Em reportagem exclusiva, hoje, o jornal Valor diz que a gerente apresentará ao MPF emails e documentos que
comprovam alertas ignorados pela estatal.
Nesta sexta, a Petrobrás negou ter ficado omissa. CLIQUE AQUI para ler a resposta, que é bastante vaga.
. A reportagem a seguir, uma nova bomba no caso Petrolão, é de Juliano Basile. Leia:
BRASÍLIA - Defendida pela presidente Dilma Rousseff, a
atual diretoria da Petrobras recebeu diversos alertas de irregularidades em
contratos da estatal muito antes do início da Operação Lava-Jato, em março
deste ano, e não apenas deixou de agir para conter desvios que ultrapassaram
bilhões de reais como destituiu os cargos daqueles que trabalharam para
investigar as ilicitudes e chegou a mandar uma denunciante para fora do país. As irregularidades foram comprovadas através de centenas
de documentos internos da estatal obtidos pelo Valor PRO, serviço de informação
em tempo real do Valor. Elas envolvem o pagamento de R$ 58 milhões para
serviços que não foram realizados na área de comunicação, em 2008, passam por
uma escalada de preços que elevou de US$ 4 bilhões para mais de US$ 18 bilhões
os custos da Refinaria Abreu e Lima e atingem contratações atuais de
fornecedores de óleo combustível das unidades da Petrobras no exterior que
subiram em até 15% os custos.
As constatações de problemas nessas áreas foram
comunicadas para a presidente da estatal, Graça Foster, e para José Carlos
Cosenza, que substituiu o delator Paulo Roberto Costa na Diretoria de
Abastecimento e é responsável pela Comissão Interna de Apuração de desvios na
estatal.
Para Graça foram enviados e-mails e documentos
comunicando irregularidades ocorridas tanto antes de ela assumir a presidência,
em 2012, quanto depois. A presidente foi informada a respeito de contratações
irregulares na área de comunicação da Diretoria de Abastecimento, sob o comando
de Paulo Roberto Costa, e de aditivos na Abreu e Lima, envolvendo o
"pool" de empreiteiras da Operação Lava-Jato. Em 2014, foram
remetidas a Graça denúncias envolvendo os escritórios da estatal no exterior.
Nenhuma providência foi tomada com relação a esse último caso, ocorrido sob a
sua presidência. Cosenza, que em depoimento à CPI mista da Petrobras, em
29 de outubro passado, declarou nunca ter ouvido falar em desvios de recursos
na estatal em seus 34 anos na empresa, também recebeu, nos últimos cinco anos,
diversos e-mails e documentos com alertas a respeito dos mesmos problemas.
. As advertências de que os cofres da Petrobras estavam
sendo assaltados partiram de uma gerente que foi transferida para a Ásia.
Venina Velosa da Fonseca está na estatal desde 1990, onde ocupou diversos
cargos. Ela começou a apresentar denúncias quando era subordinada a Paulo
Roberto como gerente executiva da Diretoria de Abastecimento, entre novembro de
2005 e outubro de 20009. Afastada da estatal, em 19 de novembro, Venina vai
depor ao Ministério Público, em Curitiba, onde tramita o processo da Lava-Jato.
. As suspeitas da geóloga tiveram início em 2008, quando
ela verificou que os contratos de pequenos serviços - chamados de ZPQES no
jargão da estatal - atingiram R$ 133 milhões entre janeiro e 17 de novembro
daquele ano.
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