Ao lado, a jornalista da Folha.
No jornal Folha deste domingo, sob o título "Mensalão versus Siemens", a jornalista Eliane Cantanhêde diz que reza a lenda política que agosto é o mês do azar, quando
Getúlio Vargas se suicidou, Jânio Quadros renunciou e Juscelino Kubitschek
morreu num acidente de carro até hoje ainda nebuloso. Leia mais:
Pois justamente em agosto recomeça o julgamento do
mensalão no Supremo, que pega o PT de jeito, e emerge a denúncia da alemã
Siemens de que houve um cartel para licitações das obras do metrô de São Paulo,
o que desestabiliza o PSDB. Como pano de fundo, a popularidade de Dilma em queda,
protestos contra Alckmin e Cabral, o Congresso em pé de guerra e a recuperação
da economia, só na promessa.
Tem-se que agosto encontrará o governo batendo cabeça, o
Congresso testando forças, os tucanos esbaldando-se com o mensalão petista, e
os petistas, com o caso Siemens dos tucanos. E a plateia botando fogo. Isso tudo é álcool, gasolina e fósforo aceso para as
manifestações populares. Elas começaram em junho, movidas em grande parte pela
exaustão diante das práticas políticas e da falta de ética, e prometem voltar
com tudo no Sete de Setembro, pelos mesmos motivos, mas com novidades,
confrontos explosivos e a sensação de que não se salva um. Se o mensalão do PT atinge José Dirceu, José Genoino e
João Paulo Cunha, a denúncia da Siemens, que entregou documentos para as
autoridades brasileiras, aponta o governo Mário Covas, chega ao primeiro de
Geraldo Alckmin e atinge um ano do de José Serra. É guerra de comandantes, não
de soldados.Como sempre, o caso Siemens começa assim: vem a manchete
na imprensa, o atingido diz que há manipulação política e o investigador
responde que o processo é legal, rigoroso e técnico. Depois, vira tudo um deus
nos acuda, com verdades borbulhando, a mídia vasculhando cada vírgula, a
opinião pública irada.
. Mas agosto é só o começo, setembro está logo aí e 2014 é
ano de eleição presidencial. O que está ruim sempre pode piorar.