Eles fizeram e depois choraram no funeral de Ruth Cardoso.
Depois da leitura completa das 557 páginas de"Assassinato
de Reputações", o editor falou com o delegado Romeu Tuma Júnior e uma das
questões colocadas foi o silêncio ensurdecedor que domina a oposição frente às
denúncias estarrecedoras narradas no livro.
. O que ele me disse, num texto curto e grosso:
. 'Que oposição ?"
. Tuma Júnior já se dispôs a comparecer ao Congresso para
repetir o que escreveu, ampliar o que revelou e mostrar provas, além das que
estão no seu livro.
. Isto inclui a história sobre o recrutamento de Lula
para alcaguete da ditadura militar e do Dops, sob o nome de Barba, condição em
que colaborou através da deduragem de seus companheiros do movimento sindical e
da oposição.
. Num dos casos em que o delegado conta detalhes da fábrica
de dossiês montada pelo ex-ministro Tarso Genro no ministério da Justiça, o
caso 5, Romeu Tuma Júnior revela de que modo seu ex-chefe (na época, Tuma
Júnior era secretário nacional da Justiça, subordinado a Tarso) tentou usá-lo
para quebrar as pernas dos principais líderes do PSDB. Ele descreve a abordagem
feita por Tarso Genro:
- O governo queria usar meu sobrenome Tuma e minha experiência
de 35 anos para fazer dossiês contra os tucanos, em geral, e contra Fernando Henrique
e Ruth Cardoso em particular. Tentaram me usar para "lavar" um
vazamento.
. Na página 181, o livro registra a movimentação de Tarso
Genro:
- Marcelo Stopanovski me disse que o ministro Tarso
Genro, da Justiça, tinha conversado com o ministro Jorge Hage, da CGU. Eles
todos queriam trabalhar no laboratório antilavagem de dinheiro, os dados do
escândalo do uso de cartões corporativos do governo.
. Hage, Genro e Stopanovski desejavam a autorização de
Tuma Júnior para fazer o uso específico do laboratório. O laboratório era
cientificamente preciso: se os computadores fossem programados, por exemplo,
para checar depósitos de r$ 1m00 feitos por mulheres, em São Paulo, às cinco da
tarde, chegaria aos autores. Foi assim que a Polícia Federal chegou às mulehres
que lavavam dinheiro para o PCC.
. Tuma Júnior conta no livro que tentou entender por que
Hage e Genro queriam levantar os dados dos cartões corporativos para vazar tudo
para a imprensa. Leia mais
- Me antecipei à resposta e fui ao ministro Taso genro
(...) Ele disse: "Liga para a Erenice, a adjunta da ministra Dilma, e
acerta com ela".
. A conversa com Erenice Guerra não foi adiante.
. Só mais tarde é que Tuma Júnior descobriu que a idéia
de "vazar para a imprensa" era falsa, porque o governo não iria vazar
nada contra ele mesmo. Eis o que havia por trás do caso:
- Aí descubro que estavam usando o meu laboratório para
fazer um dossiê contra a finada Ruth Cardoso, mulher de FHC, e obviamente
contra o governo do seu marido. Queriam fazer e fizeram: usaram o laboratório a
mim submetido sem a minha anuência.
. Tuma Júnior custou a descobrir a armação de Tarso, Hage
e Stopanovski, porque eles usaram funcionários da CGU, alocados no laboratório,
para produzir os dossiês contra o PSDB.
. O PT usou o laboratório da secretaria nacional da
Justiça para fazer dossiês. Erenice foi denunciada po causa deste caso e inocentada em 2012. Apesar disto, denuncia Tuma Júnior (página 186):
- Mas eu sustento, com o nome que herdei do meu pai:
havia, sim, uma fábrica de dossiês em vias de ser normatizado, que
inviabilizaria com a mudança do laboratório para a estrutura da secretaria.
. O ministro Tarso Genro não se incomodou com as
denúncias de Tuma Júnior. O delegado explica (página 186):
- É bom lembrar que foi durante esse episódio que
o ministro Tarso Genro disse que fazer dossiê não é crime, e que a PF não iria
investigar a autoria daquele dossiê contra dona Ruth Cardoso.