O Muro da Vergonha de Dilma elevou ao limite a tolerância do povo brasileiro

CLIQUE AQUI para examinar o show de Fábio Júnior em Nova Iorque.

A foto ao lado é da noite deste domingo,enviada por Whats App ao editor.

As redes sociais bombaram durante todo este domingo para repercutir incidentes diferentes da oposição ao governo Dilma, a Lula e ao PT.

É a Semana da Pátria.

Além do Muro da Vergonha, erguido em Brasília para "proteger" a nomenklatura petista da proximidade do povo e que será objeto de colheraço nesta segunda, também o show de Fábio Júnior em Nova Iorque, conforme link ao alto, demonstram que a paciência dos brasileiros já passou dos limites.


Vendas despencam 37% na Expointer deste ano

Negócios totais
R$ 1,709 bilhão
Menos 37% sobre 2014

Máquinas e equipamentos agrícolas
R$ 1,69 bilhão
Menos 37%

Animais
R$ 15,38 milhões
Mais 24%

Agricultura familiar
R$ 2,2 milhões

Mais 12%

Em Brasília haverá colheraço contra Dilma no dia 7

As redes sociais conclamam os cidadãos de Brasília a levarem colheres para a Praça dos Três Poderes, porque precisarão utilizá-las para fazer um "colheraço" quando Dilma estiver no palanque. Os "colhertadores" usarão as placas do Muro da Dilma, que é o conjunto de placas de aço erguidas pelo governo para impedir que o povo ingresse em massa no local mais central do desfile do Dia 7. 

A exemplo do que ocorreu no 1º de Maio, Dia do Trabalho, a presidente Dilma Rousseff fará pronunciamento à nação pela internet nesta segunda-feira, Dia da Independência. O pronunciamento ficará disponível nos sites oficiais e redes sociais da Presidência de República.

No Dia do Trabalho, a decisão de Dilma Rousseff de não fazer o pronunciamento em rede nacional foi tomada em reunião de coordenação política no fim de abril. Na ocasião, o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, negou que a decisão tivesse relação com manifestações contrárias ao governo em pronunciamentos anteriores, os chamados panelaços. Foi a primeira vez, desde que governa o país, que Dilma não falou à população brasileira por meio de cadeia nacional de rádio e televisão no Dia do Trabalho.


O ministro destacou que o uso das plataformas online seria uma tendência. “O que a presidente tem feito, e fez no dia 1º de maio, foi priorizar a comunicação por meio das redes sociais, valorizando um modal de comunicação. Isso não significa que os demais não serão utilizados”, disse Edinho Silva na ocasião.

Saiba por que o imigrante deve adaptar-se ao País que escolheu: é pegar ou largar.

Neste momento em que todo o mundo ocidental passa por dramático cenário de tensão por causa dos refugiados da Ásia e da África que buscam a liberdade e o progresso, vale a pena reproduzir este discurso pronunciado no dia 22 de outubro de 2009. 

Ele deixa bem claro de que modo o imigrante precisa adaptar-se ao País que o acolheu, adotando suas leis e seus costumes de modo incontestável.

Isto vale mais ainda para imigrantes que não foram desejados, mas acabaram sendo abrigados por razões humanitárias, como é o caso atual. 

Leia:

Imigrantes não australianos devem adaptar-se. É pegar ou largar! Estou cansado de saber que esta Nação se inquieta ao ofendermos certos indivíduos ou a sua cultura. Desde os ataques terroristas em Bali, assistimos a uma subida de patriotismo na maioria dos australianos.

A nossa cultura está desenvolvida desde há mais de dois séculos de lutas, de habilidade e de vitórias de milhões de homens e mulheres que procuraram a liberdade. A nossa língua oficial é o Inglês; não é o Espanhol, o Libanês, o Árabe, o Chinês, o Japonês, ou qualquer outra língua. Por conseguinte, se desejam fazer parte da nossa sociedade, aprendam a nossa língua!

A maior parte do australianos crê em Deus. Não se trata de uma obrigação cristã, de influência da direita ou pressão política, mas é um fato, porque homens e mulheres fundaram esta Nação sobre princípios cristãos e isso é ensinado oficialmente. É perfeitamente adequado afixá-lo sobre os muros das nossas escolas. Se Deus vos ofende, sugiro-vos então que encarem outra parte do mundo como o vosso país de acolhimento, porque Deus faz parte da nossa cultura.

Nós aceitaremos as vossas crenças sem fazer perguntas. Tudo o que vos pedimos é que aceitem as nossas e vivam em harmonia e em paz connosco.

ESTE É O NOSSO PAÍS, A NOSSA TERRA E O NOSSO ESTILO DE VIDA. E oferecemo-vos a oportunidade de aproveitar tudo isto. Mas se vocês têm muitas razões de queixa, se estão fartos da nossa bandeira, do nosso compromisso, das nossas crenças cristãs, ou do nosso estilo de vida, incentivo-os fortemente a tirarem partido de uma outra grande liberdade autraliana: O DIREITO de PARTIR. Se não são felizes aqui, então PARTAM.

Não vos forçámos a vir para aqui. Vocês pediram para vir para cá. Então, aceitem o país que vos aceitou".

Michel Temer tira nota para esclarecer que não conspira contra Dilma. Há controvérsia.

A reportagem a seguir é de Mariana Jungmann, da Agência Brasil e nela o vice de Dilma esclarece que não conspira contra ela. Há controvérsia. O esporte preferido de Temer tem sido o de cutucar a presidente com vara curtíssima.

O governo faz que não entende e o vice repete diariamente que não disse o que disse.

Leia:

A assessoria do vice-presidente da República, Michel Temer, divulgou nota pública hoje (6) para repudiar as análises das atitudes do político que, segundo o texto, podem “levar à ideia de conspiração”. Na última semana, Temer disse a empresários em São Paulo que “nenhum governo resiste três anos e meio com a popularidade baixa”, como a da presidenta Dilma Rousseff.

Na nota deste domingo, a assessoria do vice-presidente ressaltou que ele não é um “frasista” e que “sabe até onde pode ir”. “Em mais de 30 anos de vida pública, o vice-presidente da República, Michel Temer, sempre expôs suas posições políticas de forma aberta e franca. Como acadêmico, seus raciocínios têm premissa e conclusão. Não é frasista. Não se move pelos subterrâneos, pelas sombras, pela escuridão.”

O texto prossegue afirmando que Temer age nos limites de seu cargo e dentro da lei. A nota procura rechaçar as “intrigas” e reitera que ele quer colaborar com a presidenta Dilma para a superação da atual crise enfrentada pelo país. “[Ele] trabalha e trabalhará junto à presidente Dilma Rousseff para que o Brasil chegue a 2018 melhor do que está hoje. Todos seus atos e pronunciamentos são nessa direção. Defende que todos devem se unir para superar a crise. Advoga que a divisão e a intriga são hoje grandes adversárias do Brasil e agravam a crise política e econômica que enfrentamos.”


