Nesta análise na Folha de hoje, domingo, intitulada "Fantasmas de eleições passadas", Vinicius Torres Freire diz que a disputa difícil vai depender
ainda mais de 'novidades' mostradas no horário eleitoral gratuito.
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O QUE ENSINAM pesquisas de voto
para presidente em eleições passadas? Praticamente nada. Obviedades. Alguns
contrastes. De mais importante, aprende-se que é muito cedo para dizer grande
coisa, ainda mais quando se observa o estado paradoxal da disputa. Dilma
Rousseff (PT) está tanto à beira da vitória no primeiro turno como da derrota
caso tenha de enfrentar um segundo turno. Obviedade esquecida em cada
eleição: convém esperar o que acontece entre o início da campanha e o começo da
propaganda em TV e rádio, a reação do eleitorado entre o final de julho e
meados de agosto. Parece ser o momento em que o grosso do eleitorado acorda
para a eleição. O voto dos eleitores de renda
mais baixa costuma mudar mais do que o do eleitorado "mais rico", de
renda familiar superior a dez salários mínimos, de resto muito minoritário. Não raro, algum acidente,
escândalo ou derrapada feia de candidato importante acaba dando uma balançada
temporária nos números das pesquisas.
Nas eleições de 2006 e 2010, a
vantagem que Lula e Dilma tiveram no Nordeste foi decisiva para o resultado
final. Em agosto, logo depois do início da propaganda na TV, a votação
nordestina era maciçamente pró-PT (mais de 60%). Não vem muito ao caso lembrar
as eleições de 1994, 1998 ou 2002. Trata-se de disputas muito antigas, entre
personagens de lastro histórico e político maior; uma delas foi travada em
situação de quase colapso econômico (2002). Não é o caso.
Nesta eleição, a vantagem de
Dilma no Nordeste ainda é grande, mas a presidente domina menos votos. Por ora
empata com Aécio Neves (PSDB) no Sudeste.
A presidente quase não tem mais
vantagem em regiões mais ricas e em cidades maiores do país (com mais de 500
mil habitantes), muitas delas mais afetadas pelo esfriamento da economia e, em
geral, menos dependentes de dinheiro público e mais do setor privado.
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