entendimento de Eros Grau — talvez venhamos a descobrir a justificativa de seu voto… Ontem, se não entendi errado, ele ficou magoado com Peluso e saiu batendo os pés. Mas e Joaquim Barbosa? O que vimos ali não foi a exposição de um voto, mas de uma metafísica influente. Não era Joaquim Barbosa que falava, mas o Zeitgeist, o espírito do tempo. De um tempo que, quero crer, um dia há de passar. Por que digo isso?
Joaquim Barbosa, lamento dizer, deixou de lado a questão para dar curso às piores teses de Tarso Genro veiculadas pelos corredores. Não aquelas, já muito ruins, expressas nos autos. Reitero que foi o ministro da Justiça quem procurou desmoralizar a Justiça da Itália, atribuindo-lhe nada menos do que uma sentença descabida. Mais: agrediu a democracia aquele país quando a caracterizou como regime de exceção. Pior: aceitou a premissa, também absurda, de que o atual estado de direito italiano não pode assegurar a integridade de Battisti e, vejam só, empreende contra ele uma perseguição. Ora, se existe ânimo agressivo nisso tudo, parte de quem?
A Itália entendeu — e, como se nota, a maioria do STF também — que a decisão de Tarso continha falhas gritantes. E fez o óbvio, Santo Deus! Recorreu à Justiça brasileira. O que há de arrogante, ilegal, indelicado ou que seja nesse comportamento? Inadequado, aí sim, seria empreender uma campanha contra o Brasil mundo afora ou algo parecido. Um país que decide apelar à Justiça do outro ou a fóruns multilaterais para fazer valer o seu direito comete, por acaso, alguma infração, ainda que à etiqueta? Pois Tarso Genro viu nisso uma grave ameaça à soberania nacional!!! O mesmo Tarso que foi a Mônaco, em pessoa, pressionar a justiça do principado a extraditar Salvatore Cacciola. O Brasil tinha lá os advogados para cuidar de sua causa.
Por que falei que Barbosa ontem era a manifestação do espírito do tempo, do Zeitgeist - em alemão, como ele gosta? Porque ele transformou os esforços da Itália para obter a extradição na luta de uma “potência estrangeira” — ele chamou a Itália de “potência estrangeira” algumas vezes — contra um, sei lá eu, país pobre, mas muito soberano e orgulhoso… Não pode haver, para lembrar Nelson Rodrigues, nada mais parecido com o complexo de vira-lata do que isto: o outro não faz o que faz porque, afinal, tem um ponto de vista diferente do nosso; ele faz o que faz só para nos espezinhar; só para tentar demonstrar que é melhor do que nós; só para tirar a nossa legitimidade.
Não dá! Barbosa parecia a versão togada do Lula a falar do pré-sal e dos aviões de guerra que vão preservar as nossas riquezas das ambições e do olhar ambicioso dos estrangeiros… O ministro acusou ainda a arrogância da embaixada da Itália, que lhe pediu uma simples audiência. Que mal há nisso? Por uma acaso o embaixador propôs um encontro secreto, às escondidas, em algum vão de Brasília?
Barbosa também tem alguma dificuldade — ou muita — de conviver com o contraditório. Quando discorda de alguém, parece à beira de um ataque dos nervos e estufa o peito como um pombo. Pode vir daí o problema de coluna. É só uma hipótese. Ao projetar excessivamente o esterno, talvez force demais o “S” das regiões dorsal e lombar… Às vezes, a pessoa pensa que sofre da coluna e só sofre da falta de uma dose mínima de modéstia ou de espírito tolerante. Não sara nunca se não mudar a postura. Ao discordar de seus pares, reage sempre como quem acabou de ouvir um grande absurdo, mais ou menos à moda de um professor indignado diante de uma abordagem estúpida de um aluno indisciplinado. Ou um pai impaciente com um filho recalcitrante. Sua voz se torna estridente, ele parece apelar a uma platéia imaginária, como a exclamar: “Ouçam o que ele está dizendo! Que absurdo!!!” Ocorre que ele não está na condição de quem pode dar aula a seus pares nem é chefe de ninguém. E precisa ouvir mais a voz silenciosa da ponderação.
Barbosa pode até ter algum interesse na luta de uma “potência estrangeira” contra o Bananão, mas o debate sobre o comportamento de um homicida condenado não é, certamente, o melhor pretexto para isso. Essa gesta das vítimas históricas contra os exploradores históricos é uma fantasia que embala a política, mas serve, como se viu ontem, muito pouco à Justiça.
Porque tal argumentação não está sendo levada a sério, vai-se conseguir fazer com que um homicida pague, ao menos um pouco, pelos seus crimes. O contrário disso seria premiá-lo com um galardão: “Parabéns, Battisti, quando matava, você estava fazendo política. E sua luta foi reconhecida”.

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