Mr.Impeachment está com ás de ouro nas mãos e não blefa

A revista Época que começou a circular, traz como reportagem de capa uma ampla reportagem sobre as articulações de Eduardo Cunha.

O presidente da Câmara negocia ao mesmo tempo com o governo e com a oposição.

Ele não teme Teori Zavascki e Rosa Weber, sequer Janot, todos agindo em favor do governo e do PT e tentando destrui-lo. Uma campanha seletiva sem paralelo.

Ele tem um trunfo nas mãos, um ás de ouro, e não blefa. Eduardo Cunha quer usá-lo para vencer, o que pode ocorrer com algum tipo de blindagem parlamentar, com apoio do PT, ou para atacar o coração do governo e do PT, com apoio da oposição.

Tudo é possível e nada está descartado.

Leia mais sobre o impeachment, a seguir.

Presidente do PT ataca: "Levy muda ou cai fora do governo". Ministro pode demitir-se a qualquer momento.

O presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, fez hoje duras críticas à política econômica do ministro da Fazenda, Joaquim Levy:

- É preciso que se libere crédito para investimento, para consumo... é uma forma de fazer a economia rodar... da mesma forma, é insustentável manter a atual taxa de juros.

As críticas abertas do presidente do PT tornam insutentável a presença de Levy no cargo.[

Ele poderá se demitir a qualquer momento.

O ministro, que chegou a redigir carta de três laudas para pedir demissão na sexta, foi até Dilma, manteve com ela reunião de três horas e não resistiu aos apelos para permanecer no cargo, sob promessa de apoio firme ao ajuste fiscal.

Lula já vinha criticando Levy abertamente.

. Ruy Falcão, replicando o chefe do PT, avisou:

- Está errada a política de contenção exagerada do crédito... precisamos devolver esperança à população".

Rui disse ainda que Levy deve sair se não estiver disposto a mudar o rumo atual.

Artigo, Miriam Leitão, O Globo - A dúvida Levy

A grande dúvida em relação ao ministro Joaquim Levy é por que ele permanece no governo Dilma. A saída parece natural desde que ficaram mais fortes os ataques internos contra ele. Aos muitos interlocutores que perguntaram por que ele fica em uma equipe que nunca demonstrou valorizar seu trabalho, Levy responde que acha que ainda tem contribuições a dar.

Em um ambiente assim, em que o ministro da Fazenda vira alvo da própria base governista, e em uma crise desta dimensão, qualquer reunião como a de ontem à tarde pode dar origem a uma onda de especulações sobre a saída do ministro. Ainda mais quando há tanto fundamento, como foi o caso ontem. A grande dúvida, na verdade, não é se o ministro Joaquim Levy sai do governo, mas quando ele sai.

Houve vários momentos de estresse nesse período em que ele está no governo. Levy nunca se importou muito com os integrantes do PT, empresários ligados ao governo, ou líderes sindicais que o criticaram ou pediram sua cabeça. Mas na última semana houve demonstrações públicas de hostilidade a ele, e ao programa que tem tentado executar no governo até agora, lideradas pelo ex-presidente Lula. Na convenção da CUT, o ex-presidente Lula fez um discurso atacando o ajuste fiscal e foi interrompido várias vezes pelo coro “fora Levy”. Depois disso, Lula passou a trabalhar abertamente pela troca do ministro da Fazenda, culpando-o pelos desastres que foram plantados antes da sua chegada e fortalecidos pela base do governo.

Um momento de grande tensão em que o ministro quase deixou o governo foi o do envio do Orçamento deficitário para o Congresso. Ele só foi informado quando já era fato consumado. A decisão fora tomada numa reunião da qual não participou. Na época, quando um interlocutor perguntou por que não deixava o governo, ele disse que não era o tipo de pessoa que sai no pior momento e que previa que haveria muita turbulência a partir daquela decisão equivocada. De fato, as consequências foram o rebaixamento do Brasil, a disparada do dólar, o salto do custo cobrado do país e de suas empresas em empréstimos no exterior.

