- Ao lado, Otávio Frias Filho.
- A posição da Folha corresponde ao tom da conversa sobre cenários que esta semana tiveram o editor, os analistas financeiros Leandro Ruschel e Stormer, tendo como convidado o economista André Azevedo. A entrevista de uma hora está disponibilizada na telinha de TV da capa desta edição, ao alto, à direita.
O diretor de Redação da Folha de S. Paulo, Otávio Frias
Filho, assumiu franca oposição ao governo Dilma, em editorial publicado neste domingo. Ele é contra a reeleição
da presidente Dilma e afirma que o Brasil não tem plano para o futuro e
coloca em prática um amontoado de ações erráticas. Leia abaixo:
A indústria de Dilma
Presidente consome mandato com administração miúda de
gargalos da economia legados por antecessor; país ainda ignora seu plano para o
futuro
Por que o crescimento do PIB no Brasil é tão baixo, e a
inflação, tão persistente? A pergunta, frequente no debate econômico até 2006,
foi eclipsada pela euforia do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, quando a alta do PIB alcançou 4,6% ao ano e os preços estavam sob
razoável controle.
A desaceleração do crescimento para 1,8% ao ano no
governo da presidente Dilma Rousseff e a debilidade prevista também para 2013
vieram evidenciar que a realidade não era tão brilhante. A inflação alta, por
sua vez, reavivou a percepção de que o país está longe de superar seus gargalos
internos.
O combustível da aceleração no período 2007-2010 foi a
arrancada da China no mercado global, que transformou a divisão internacional
do trabalho. Sua voracidade por matérias-primas fez os preços dispararem.
Países emergentes com tradição de exportadores de alimentos, energia e minerais
se beneficiaram.
No caso brasileiro, o bônus externo foi canalizado para o
inchaço do gasto público, em especial após a crise financeira mundial de 2008.
A bonança externa e o crédito fácil permitiram também incrementar o consumo de
bens duráveis e serviços, mas os sinais de esgotamento do modelo são evidentes.
Esse ciclo de expansão nos legou o descasamento entre a
voracidade do consumo e as deficiências da oferta. Os custos -salariais,
tributários e de logística- dispararam, e a produtividade estagnou.
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