Por fim, a nota da assessoria do vice-presidente diz que “a hora é de união” e que o compromisso dele é com “a mais absoluta estabilidade das instituições nacionais”.

Artigo, Fernão Lara Mesquita, Estadão - A caminho do confronto

Ao fim de oito meses procurando alternativas em vão até Dilma Rousseff já sabe que não há como o Brasil voltar ao mundo dos vivos sem reduzir drasticamente o tamanho do estado ou, ao menos, dar provas da decisão de ir nessa direção. Mas como o negócio do PT não é o Brasil, é o PT, ela acaba de fazer exatamente o contrário.

Como se pôde ver nas últimas “manifestações”, o partido está reduzido ao contingente dos funcionários que colonizam a máquina pública e às proto-milícias que, em recente demonstração de força dentro do palácio presidencial, avisaram que estão prontos a usá-la para nos arrancar o que for necessário para permanecer onde estão. É emblemática, portanto, a atitude dessa senhora de se aferrar tanto mais ao cargo quanto mais claro fica que a crise é exatamente essa insistência insana. Ao assumir a decisão de, com o país desmoronando, fritar Joaquim Levy para insistir no beco sem saída de uma equação confessadamente insustentável, o PT está sinalizando que desistiu da via política; vai partir para a outra.

O Congresso Nacional também está ciente, de cabo a rabo, de que não há alternativa para a cirurgia de emergência do estado que não implique a morte da galinha dos ovos de ouro. Mas recusa-se a pegar a bola que a Presidência lhe passou. É uma atitude temerária. Devolvê-la sob a forma de uma imposição da Casa que desse ao governo o álibi para algum tipo de ação menos inescapavelmente suicida pode ser a última chance do Brasil evitar o pior.

Enquanto for preciso eleger-se é a narrativa, e não as verdades que não aparecem na televisão, que pauta o comportamento dos políticos. As velhas raposas do Congresso – de situação e oposição – não perderam o faro.

Passaram do alinhamento explícito com a minoria privilegiada que ajudaram a constituir para apenas uma resistência surda à afirmação da única alternativa para deter a crise. Já entenderam o que, mais cedo ou mais tarde, terá de ser feito, mas precisam se sentir respaldados para fazê-lo agora.

Enquanto o país continuar contando como certo e pacífico que “rigidez orçamentaria” é um dado inalterável da natureza e, portanto, o seu é o único bolso estuprável da praça, isso não será possível. Já que, como sempre nesses casos, é com empregos e desgraças familiares que essa conta vai ser paga, a imprensa poderia oferecer a contribuição decisiva para dar ao processo a direção e a velocidade que a urgência da situação requer se apeasse da insana “neutralidade” com que passa adiante falsificações e mentiras patentes toda vez que alguém acha conveniente apresentar mais uma a uma redação e fizesse um esforço concentrado para informar à nação com a clássica ferramenta da reportagem quem ganha quanto para produzir o quê dentro e fora do universo estatal; que direitos e deveres têm os pais de família contribuintes e “contribuídos” e como isso afeta a vida de seus filhos; onde está localizada a gordura que resta no país; quais os custos e benefícios para a coletividade de cada alternativa sugerida ou sonegada em função de interesses escusos.

Isso poderia desbloquear o caminho para deter o incêndio criminoso que ameaça a segurança nacional.

Já para livrar o Brasil da sua miséria crônica, seria necessário encarar “a verdade inteira”, como agora diz querer o PMDB. É do Manifesto Republicano de 1870 esta síntese do expediente com que a monarquia, ameaçada pela revolução democrática de 1831, saiu-se pelo sistema corporativista em que estamos enredados até hoje: “O despotismo colonial procurou desde logo surpreender em uma emboscada política a revolução que surgia no horizonte da opinião (…) Disfarçar a forma, mantendo a realidade do sistema que se procurava abolir, tal foi o intuito da monarquia (…) A liberdade aparente e o despotismo real (…) são as características da nossa organização constitucional”.

Não foi diferente a transição do regime militar, sustentado pelas mesmas pessoas que hoje guardam as costas do PT, para a “Nova República”. Há o direito de voto e, para além dele, nada. Mas eleger para a inimputabilidade sem ter o poder de deseleger é distribuir cheques em branco e induzir os fiéis depositários ao estelionato.

A Constituição de 1988 não é “moderna” nem, muito menos, “cidadã”, é o diploma oficial da negação da democracia no Brasil. Tem, por enquanto, 250 artigos, incontáveis milhares de parágrafos, 84 emendas “ordinárias” e 6 emendas “de revisão”, quase todas versando sobre as exceções à “igualdade perante a lei” que define esse regime, que criam uma sociedade de castas com múltiplas gradações na camada minoritária dos brasileiros “especiais” no topo da qual imperam, intocáveis, os detentores do poder de outorgar privilégios aos demais, e uma massa de sub-cidadãos, quase súditos, por baixo, cuja única função é sustentá-la. O poder dos demiurgos do topo do “Sistema” é, como o dos imperadores, quase divino. Basta ser tocado por um deles e o bem-aventurado é alçado deste vale de lágrimas e para sempre indultado das consequências do “pecado original”. Fica, pelo resto da vida, dispensado de fazer o mesmo esforço e correr os mesmos riscos exigidos de todos nós na luta cotidiana pelo prato de comida de amanhã.


Não existe meio de evitar que tudo apodreça, mantido esse ponto de partida.

Artigo, Roberto Pompeu de Toledo - A casa da mãe Joana

Ao deixar a presidência do conselho de administração da Petrobras, em março de 2010, ao mesmo tempo em que deixava a chefia da Casa Civil do governo Lula para candidatar-se à Presidência da República, Dilma Rousseff declarou-se “muito feliz” pelo desempenho da empresa nos sete anos em que ocupou o cargo. “É um orgulho passar pelo conselho da Petrobras e ainda mais presidi-lo. Você tem uma nova visão de Brasil, vê a riqueza do Brasil”, disse ela, segundo registrou o jornal O Globo (19/3/2010). Hoje a própria Dilma deve saber quanto viu tudo errado. Sua “nova visão de Brasil” falhou em não alcançar o caso dos navios-sonda Petrobras 10 000 e Vitória 10 000. Sua visão da riqueza do Brasil falhou em identificar a direção dos bolsos a que tanta pujança escoava.

O caso dos navios-sonda está detalhado na denúncia do procurador Rodrigo Janot contra o deputado Eduardo Cunha. Somados, os dois navios custaram 1,2 bilhão de dólares ─ quantia equivalente à da compra da Refinaria de Pasadena ─ e resultaram igualmente inúteis. É uma injustiça que, até agora, o Petrobras 10 000 e o Vitória 10 000 tenham merecido menos atenção do que a refinaria. Da operação resultaram 40 milhões de dólares em propinas, distribuídas, segundo a denúncia, entre o diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, o “lobista” Fernando Soares, vulgo Fernando Baiano, e o PMDB, representado por Eduardo Cunha.

