É hora de delações da Odebrecht e de Lava Jato, não de
brincar com fogo
Na superfície, o Congresso discute a PEC dos gastos e as
eleições para as presidências de Câmara e Senado e para as lideranças de blocos
e partidos. Nas profundezas, sofre, sem saber (e sem ter) o que fazer, diante
do tsunami que começa nesta segunda-feira, 7 de novembro: a meia centena de
delações da Odebrecht sobre as relações promíscuas com o mundo político.
Para agilizar os trabalhos e ir logo ao ponto, a
sistemática mudou. Os 50 delatores vão apresentar amanhã suas revelações por
escrito, depois serão chamados para confirmar o que escreveram e a força-tarefa
da Lava Jato pretende ter a homologação das delações da Odebrecht em mãos até
20 de dezembro, quando o Judiciário entra em recesso. Aliás, o Congresso
também, por volta da mesma data.
Pelo que foi vazado, serão listados de 150 a 300
políticos de praticamente todos os partidos. Isso abre uma nova era na Lava
Jato, que não só deixa estressados deputados, senadores, governadores,
prefeitos e seus antecessores, como também exige uma enorme responsabilidade da
Justiça, MP e PF.
Se os investigados estarão alvoroçados, os investigadores
– e a mídia – estarão entre duas pressões políticas e psicológicas: de um lado,
a acusação de que a Lava Jato é uma armação demoníaca só para eliminar o PT; de
outro, o pânico nos três Poderes de que todos os políticos e partidos sejam
jogados na fogueira, arrastando o Congresso, pilar da democracia, para o quinto
dos infernos.
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