Numa conversa com um interlocutor frequente, Joaquim Levy disse que sabe que está na linha de tiro de cada vez mais gente, mas que tenta manter a calma e continuar trabalhando. Nos últimos meses, ele fez inclusive o que nunca em sua vida profissional teve a habilidade de fazer: a negociação política para conseguir apoio às medidas propostas para reequilibrar o Orçamento. E o fez porque no governo falta de tudo, inclusive, e principalmente, articulador político. Levy acha que com essa sua iniciativa de interlocução com o Congresso conseguiu em alguns momentos evitar o pior. O problema é que frequentemente a maior derrota vem das bases do governo, como a aprovação da permissão de recálculo da aposentadoria, que aprofunda o déficit da Previdência e que teve apoio maciço do PT.

O Brasil está vivendo uma recessão forte com uma inflação perto de 10% e nada disso se deve à tentativa de ajuste fiscal comandada pelo ministro Levy. A inflação foi reprimida nos últimos anos com manipulação de tarifas públicas. Os gastos públicos foram exacerbados nos últimos anos e, como ficou provado pelo TCU, foram manipulados e jogados para adiante nas famosas pedaladas fiscais.

A reunião de ontem, na parte em que participaram outros ministros, foi dedicada ao problema de como pagar os atrasados aos bancos públicos para eliminar qualquer risco de um processo semelhante ao do ano passado nas contas públicas. Como esse é um dos caminhos do impeachment, a presidente está preocupada em eliminar qualquer ruído com o Tribunal de Contas. O problema é que os atrasados são uma conta alta demais para ser quitada de uma vez. A engenharia financeira para pagar tudo o que se deve ao Banco do Brasil e BNDES, e mais a conta de tarifas não pagas à Caixa, é muito alta.

Não há quem seja insubstituível, mas o que pouca gente no governo se dá conta é que sem Joaquim Levy haverá um aumento forte da desconfiança em relação ao Brasil e será difícil encontrar outro que aceite ir para o cargo e ser atacado como inimigo pelo próprio partido do governo

Protestos contra o governo Dilma, Lula e o PT ocorreram em 15 cidades neste sábado

Neste sábado, ocorreram protestos em Brasília, em São Paulo, Belo Horizonte, Botucatu (SP), Curitiba, Goiânia, Ipatinga (MG), Natal, Recife, São Luís, Sorocaba (SP) e Uberlândia (MG).

Guaíba alcança seu maior nível em 74 anos e água já invade até zona central de Porto Alegre

O Exército foi chamado e  já está nas ilhas e áreas mais alagadas de Porto Alegre, ajudando os desabrigados.

Além do Guaíba, os rios Gravataí e Sinos, que desembocam no lago, atingiram níveis de alerta. No interior, o caso mais grave é do importante rio Uruguai. 

Pela segunda vez em menos de uma semana, o nível do Guaíba atingiu proporções históricas. Por volta das 14h, as águas chegaram a 2m94cm, superando em 5 centímetros os 2m89cm de segunda-feira, e atingindo a maior marca em 74 anos. Às 15h, o nível era de 2m93cm

Com a elevação do volume, as águas invadiram o Cais Mauá, passando por frestas das comportas, e atingindo a Avenida Mauá.

Simon repete Getúlio ao ajudar a criação da Rede

O PMDB gaúcho não estranha e nem se alarma com a aproximação entre o ex-senador Pedro Simon e o novo Partido de Marina, o Rede Sustentabilidade.

E lembram que Getúlio Vargas ajudou a criar PTB e PSD.

Perondi avisa que novo pedido de impeachment vai sair na semana que vem

O deputado Darcisio Perondi disse na tarde deste sábado ao editor que o novo pedido de impeachment contra Dilma Roussef será protocolado na semana que vem com toda a pompa e circunstância, inclusive com a presença dos movimentos sociais.