Detalhes saborosos embasam a denúncia. Os dois navios foram contratados separadamente. A história do primeiro deles, o Petrobras 10 000, começa no primeiro semestre de 2005, e não começa dentro da estatal, com o anúncio da decisão de fazer o negócio e os preparativos para a respectiva concorrência, como seria de esperar. Começa quando a empresa japonesa Mitsui toma conhecimento de rumores de que a Petrobras precisava de um navio para prospectar na costa da África. A Mitsui contata seu representante no Brasil, Júlio Camargo, que por sua vez recorre a Fernando Baiano, conhecido por sua “íntima amizade” (assim diz a denúncia) com o diretor Cerveró, para saber se os rumores procedem.

Feliz casualidade! A Petrobras estava, sim, justamente pensando em comprar um navio, para operar na África. Seguem-se meses de entendimentos entre Camargo, Cerveró e Baiano, com o objetivo de driblar a licitação e entregar a construção do navio à coreana Samsung, parceira da Mitsui. Sucesso! Não se enfrentou nem o incômodo de submeter os trâmites com antecedência à diretoria. Nem a diretoria se incomodou em receber tudo já mastigado. Em julho de 2006 foi assinado o contrato, no valor de 586 milhões de dólares. Ninguém teve interesse em saber se haveria melhor preço no mercado.

Se foi tudo tão fácil, por que não tentar um repeteco? Já em setembro daquele mesmo ano a diretoria internacional da Petrobras se dá conta de que precisa de um segundo navio-sonda, agora para atuar no Golfo do México. Dessa vez o percurso é inverso. Fernando Soares é que, em nome de Cerveró, procura Júlio Camargo. A intenção era, percorrendo o mesmo processo expresso, sem concorrência nem questionamentos da diretoria, entregar o contrato à mesma Samsung. Sucedem-se as reuniões, na sala de Cerveró, com a presença de Baiano e Camargo. Ao ser apresentado o contrato à diretoria, alegou-se que encaminhá-lo à mesma construtora geraria “economia de escala e vantagens operacionais”. Curioso é que, com tamanhas vantagens, o preço ficava maior ─ 616 milhões de dólares. Ninguém estranhou. O contrato para o navio batizado de Vitória 10 000 foi assinado em março de 2007.


Nenhum dos navios cumpriu sua suposta missão. O primeiro encontrou só solos secos em Angola e foi recolhido ao Brasil. O segundo não teve melhor sorte no Golfo do México. O grande sucesso foi a prospecção de ambos nos cofres da Petrobras. O caso é exemplar da casa da mãe joana em que a Petrobras se converteu sob Lula presidente da República, Dilma sucessivamente ministra de Minas e Energia e da Casa Civil (além de presidente do conselho de administração), e José Sérgio Gabrielli presidente da empresa, nenhum dos quais viu nada. O caso de Gabrielli é prodigioso. A denúncia do procurador, vasculhando os registros da portaria da Petrobras, constata que Soares entrou e saiu sete vezes do prédio, entre 11h09 e 18h41 em 14 de setembro de 2006, para citar apenas um dos dias de frenéticas negociações. Trabalhando no mesmo andar, ele não viu nada. Ou, se viu, não achou nada de mais no entra e sai

Ministério Público queria privilegiar investigações sobre 10 nomes. PGR denunciou Cunha e Collor sem conclusão dos inquéritos da PF.

Marcos Leôncio Ribeiro: MP priorizou investigação de 10 nomes na Lava-Jato
Ele relatou que, em reunião entre procuradores, policiais e membros da Receita Federal, representantes da Procuradoria Geral da República pediram prioridade para os alvos


 compartilhar: Facebook  Google+  Twitter

 postado em 06/09/2015 08:00 / atualizado em 06/09/2015 09:57
 Denise Rothenburg , Eduardo Militão
Jirlan Biazatti/Divulgação

Nesta reportagem de Denise Rothenburg e eduardo Militão, o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Marcos Leôncio Ribeiro, afirmou em entrevista ao Correio Braziliense deste domingo que “10 nomes” de políticos investigados na Operação Lava-Jato foram priorizados pelo Ministério Público. Ele relatou que houve uma reunião no início da investigação entre procuradores, policiais e membros da Receita Federal, na qual representantes da Procuradoria Geral da República pediram prioridade para os alvos. “Foram listados 10 nomes que não sei quais são”, afirmou. “Seriam 10 nomes mais prioritários de serem investigados, nomes que a Receita deveria investigar em questão de bens, nomes para se procurar contas no exterior.”

Leia tudo:

Os delegados rejeitaram a proposta, narrou. “Nós, da PF, não trabalhamos dessa forma”, teriam respondido os colegas de Leôncio. “Nós não elegemos 10 nomes. Nós vamos trabalhar.” Mas a estratégia foi atuar sem o apoio da polícia, segundo o presidente da entidade. As denúncias contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ex-presidente da República e senador, Fernando Collor (PTB-AL), foram feitas antes mesmo de a PF concluir seu trabalho. “A denúncia do Eduardo Cunha e a do Collor demonstram que houve um esforço para conclusão desses procedimentos apuratórios.”

Leôncio diz que os inquéritos deles ainda serão relatados, em consonância do que o jornal já havia apurado com fontes do próprio Ministério Público. A estratégia da PGR não é inédita. No mensalão, a denúncia chegou ao STF em 2006, o relatório da PF foi fechado em 2011 e, em 2012, a Justiça condenou 25 réus por corrupção, quadrilha e lavagem de dinheiro. Procurada, a assessoria de Janot não informou se a reunião e o pedido de prioridade foram feitos. Entretanto, afirmou que o Ministério Público atua de forma técnica.

Conflito
Quando tem a parte de investigação, que há uma crise, o governo lembra que o ministro Cardozo é o chefe da Polícia Federal. Ele é muito chamado, sofre muitas reclamações do governo que não controla a Polícia Federal. Só que, na parte administrativa, lutar pela reestruturação da PF, melhores condições de trabalho, salários, nessa hora o governo diz que ele não é o chefe e que isso tem que ser resolvido com a área econômica.

Diálogo
Ele tem clareza dos limites que o cargo possui. Não posso dizer que ele tenha ultrapassado a linha de interferência, né? Uma ressalva que a gente faz é a falta de empoderamento dele para que possa resolver questões estruturais da PF. Isso é algo ruim, que o próprio culpado é o governo. O ministro tem um bom diálogo com a cúpula da Polícia Federal, mas precisaria ter um melhor diálogo com os delegados de Polícia Federal. As grandes mudanças estruturais da PF foram feitas por ministros que foram empoderados. Márcio Thomas Bastos fez uma profunda reestruturação porque era muito empoderado pelo presidente Lula. Ele é empoderado para resolver questões políticas, de crise, mas não é empoderado para resolver questões estruturais, administrativas de gestão.

