“Não estamos de braços cruzados diante das ações
criminosas. Estamos agindo em favor da cidadania”, tuitou o governador José Ivo
Sartori, na manhã de ontem, depois de mais uma noite de terça-feira com ônibus
queimados por marginais e de um bloqueio na confluência das avenidas Cavalhada
com Otto Niemeyer.
“Em favor de qual cidadania”, governador? Certamente, o
governador não se referia à cidadania das dezenas de milhares de cidadãos,
feridos no seu direito de ir e vir, uma cláusula pétrea de nossa Constituição
Federal, por força de uma manifestação de mais um “movimento social”
reivindicando moradia.
Os manifestantes, num pequeno grupo, comandaram a
“operação” em pleno horário matinal de grande fluxo de veículos e, segundo se
informou, com a concordância do comandante do policiamento no local.
Um tipo de acordo firmado entre a autoridade policial e o
líder dos manifestantes determinou como seria o tráfego naquelas avenidas, mas
os cidadãos pagadores de impostos não foram consultados e passivamente se
transformaram em vítimas daquela circunstância bizarra e inaceitável.
Não há mais limite para manifestações como a de ontem de
manhã e elas ocorrem ao sabor da reivindicação de cada “movimento social”. Algo
assim como “hoje nós vamos bloquear tal local e que ninguém se meta conosco”.
A propósito, uma van escolar tentou furar o bloqueio e
foi apedrejada! Como dizem os noticiários “ninguém foi preso”.
O que é incompreensível é a passividade de quem manda e a
falta de alguém próximo ao governador que o aconselhe a terminar com a bagunça
com um simples telefonema.
Não se trata de nenhuma medida arbitrária, mas apenas e
tão somente do cumprimento da Lei Maior que em seu artigo 5, inciso XV, diz que
“é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz...”
Senhor Governador, não permita que o Estado que o senhor
governa mantenha tanto desrespeito à CF. Rodovias e avenidas urbanas bloqueadas
atentam contra a verdadeira cidadania que precisa se locomover para trabalhar,
produzir e pagar impostos.
No próximo bloqueio que traga transtorno aos cidadãos de
bem, basta um telefonema do senhor à autoridade policial que o problema acaba.
Acaba e os verdadeiros cidadãos saberão reconhecer a sua autoridade.
A PROPÓSITO...
Não se esqueça que o senhor foi eleito pelo lado decente
deste Estado. Esta porção de pessoas de bem é quem espera do senhor a resposta
enérgica ao banditismo e aos movimentos que interrompem rodovias e vias
urbanas.