Hélio Bicudo e Reale Júnior estarão presentes.

O deputado do PMDB gaúcho avisou que o start do processo cabe a Eduardo Cunha, mas que o caso é jurídico e político, sendo tratado desta forma.

Manifestações pró-impeachment serão diárias, com qualquer número

Os grupos que lideram as manifestações de rua pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff desistiram de atuar em conjunto e mudaram suas estratégias de ação.

Em Porto Alegre, segunda-feira, 17h, haverá manifestação de apoio às investigações do Lava Jato, na frente da Polícia Federal, avenida Ipiranga.,

Leia esta reportagem da Folha de S. Paulo de hoje:

Com o objetivo de pressionar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a deferir a petição assinada pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal, eles desistiram de convocar mais uma grande manifestação nacional, como as que ocorreram em agosto e março, e optaram por promover ações diárias de rua nos moldes dos atos promovidos em 2013 em São Paulo pelo Movimento Passe Livre (MPL), que defendia a redução das tarifas de transporte público. "Faremos manifestações todos os dias até o dia que o Cunha apresentar o impeachment", diz Carla Zambelli, porta-voz da Aliança dos Movimentos Democráticos.
O primeiro ato, que está marcado para este domingo, na avenida Paulista, será bem mais modesto que os anteriores. "Não teremos carros de som nem os bonecos infláveis, que estão em outras cidades", diz a ativista. Já Vem Pra Rua marcou sua manifestação para segunda-feira (19), no largo da Batata, em Pinheiros. "Será um modelo mais dinâmico. Não vai ter carro de som. E dessa vez não vamos ficar parados. Faremos uma marcha pelo impeachment", diz o porta-voz do VPR, Rogério Chequer.
Ele diz que o grupo deve promover um novo ato nos mesmos moldes na quinta-feira se Eduardo Cunha não der andamento ao pedido.
Apesar de atuarem separadamente, os grupos anti-Dilma adotaram a mesma tática: pressionar o presidente da Câmara, mas sem pedir seu afastamento do comando da Casa ou a cassação de mandato.
Na semana passada, o PSOL e a Rede entraram com uma representação no Conselho de Ética da Câmara contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar.
O pedido está fundamentado no documento enviado na semana passada ao PSOL pela Procuradoria-Geral da República (PGR), após um pedido formal do partido, confirmando que Cunha mantém contas bancárias secretas na Suíça.
"Eduardo Cunha não é nosso aliado é nosso aliado estratégico, mas também não estamos pedindo a cassação de outros acusados (na Operação Lava Jato). Não temos recurso para isso", diz Rogério Chequer.
Em abril, os grupos reuniram 701 mil pessoas, segundo a polícia, ou 1,5 milhão, segundo os organizadores. Os números foram menores do que nos atos de 15 de março, que reuniram 2,4 milhões de pessoas, segundo a polícia, ou 3 milhões, segundo os organizadores. Em agosto foram 375 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".


Alexandrino gosta de mandar beijinhos por celular. Solto, ele voltará para a diretoria da Fiergs.

Curitiba, via WhatsApp

A libertação de Alexandrino Alencar da cadeia não fez bem aos seus companheiros de cela, sequer ao seu ex-chefe, Marcelo Alencar.

É que o lobista da Odebrecht animava os outros presos.

A jornalista Marta Sfredo, conta na sua coluna de hoje do jornal Zero Hora que os advogados dos investigados e condenados costumavam mandar fotos de Alexandrino, colhidas na prisão, nas quais ele mandava beijinhos para amigos e conhecidos.

Diretor da Fieregs, Alexandrino poderá continuar mandando seus beijinhos, mas, agora, apenas nas reuniões presididas por Heitor Muller ou nos escritórios e residências dos seus parceiros do RS.

iPlace do Iguatemi, Porto Alegre, começou a vender o Watch da Apple

A loja iPlace, shopping Iguatemi, Porto Alegre, começoua vender, hoje, o Watch. No Brasil, a Apple usa 15 das suas lojas.