Incoerência
O que colocamos é: em termos de investigação, ele pouco pode fazer. Agora, em termos de gestão administrativa, ele muito pode fazer. Essa que é a incoerência do governo: o governo espera que ele atue fortemente numa área cujas as limitações dele são impostas pela própria lei. Ele não pode exercer nenhum tipo de controle sobre a parte investigativa da Polícia Federal. Por exemplo, o PT, as empreiteiras fizeram uma série de representações ao ministro da Justiça. Se for relativo à parte de atividade de investigação, o que ele pode fazer? Nada. Se houve excesso ou abuso, ele manda apurar. Agora, se é uma questão investigativa, esses excessos e abusos, a quem as empreiteiras e o partido deveriam recorrer? Ao juiz.

Investigados
Temos informação de que havia um esforço para se eleger alguns nomes. Um esforço em um número maior do que os outros. E a Polícia Federal não aceitou. Eu não gostaria de confirmar isso porque não participei da reunião. O que posso dizer é: houve uma reunião no início. Membros da PGR, Receita Federal e delegados da Polícia Federal na Lava-Jato. Nessa oportunidade, nessa reunião, foram listados dez nomes que não sei quais são. Seriam dez nomes mais prioritários de serem investigados. Nomes que a Receita deveria investigar em questão de bens. Nomes para se procurar contas no exterior. Qual foi a posição dos delegados da Polícia Federal? “Nós, da PF, não trabalhamos dessa forma. Nós não elegemos dez nomes. Nós vamos trabalhar”. Não sei se Janot estava nessa reunião. Existiu a reunião e foi pautada essa questão. A partir disso, deu aquela confusão. Se não posso contar com a Polícia Federal para fazer o que eu quero, eu vou fazer do meu jeito. Participei da reunião? Não.

Desestímulo
Há um sentimento dos delegados, se estou correspondendo às expectativas do governo e ainda assim sou desvalorizado, é porque não há interesse que essa instituição continue a desempenhar suas atividades. Há dentro do governo quem deseje a queda do ministro da Justiça. Talvez esses segmentos não tenham interesse em fortalecer a Polícia Federal, em valorizá-la.

Demandas da PF
Levamos algumas demandas para o legislativo porque o Executivo não atende. Por que fomos nos socorrer do Legislativo? Porque o Executivo protela, não resolve.

Autonomia
A autonomia da PF está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, é um tema polêmico no Congresso. Quando você fala sobre essa autonomia, sem controle, há resistências muito grande. Mas quando você fala de autonomia no sentido de órgão isento, técnico, que ela nem persegue e nem protege, ela é bem aceita pelos parlamentares. O que a PF procurou firmar nesses anos é que não somos uma polícia de governo. Somos uma polícia de Estado. O parlamentar pode ter certeza de que o inquérito será o mais isento e técnico possível. O exemplo que posso falar da Lava-Jato no Supremo: o trabalho da Polícia Federal foi feito com a mesma velocidade, sem eleger alvos prioritários.

Eduardo Cunha
Todos os relatórios da Lava-Jato têm sido entregues ao mesmo tempo. Não temos afetos e nem desafetos. Não investigamos pessoas. Investigamos fatos. Não elegemos um mais importante do que o outro. Quando a gente fala em autonomia, a gente pode ter a tranquilidade de dizer o seguinte: Não atuamos para oposição, nem para governo, nem partido A ou B. O que queremos deixar bem claro é que a denúncia do (senador) Fernando Collor (PTB-AL) e do Eduardo Cunha foi uma estratégia, uma definição da Procuradoria-Geral da República. A Polícia Federal, desde o primeiro momento, deixou bem claro que não existe investigado mais ou menos importante. O Cunha, por ser presidente da Câmara, ou Renan, por ser presidente do Senado, ou Collor, para nós, da Polícia Federal, o trabalho desenvolvido foi o seguinte: todos são parlamentares e merecem o mesmo tratamento. A ação penal é do procurador-geral da República. Ele entendeu por bem que já era suficiente para oferecer a denúncia. O que posso dizer é que tanto o inquérito do Collor quanto o de Cunha não estavam concluídos.

Estratégia
O Ministério Público resolveu por bem dedicar esforços àquilo que ele achou que estava mais próximo de estar maduro (denúncias contra Collor e Cunha). A Polícia Federal não fez isso. Tivemos inclusive algumas críticas à Polícia Federal, que optou por esse critério: distribuir os mesmos esforços de forma equilibrada entre todos. Tanto é que os relatórios estão chegando quase todos ao mesmo tempo. São seis delegados, cada um com número xis de casos. É errado concentrar? Não. É uma estratégia. Cada um escolhe. Esperamos que nos próximos meses todos os casos sejam entregues. Acho que toda a semana estão entregando relatórios. O que estamos pedindo à direção geral é que divulgue quantos inquéritos estavam com os delegados e quantos relatórios já foram entregues.

PF X MP
O que temos notado na Procuradoria-Geral da República? Tanto na denúncia do Collor, quanto na do Eduardo Cunha não há uma só referência do procurador-geral da República, li as 85 páginas do Cunha, ao trabalho da Polícia Federal, ao inquérito. Você lê e percebe como se o trabalho fosse exclusivo do Ministério Público. Temos percebido certa intenção de dizer que não houve a contribuição da Polícia Federal. Isso é uma coisa que a gente se preocupa. Tanto é que estamos pedindo à direção da PF que torne público os números. Estamos percebendo que, da parte da PGR, o trabalho da PF não será divulgado. E precisamos que seja divulgado para não dar a impressão que não se está fazendo nada. Isso aconteceu na ação penal 470.

Prazos
Quando peço prorrogação de prazos ao STF, às vezes, demora semanas só para receber de volta. A equipe da Lava-Jato que atua aqui no STF assumiu ano passado. Os relatórios, eu acredito, estarão concluídos até o final deste ano. Começou no segundo semestre do ano passado. Tem os do STJ, dos governadores, daqueles três deputados do PP, de Minas e do Rio Grande do Sul, teve agora do Benedito Lira, e vão chegar novos. Esse tipo de dado é que a gente precisa realmente. A tendência é que nas próximas semanas, praticamente todas as semanas, os relatórios dos parlamentares começarão a sair.

Interferência
Não há hoje ministro da Justiça e diretor-geral capaz de interferir numa operação. Se chegar uma ordem do ministro e do diretor-geral de interferência, toda a equipe da Lava Jato entrega os cargos. Como a sociedade brasileira vai ver isso? Não vai aceitar. Chegamos a um nível de evolução política da democracia que não permite isso. Interferência não, controle nós devemos ter.

Condenações
Eu acredito que virão condenações porque o material do Supremo é muito calcado no que foi produzido a partir do Paraná. Quando o STJ e o STF negam um habeas corpus, mostra que o trabalho foi muito benfeito

Entenda como o dólar variará e o que fazer diante das cotações em alta

Em reportagem deste domingo, O Estadão tenta responder algumas perguntas sobre a alta do dólar.

Leia:

Por que o dólar está subindo?
Há fatores internos e externos colaborando para a subida da moeda americana. Internamente, há um aumento da percepção de risco com o Brasil por causa das incertezas políticas. No cenário externo, a desaceleração da economia chinesa e a expectativa de aumento da taxa de juros nos Estados Unidos também colaboram para a desvalorização do real e de outras moedas ao redor do mundo
Até onde o dólar deve ir?
É difícil prever até onde a alta do dólar deve chegar, mas sabe-se que a moeda americana está em um novo patamar que parece irreversível. Para o fim de 2016, os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, esperam que o dólar atinja R$ 3,60
 “Já vendi metade da próxima safra para aproveitar o câmbio e cobrir os custos”. O que faço ?
A alta do dólar pode favorecer a exportação e diminuir a importação, melhorando o desempenho da balança comercial brasileira. No caso do agronegócio, responsável por quase metade da receita com vendas externas, a desvalorização do real compensou parte da queda dos preços das commodities em dólar. Emerson Vancanaro, produtor em Nova Mutum (MT), já comercializou metade da próxima safra de soja, por R$ 60 a saca. "Na anterior, fechei a R$ 56"
Dependência externa deve diminuir ?

O déficit em transação corrente deverá diminuir. No acumulado em 12 meses até julho, o déficit foi de US$ 89,4 bilhões, o equivalente a 4,34% do PIB. "A mudança do câmbio traz uma melhora do ponto de vista externo e interno. Empresas vão comprar mais produtos e insumos nacionais. Isso é um estímulo para a produção", afirma Simão Silber, professor do Departamento de Economia da USP 

O gaúcho Valter Cardeal, delatado pela UTC, para o almirante Othon: "Mim e tu temo que se ajudá"

Ao lado, reportagem de Época sobre o escândalo da CGTEE. Valter Cardeal, na foto, continua até hoje presidente do Conselho da estatal federal do RS. - 


O engenheiro gaúcho Valter Cardeal, ex-diretor da CEEE no governo gaúcho e agora diretor licenciado da Eletrobrás, do qual já foi presidente, integra a lista dos denunciados pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC.

Valter Cardeal ocupou postos importantes sob Dilma na secretaria de Minas e Energia, e depois viajou com ela para Brasília, onde é um dos seus homens de confiança.

Ricardo Pessoa denunciou o engenheiro por cobrar propina para a campanha de Dilma, em virtude dos contratos de Angra 3 (leia reportagem logo abaixo).

A revista Época conta na sua edição deste final de semana que Valter Cardeal ligou na ocasião para o presidente da Eletronuclear, o almirante Othon , que já estava em desgraça, mas ainda não preso e réu, e durante a conversa xingou muito Ricardo Pessoa. O telefonema foi para combinar uma linha única de defesa.  Disse no grampo:

- Eu precisava daquela carta para mim (sic) poder tá na "mema" base com você, pra gente se ajudar". Eu tô em contato com o governo para ver "comé" que faz pra resolver a nossa vida, porque isso aí é uma sacanagem. 

Valter Cardeal não é muito conhecido pela cultura e pela gentileza.

O editor teve várias desavenças com ele durante audiências em processos judiciais que ele moveu civil e criminalmente no Foro Central de Porto Alegre, sempre inconformado com denúncias feitas nesta página sobre escândalos ocorridos na CGTEEE, da qual ele era presidente do Conselho de Administração.

Discurso de Sartori sobre segurança pública é escapista

CLIQUE AQUI para ler este artigo de Milton Ribeiro sobre a insegurança pública de quem se atreveu a ir jantar fora no sábado em Porto Alegre. -


O governador Ivo Sartori sabe muito bem que a área da segurança pública estadual do seu governo é seu calcanhar de Aquiles. Ela já estava servindo mal à população que paga ao governador para que ele equipe, treine pague os salários de policiais e brigadianos.

A situação piorou dramaticamente esta semana, tudo em função da greve branca na Polícia Civil e no corpo mole das Brigada Militar, revoltados com atrasos salariais e projetos enviados aos deputados para reformar benefícios intoleráveis, como é o caso da aposentadoria precoce - e outros que virão para completar a obra.

Apesar disto, compreende-se que Sartori tente minimizar o problema que mais aflige os gaúchos neste momento, que é o risco a que o seu governo coloca sobre a vida e o patrimônio de cada cidadão desprotegido pela sua ausente polícia.

Ontem, o que disse o governador na Expointer, e que não corresponde a nem sequer uma só palavra de verdade, o que inquieta ainda mais o cidadão, que sabe que esse discurso é escapista e não tranquiliza ninguém, porque, antes, alarma todo mundo, já que não se percebe a vontade e a decisão de melhorar uma situação dramática que é vista de maneira vesga:

— Vamos fazer aquilo que é possível, com a mesma tranquilidade (...) não vamos alardear mais que aquilo que existe. Tenho andado em todos os estados brasileiros, e tenho visto a mesma situação do Rio Grande do Sul . Todo trabalho que foi possível ser feito está sendo feito. A Brigada Militar e toda a área de segurança têm cumprido religiosamente o seu papel 

Artigo, Fernando Henrique, domingo - O grito parado no ar

A vertigem da política brasileira é tamanha que não dá vontade de ler as páginas dos jornais que dela se ocupam. O pior é que acabo caindo na armadilha de falar sobre a política corrente, a respeito da qual já quase tudo foi dito. Se eu escrever, como teria vontade, sobre a crise (horrorosa) da Venezuela e o mutismo do Brasil diante dela, ou sobre a tragédia das migrações dos fugitivos da guerra ou da miséria que encontram as portas fechadas na Europa, pode-se imaginar que estou me esquivando de enfrentar o desafiador cotidiano brasileiro...

Sendo assim, vamos lá, outra vez. Há poucos dias escrevi uma frase no meu facebook que resumia a angústia com que nos defrontamos. Diante do que vem acontecendo, disse: ou a presidente Dilma renuncia ou assume uma inesperada liderança nacional. Caso contrário, acrescentei, continuaremos no ramerrão deixando que a operação Lava Jato e a crise econômica sacudam o país ao sabor de cada nova delação ou de cada nova estatística publicada. Deixei de lado, de propósito, os pedidos de nulidade das últimas eleições presidenciais, que correm no Tribunal Superior Eleitoral e um eventual pedido de impeachment por conta da eventual rejeição das contas da União pelo Tribunal de Contas.