Dinheiro do Banco Mundial mofa sem uso no RS. Tarso tomou o empréstimo sem ter garantido a contrapartida.

O Banco Mundial emprestou US$ 480 milhões ao governo Tarso Genro para rfeformar escolas, apoiar parquers e polos tecnológicos e melhorias ambientais e de gestão de ativos, mas acabou não usando porque não tinha os US$ 433 milhões da contrapartida.

Sartori também não tem o dinheiro necessário.

Mas acha que terá uma parte.

Sartori negocia ampliação do prazo do contrato e contrapartida de US$ 233 milhões.

R$ 4 milhões pelo lobby: os contratos milionários de Lula com a Odebrecht

A revista Época deste final de semana revela com documentos reproduzidos em fac similes, que expõem os termos de contratos assinados entre o ex-presidente e a empresa. No papel, dinheiro para “palestras”. Na prática, dinheiro para alavancar os negócios da empreiteira no exterior.

A reportagem estarrecedora sobre as relações carnais, permissivas e de advocacia administrativa, portanto corruptas, vai na íntegra, a seguir. É assinada por Thiago Bronzatto, Ana Clara Costga e Alana Rizzo.

Leia tudo:

No final da manhã de quinta-feira, 15 de outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava bem-humorado. Por iniciativa própria, prestava umdepoimento reservado ao Ministério Público Federal, em Brasília, para explicar sua atuação ao lado da empreiteira Odebrecht. Em vez de ir ao prédio da instituição, Lula foi ouvido em uma casa no Lago Sul, de forma discreta. Foi seu único pedido ao procurador, para escapar ao assédio de jornalistas. Ao seu estilo sedutor, Lula fez piadas com o procurador da República Ivan Cláudio Marx, ao dizer que o Corinthians, seu time, será campeão brasileiro. Na hora de falar sério, disse que não fez lobby, mas sim palestras no exterior com a missão de explicar a receita brasileira de sucesso em países da África e da América Latina. Procurou defender-se na investigação, revelada por ÉPOCA em maio, que apura se ele praticou tráfico de influência internacional em favor da empreiteira Odebrecht. Lula disse que não é lobista, que recebeu “convites de muitas empresas e países para ser consultor”, mas não aceitou porque “não nasceu para isso”. Num termo de declaração de quatro páginas obtido por ÉPOCA, ele sustenta que todos os eventos para os quais foi contratado estão contabilizados em sua empresa L.I.L.S. – um acrônimo de seu nome. Foi por meio dela que Lula ficou milionário desde que deixou o Palácio do Planalto, em 2011.
AMIGOS

Lula com Alexandrino Alencar, da Odebrecht (de barba, atrás), no Peru. Alexandrino era o responsável pelas palestras de Lula no exterior e viajava com ele (Foto: reprodução)

ÉPOCA obteve cópia dos contratos privados, notas fiscais edescrições das relações entre o ex-presidente e sua principal contratante. Nomeado projeto “Rumo ao Caribe”, as viagens de Lula bancadas pela Odebrecht inauguraram um padrão de relacionamento do ex-presidente, poucos meses após deixar o Planalto, com a empreiteira-chave da Lava Jato.  Ao longo dos últimos quatro anos, a L.I.L.S. foi acionada para que Lula desse 47 palestras no exterior, muitas a convite de instituições. Sua maior cliente é, de longe, a Odebrecht.