Para minha surpresa, a leitura quase unânime foi a de que eu “mudara de posição” e pedia a renúncia da presidente. Os seus torcedores (poucos), alguns líderes do PT à frente, não precisavam de mais nada para me “desmascarar”: afinal, quem é esse senhor para ousar pedir a renúncia da presidente, quanta insolência! Também os que defendem o fim antecipado do atual mandato presidencial, não viram no que escrevi senão o apelo à renúncia, um ato exclusivo de quem ocupa o cargo.

Por que me referi à renúncia? Porque, no fundo, é este o grito parado no ar. Não foi a alternativa única que coloquei, mas foi a que, subconscientemente, à maioria dos que me leram pareceu ser a solução mais simples e menos custosa para sairmos do impasse. Não me parece a mais provável, dada a personalidade de quem teria de fazer o gesto de grandeza. É certo que a dinâmica das renúncias raramente se move por impulsos íntimos. São as condições políticas que as suscitam. Teremos chegado a este ponto? Ao colocar as alternativas respondi implicitamente que ainda não.

Entretanto, como a vida segue e não se vê a presidente assumir as rédeas do governo nem muito menos refazer seus laços com a sociedade, o mais provável é que os dois motores da conjuntura atual, ambos sem o controle dos políticos, continuem a ceifar esperanças: os processos judiciais, que ao implicar uns e outros e cada vez mais numerosos, vão enterrando a aspiração à impunidade de gregos e troianos; e a crise econômica que destrói empregos, arrasa lucros, aumenta o sofrimento do povo e não permite apontar para um horizonte de retomada de crescimento.

Mal comparando com conhecidos textos sobre este tipo de conjuntura, têm-se a impressão de que o antigo já morreu, e o novo ainda não surgiu. Este é o impasse. De que o governo cambaleia, não há dúvidas. A cada semana uma demonstração nova, a última foi o desencontro com a “nova” CPMF. Mal começavam os defensores do governo a justificá-la, de repente, a presidente diz que é e sempre foi contra a CPMF...

Se não há CPMF ou que nome se queira dar ao tributo, como fechar as contas no Orçamento? E lá vem nova barbeiragem: mostra-se o déficit e o Congresso que se arranje! O poder presidencial já se tinha diluído nas mãos de um ministro da Fazenda, que não reza pela cartilha da presidente, e nas mãos do vice-presidente, que é de outro partido. Por acaso desapareceu de nossa Constituição a separação entre as obrigações do Executivo e as do Legislativo? Será isso a antecipação de um debate salutar sobre a implantação, em futuro não muito longínquo, do parlamentarismo? No presidencialismo, contudo, cabe ao Executivo apontar os caminhos, e ao Legislativo corrigi-los, mas não desenhá-los. Não tem cabimento no presidencialismo tal tipo de delegação de poderes.

O fato é que este ziguezague político é prenúncio de que o fracasso atual não é só o de um governo — que inegavelmente tem a responsabilidade maior por ele —, mas de um sistema político que, mal manejado — por falta de traquejo, cegueira ideológica ou incompetência administrativa (que vem de mandatos anteriores do PT, diga-se) —, acabou por se esgotar e carregar consigo as finanças públicas. Disso se trata agora: o país quebrou, a economia vem sendo arrastada para o fundo do poço, e a desilusão da sociedade só faz aumentar.

Sendo assim, a solução da crise não decorrerá apenas da remoção do obstáculo mais visível a um reordenamento político, simbolizado por quem exerce o Executivo e pelo partido de apoio ao governo, mas da formação de um novo bloco de poder que tenha força suficiente para reconstruir o Estado brasileiro, livrando-o do endividamento crescente e já contratado pelas leis aprovadas. Bloco de poder não é um partido, nem mesmo um conjunto deles, é algo que engloba, além dos partidos, os produtores e os consumidores, os empresários e os assalariados, e que se apoia também nos importantes segmentos burocráticos do estado, civis e militares.


Não é de um golpe que se precisa, dele não se cogita, porque inaceitável. Precisa-se do reconhecimento explícito da situação pré-falimentar em que nos encontramos. Precisa-se de dispositivos constitucionais que regulem a expansão do gasto público, de regras que limitem o endividamento do Estado, assegurando o equilíbrio de longo prazo das contas públicas, em favor do investimento, tanto público como privado. Precisa-se de uma reforma profunda das regras eleitorais e partidárias que, sem grandes complicações, reduza a proliferação de falsos partidos, moralize o financiamento eleitoral e diminua os gastos de campanha. Precisa-se de um pacto federativo que, reformando o sistema tributário, nem sufoque os contribuintes nem deixe os estados à míngua. Para isso é preciso rever o que a sociedade espera do governo e está disposta a pagar para que o estado possa melhorar a vida povo.

Artigo, Affonso Celso Pastore, Estadão de domingo - Uma guinada de 360 graus

Diante do crescimento contínuo da dívida pública que ameaça a manutenção do grau de investimento, o Brasil precisava retornar à austeridade fiscal, e os mercados festejaram quando ingenuamente acreditaram que Dilma “havia mudado” ao nomear Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. Esperava-se uma guinada de 180 graus na política econômica, mas a presidente nos surpreendeu, e, muito ao seu estilo, “dobrou a aposta”, presenteando-nos com uma “guinada de 360 graus”. Depois de alguma hesitação, curvou-se às mesmas crenças que nortearam a política econômica de seu primeiro mandato, que mantiveram a inflação elevada e levaram à estagnação e em seguida à recessão, com o agravante de que agora a dívida pública adquiriu um crescimento insustentável, expondo o País aos riscos da perda do grau de investimento e do aumento da inflação.

O Brasil tem uma longa história de desequilíbrios fiscais. Nas décadas de 1970 e 1980, a dívida pública crescia muito pouco, mas isso não se devia à disciplina fiscal, que não existia, e sim ao financiamento dos déficits com base na arrecadação do “imposto inflacionário”. O País era vítima de um caso agudo de “dominância fiscal”, que ocorre quando o Banco Central perde totalmente a capacidade de controlar a inflação, transformando-se em um mero agente financiador dos déficits públicos.

O Plano Real interrompeu esse comportamento. Ao dar ao Banco Central autonomia para controlar a inflação, eliminou a receita do imposto inflacionário, compelindo o governo a gerar superávits primários suficientemente elevados para reduzir a relação dívida/PIB.

Risco de solvência. Nos últimos anos, contudo, a disciplina fiscal foi totalmente abandonada, sendo plantada a semente de uma nova forma de dominância fiscal. Como isso vem ocorrendo? Ao elevar o risco de solvência, o crescimento descontrolado da dívida pública reduz a demanda por ativos brasileiros por parte de estrangeiros, o que simultaneamente leva à depreciação cambial e eleva as cotações do CDS brasileiro (uma medida do risco dos títulos de dívida soberana).