A construtora que lidera a lista das patrocinadoras de Lula pagou quase R$ 4 milhões para o ex-presidente fazer dez palestras. Além disso, bancou os custos das viagens para países em que possui obras financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como Angola e Venezuela. Esses gastos de R$ 3 milhões, ao câmbio da época, incluem transporte e hospedagem em hotéis “5 estrelas ou superior”, com dormitório com cama king size, sofás, frutas, pães, queijos, frios, castanhas, água, refrigerantes normais e do tipo “zero” e, em alguns casos, fora do contrato, bebidas alcoólicas. As contratantes eram responsáveis por fretar aeronaves particulares. Ter Lula como palestrante custava caro. Mas, na maioria das vezes, valia muito a pena. 

O “Palestrante” Lula (grafado desse jeito pela própria empresa em seus papéis internos) passou a ser mobilizado para atuar em locais onde a Odebrecht enfrentava pepinos em seus contratos. Em 1º de maio de 2011, Lula se comprometeu, por R$ 330 mil, a desembarcar na Venezuela no início de junho para falar sobre os “Avanços alcançados até agora pelo Brasil”. A descrição das atividades que constam da cláusula 1.1 do contrato dizia que o “Palestrante” não participaria de qualquer outro evento além daqueles descritos “exaustivamente” no anexo 1. O tal anexo, no entanto, possui duas linhas que mencionam apenas que o ex-presidente ficaria hospedado no Hotel Marriott de Caracas. Quando superposto aos documentos doInstituto Lula sobre o mesmo evento, vê-se que Lula se encontrou com o empresário Emílio Odebrecht, pai de Marcelo Odebrecht, hoje preso em Curitiba, e com o então presidente venezuelano, Hugo Chávez, morto em 2013. Era um momento de tensão entre o governo venezuelano e a empreiteira, que cobrava uma dívida de US$ 1,2 bilhão.

Telegramas sigilosos do Itamaraty sugerem que Lula e Chávez trataram sobre a dívida. A Odebrecht construía, desde 2009, a linha II do Metrô de Los Teques e a linha 5 do Metrô de Caracas. Fruto de uma negociação entre Lula e Chávez, o projeto foi irrigado com US$ 747 milhões (R$ 1,2 bilhão, em valores da época) em empréstimos do BNDES. A pressão de Lula surtiu efeito. Quatro dias após a visita do ex-presidente a Caracas, Chávez se encontrou com a presidente Dilma em Brasília. Naquele momento, a dívida com a Odebrecht já estava acertada. As duas obras são investigadas pelo Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Contas da União. A principal suspeita, conforme revelou ÉPOCA em maio, é que os recursos tenham sido utilizados de forma irregular e de maneira antecipada sem o avanço do projeto – o dinheiro chegou, mas a obra não andou.

Em seu depoimento ao Ministério Público, Lula disse que não é lobista e “não nasceu” para ser consultor

Em alguns casos, as viagens de Lula eram sucedidas por concessões de empréstimos do BNDES para obras de infraestrutura no país.Angola é um exemplo disso. Desde 2011, a Odebrecht foi a que mais recebeu financiamentos do BNDES no país africano, que está no topo da lista de recursos destinados pelo banco para exportação. Entre abril de 2011 e abril de 2014, foram liberados US$ 3,1 bilhões dos cofres do BNDES para a Odebrecht. Nos dias 30 de junho e 1o de julho de 2011, Lula foi contratado pela Odebrecht para dar uma palestra na Assembleia Nacional em Luanda, capital da Angola, sobre “O desenvolvimento do Brasil – modelo possível para a África”. Em seguida, Lula se reuniu por 40 minutos com o presidente do país, José Eduardo dos Santos. Após a conversa, Lula se encontrou com Emílio Odebrecht e com diretores das empreiteiras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Lula aterrissou em São Paulo no dia 2 de julho, à 0h30. No dia 28 de julho de 2011, o BNDES liberou um empréstimo de US$ 281 milhões (R$ 455 milhões, em valores da época), tão aguardado pela Odebrecht, para a construção de 3 mil unidades habitacionais e desenvolvimento de infraestrutura para 20 mil residências em Angola.