A depreciação cambial, por sua vez, eleva tanto mais a inflação quanto maior for a perda de autonomia do Banco Central, que é mais intensa quando a baixa qualidade da política econômica expõe o País à estagnação e à recessão, e quando o governo é politicamente fraco.

Os dois gráficos acima contam um pouco dessa história. Em um deles são superpostas as cotações do CDS de 10 anos de Brasil, México e Turquia. Quando ainda havia disciplina fiscal, em 2011 e 2012, as cotações do CDS brasileiro se igualavam às do CDS do México, que é um país que tem o grau de investimento. Com a queda dos superávits primários mascarados pelas pedaladas fiscais e pela contabilidade criativa, em 2013 e 2014, as cotações do CDS brasileiro elevaram-se relativamente às do México aproximando-se das cotações do CDS da Turquia, que não tem o grau de investimento.

Rebaixamento. Finalmente, quando o governo “jogou a toalha”, desistindo de qualquer ajuste fiscal e submetendo ao Congresso um orçamento com um déficit primário, as cotações do CDS brasileiro elevaram-se ainda mais, superando por larga margem o CDS da Turquia. Há duas percepções de risco: a das agências de classificação de risco e a do mercado financeiro, e, a médio prazo, ambas coincidem. As cotações atuais do CDS brasileiro são incompatíveis com o grau de investimento, e o nosso rebaixamento pelas agências de classificação de risco é apenas uma questão de tempo.

No outro gráfico, estão superpostas a taxa cambial medida em R$/US$ e as cotações do CDS brasileiro, sendo muito claro que as variações no risco são um importante fator determinante da taxa cambial. É verdade que há outros fatores, como a valorização do dólar e a queda dos preços de commodities vinda da desaceleração do crescimento da China.

Até dezembro de 2014, o real tinha uma trajetória de depreciação muito próxima das moedas de Austrália, África do Sul, Canadá e Chile, que, como o Brasil, são países exportadores de commodities. Mas, desde o início de 2015, o real vem se depreciando bem mais, e isso se deve à forte elevação dos prêmios de risco. A relação de causalidade é muito clara: o afrouxamento da política fiscal leva ao aumento dos riscos, o que reduz a demanda por ativos brasileiros por parte de estrangeiros, elevando as cotações do CDS e depreciando o real.

Pressão inflacionária. Desde o início de 2015, o real já se depreciou mais de 35%, o que adicionou novas pressões inflacionárias. Quando o mercado ainda acreditava na capacidade de Joaquim Levy produzir milagres, as expectativas de inflação vinham declinando e o “prêmio de inflação” na curva de estrutura a termo de taxa de juros era muito baixo, levando a taxas de juros longas bem mais baixas do que as curtas. A depreciação cambial das últimas semanas alterou radicalmente esse quadro. O “prêmio de inflação” elevou-se, provocando forte aumento nas taxas de juros mais longas, o que é uma manifestação clara de que, na visão dos mercados, cresceu o risco de crescimento da inflação, que se acentua com a incapacidade de o governo reverter o quadro de desequilíbrio fiscal.

Se o País não estivesse em recessão e existisse um mínimo de disciplina fiscal, o Banco Central reagiria à depreciação cambial elevando a taxa de juros. Mas, nas condições atuais, dentre as quais predomina a fraqueza política do governo, o cenário mais provável é de uma acomodação monetária, aumentando a inflação. Se o governo tivesse a força política para propor e aprovar um ajuste fiscal estrutural, que ocorreria predominantemente do lado dos gastos, veria os riscos caírem, reduzindo as cotações do CDS e valorizando o real, facilitando a tarefa do Banco Central. Mas nada disso está no horizonte, o que significa que estamos a caminho acelerado de uma nova forma de dominância fiscal. O quadro pioraria ainda mais se, nas condições atuais, o governo decidisse vender reservas para tentar evitar a depreciação cambial.


Governos politicamente fracos apegam-se ao populismo e tentam nos convencer que há “caminhos fáceis” – sem custos. O ministro Nelson Barbosa não se cansa de repetir que o “verdadeiro ajuste fiscal” somente será feito através do crescimento econômico, e não dos cortes de gastos, e nos acena com a visão mecanicista de que, depois de dois ou três trimestres de recessão, “o crescimento do PIB se acelera automaticamente”, como se os ciclos econômicos fossem meras repetições dos ciclos na física. Como será possível retomar o crescimento com o consumo em queda devido ao aumento do desemprego e à atitude conservadora dos bancos nas novas concessões de crédito? Como será possível ver os investimentos em capital fixo crescendo quando o consumo encolhe ao lado da produção industrial, e a Petrobrás – que tem 10% da formação bruta de capital fixo no Brasil – corta à metade seus investimentos? Como será possível assistir à retomada do crescimento na construção civil diante dos elevados estoques de imóveis comerciais e residenciais? 

Unimed avisa que desmonte só atinge Unimed Paulistana

O desmonte da Unimed Paulistana é apenas da Unimed Paulistana. As outras 350 cooperativas do sistema estão livres de qualquer medida parecida.

Vá até a Expointer neste domingo. É o último dia da mais fantástica feira agropecuária da América Latina.

CLIQUE AQUI para examinar toda a programação, ver distâncias, apreciar fotos e se informar mais.


A Expointer, maior feira agropecuária a céu aberto da América Latina, termina neste domingo em Esteio, RS, 20 minutos do centro de Porto Alegre.

E é imperdível.

Vale qualquer sacrifício para ir e levar as crianças.

Não há risco algum.

A pujança fantástica do setor, o único que se salva no RS e no Brasil, tonifica quem acha que tudo está perdido no País.

Tarso une-se a movimentos aparelhados da esquerda para combater seu próprio governo e o PT

Ao lado, Jandira Feghali, deputada federal do PCdoB, satélite do PT, e auditório. - 


Longe das cobranças políticas pelos estragos que cometeu na administração do governo gaúcho, o ex-governador Tarso Genro amplia a presença que quer ter na cena nacional desde que comprou casa no Rio.

E buscando ser uma alternativa pela esquerda ao próprio PT e ao governo Dilma, o que significa abandonar o barco que sempre apoiou e sobre o qual navegou por três décadas.

Tarso Genro e líderes da esquerda cevadas nos cofres e empregos públicos sabe que o governo Dilma e o PT estão podres e não durarão muito. 

Em Minas, ontem, ele somou-se a entidades que funcionam como aparelhos do PT e do Governo, como CUT, UNE, MST, FUP e Via Campesina, além de partidos como PCdoB e parte do PDT, para confrontar o que chamam de  pauta conservadora “imposta ao país” curiosamente pelo próprio governo que dizem apoiar e que para as entidades significa empregos e dinheiro farto de estatais.

Em discurso, João Pedro Stédile, profissional do MST, disse que a direita tenta dar mais um golpe contra a sociedade, apoiando o impeachment e queixou-se, porém, "dessa política econômica aplicada  e que não foi a prometida na campanha. 

Alvo não é Edinho, mas a campanha eleitoral de Dilma

Às voltas com TSE, TCU, PGR, PF e MPF, Dilma passou a ser fustigada pelo seu próprio vice, o que poderá custar sua cabeça no Congresso. A charge ao lado é de Spoonholz. - 


A notícia de que o MPF começará a investigar o ministro Edison Silva revela a verdadeira decisão que está por trás da ordem do STF, ou seja, a informação de que a campanha eleitoral de Dilma Roussef será escrutinada.

 Na delação que fez na Procuradoria Geral da República, o empreiteiro Ricardo Pessoadisse que a UTC doou 7,5 milhões de reais para a campanha de Dilma Rousseff. 

E entregou o dinheiro para o tesoureiro da campanha, Edinho Silva, atual ministro da Comunicação Social.

É disto que se trata.

Sob a iminência de sofrer apurações por parte do TSE e na iminência de enfrentar problemas com o TCU, ambos com potencial para liquidar com seu mandato, agora Dilma já enfrenta, de fato, o início de investigações que serão feitas pelo MPF e pela PF. 

Surpreende ordem do Supremo para MPF investigar os dois principais ministros de Dilma

Da esquerda para a direita, Mercadante, Edinho e Aloysio.- 

Pegou todo mundo de surpresa, ontem a noite, a notícia veiculada pelo Jornal Nacional, registrada aqui neste espaço, logo depois, segundo a qual o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito contra os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social), além do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Este tipo de informação relevante originada do STF não é comum em sábados à noite.

Durante o dia, muitos jornais, rádios, TVs, sites e blogs, vazaram notícias de que o Ministério Público Federal estava contrariado pela demora com que Teori toca os assuntos da Lava Jato, poupando políticos importantes.

A Lava Jato só tem conseguido pegar investigados sem foro privilegiado, porque só até aí consegue ir o juiz Sérgio Moro. O restante, cabeças coroadas, estão sob o manto da ação ou inação do STF.

A decisão de ontem atende pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e atinge, pela primeira vez, dois do principais ministros do núcleo político da presidente Dilma Rousseff. Mercadante e Edinho Silva são os primeiros ministros do atual governo que serão investigados no escândalo do petrolão.

Os ministros e Dilma e o senador tucano foram citados pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, em delação premiada. Pessoa declarou que foram feitos repasses milionários para as campanhas eleitorais de Mercadante ao governo paulista, em 2010, e para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, da qual Edinho Silva foi tesoureiro. O dinheiro também teria sido repassado para a campanha do senador tucano Aloysio Nunes.

De acordo com o site do Estadão, os inquéritos tramitam no Supremo como "ocultos", situação em que não é possível saber quem são os alvos, nem mesmo qual é o andamento processual. Eles só se tornarão públicos se, ao final das investigações, a procuradoria apresentar uma denúncia e ela for aceita pela corte.

Na delação, Pessoa disse que a UTC doou 7,5 milhões de reais para a campanha de Dilma Rousseff. Para o ministro Mercadante, teria doado 500 mil reais em 2010, quando ele se candidatou ao governo de São Paulo. Para o senador Aloysio Nunes, o empresário disse ter doado 300 mil reais de forma oficial e 200 mil reais em dinheiro, sem declaração. As doações, oficiais ou não, eram pagamentos de propina para obtenção de contratos com a Petrobrás, segundo Ricardo Pessoa.


O ministro Aloizio Mercadante disse que só vai se manifestar quando for comunicado oficialmente. Edinho Silva informou que sempre agiu dentro da legalidade e que todas as arrecadações da campanha de Dilma foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. Aloysio Nunes negou qualquer tipo de corrupção, disse considerar a declaração um absurdo, pelo simples fato de ele ser um político da oposição e não intermediar contratos do governo.

Grevistas tentam intimidar até secretários de Sartori

O secretário de Obras do governo Sartori, Gerson Burmann, PDT, ficou surpreso com protesto de servidores em greve diante da sua casa, em Ijuí.

Os grevistas querem marcação homem a homem e com isto forçá-los a recuar do pacote de ajuste fiscal que começará a ser votado esta semana na Assembléia do RS.

Protestos também foram feitos diante da casa do governador Sartori em Porto Alegre.

Covatti, o viajante inesperado no vôo de Kátia Abreu ao RS

Um dos passageiros mais inesperados da viagem que a ministra Kátia Abreu fez em avião da FAB para participar da Expointer, sexta-feira, foi o ex-deputado Vilson Covatti.

Ele surpreendeu a ministra, porque não estava na lista dos convidados que ela elaborou.

O ex-deputado queria e conseguiu falar com a ministra durante boa parte do vôo.

Vilson Covatti, PP, tem um filho deputado federal e sua mulher é deputada estadual. Silvana Covatti é cotada para a sucessão de Edson Brum na presidência da Assembléia.

Domingo será nublado, sol fugidio e chuvas em algumas regiões do RS

Este será um domingo de nuvens e de sol fugidio no RS. Em Porto Alegre, neste momento, 9h13min, as nuvens encobrem  toda a cidade. Nas regiões Sul e Leste do Estado, mais Litoral Norte, poderá chover. O Oeste e o Noroeste têm tempo mais aberto, inclusive com momentos de céu claro. 

O ar frio vai se reforçar e o dia é de temperatura baixa com muito frio ao amanhecer no Oeste e no Noroeste.


A mínima deve ser de 4ºC em Santana do Livramento, e a máxima deve ser de 22ºC, em Uruguaiana e Santa Rosa. Em Porto Alegre, os termômetros devem marcar entre 12ºC e 20ºC.

Falta de segurança provoca suspensão de transporte coletivo na zona Sul de Porto Alegre

Nove linhas de ônibus e uma de lotação não circularam neste sábado em vários bairros da zona Sul de Porto Alegre, o que incluiu o importante bairro do Menino Deus, localizado a apenas alguns minutos da zona mais central.

A falta de policiais e de brigadianos nas ruas, todos em greve branca desde terça-feira, atiçou os bandidos e colocou a população de Porto Alegre na linha de tiro.

A Brigada Militar garantiu neste sábado que a situação interna está normalizada e que o policiamento ostensivo foi regularizado, mas não há garantia de que tudo volte ao normal, até porque a Polícia Civil prossegue realizando protestos.

Desordem na segurança pública gaúcha é marcado por dois roubos a banco nesta madrugada

O descontrole na área da segurança pública do governo gaúcho foi marcado esta madrugada por novas ações dos criminosos, desta vez ao estourarem caixas eletrônicos do Bradesco de Canoas e Banco do Brasil de Barra do Ribeiro.

Os dois bancos foram roubados depois da violência. 
https://api.clevernt.com/e46a5348-350f-11ee-9cb4-cabfa2a5a2de/https://api.clevernt.com/e46a5348-350f-11ee-9cb4-cabfa2a5a2de/