No dia 6 de maio de 2014, Lula e Emílio Odebrecht voltaram a se encontrar em Angola. O ex-presidente viajou, numa aeronave cedida pelo governo angolano, de Luanda para a província de Malanje, onde visitou a usina de açúcar e etanol Biocom, sociedade entre a Odebrecht Angola e a Sonangol. Em depoimento de sua delação premiada, o lobista Fernando Soares, o Baiano, disse que se associou ao empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula, para viabilizar a palestra do ex-presidente em Angola. Baiano atendia a um pedido de um general angolano, interessado no negócio. Lula estava a todo momento acompanhado por Emílio Odebrecht, pela ex-ministra do Desenvolvimento Social Márcia Lopes e pelo ex-deputado federal Sigmaringa Seixas, além de autoridades angolanas. Na manhã do dia seguinte, o ex-presidente teve uma reunião de cerca de uma hora com o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. Nesse encontro, discutiram, entre outros assuntos, a linha de crédito do BNDES para a construção da hidrelétrica de Laúca, segundo telegramas do Itamaraty. Em dezembro do ano passado, sete meses após a visita de Lula, o ministro de finanças de Angola, Armando Manuel, assinou o acordo de financiamento com o BNDES. Em maio deste ano, o presidente do banco, Luciano Coutinho, deu o último aval para a liberação de um empréstimo que pode chegar a US$ 500 milhões (R$ 1,5 bilhão). Questionado pelo Ministério Público, Lula disse que “nada foi referido sobre o financiamento do BNDES para a construção da hidrelétrica de Laúca e que o presidente José Eduardo nunca tratou desses temas”, embora documentos oficiais do Itamaraty mostrem uma versão diferente. “Não passa de uma ilação, porque o comunicante (do Itamaraty) não teria participado da reunião”, disse Lula.

EFICIENTE

Lula com Hugo Chávez em Caracas, em 2011, e trechos de seus contratos com a Odebrecht (abaixo). Após uma palestra de Lula, o governo venezuelano pagou uma dívida com a Odebrecht (Foto: Jorge Silva/Reuters)

Em suas viagens pela América Latina e pela África, Lula era acompanhado de perto pelo diretor de relações institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar, apontado como o lobista da construtora na Operação Lava Jato. Após quatro meses preso, o executivo foi libertado na sexta-feira por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, após quatro meses preso em Curitiba, no Paraná. O contrato original, que selou a parceria da Odebrecht com Lula, leva a assinatura de Alexandrino e de Paulo Okamotto, braço direito do ex-
presidente. Lula e Alexandrino se conhecem desde os tempos de Lula no Planalto. A proximidade entre eles era tão grande que se cumprimentavam com um beijo no rosto. Essa intimidade se intensificou após 2011, quando Lula passou a defender, ao lado de Alexandrino, os interesses da Odebrecht no exterior. Um relatório de perícia do MPF sobre os movimentos migratórios de Lula e o ex-funcionário da Odebrecht aponta que os dois companheiros compartilharam ao menos cinco voos juntos nos últimos quatro anos, de acordo com dados extraídos do sistema de tráfego internacional da Polícia Federal. Nesta semana passada, no depoimento ao Ministério Público, Lula manteve uma distância olímpica do amigo ao dizer que “Alexandrino era representante da Odebrecht, não sabendo precisar o cargo; que só tinha relação profissional com Alexandrino”.

Um dos destinos da dupla foi uma caravana para Cuba e República Dominicana entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro de 2013. Lula recebeu R$ 373 mil pelas palestras. Naquela ocasião, Lula visitou o Porto de Mariel, parceria entre a Odebrecht e o governo cubano. Ao todo, a obra recebeu US$ 832 milhões do BNDES com um prazo para pagamento de 25 anos – e com uma parte das garantias atreladas à produção de fumo na ilha. Quatro meses após a passagem de Lula por Cuba, o banco estatal brasileiro liberou a quinta parcela do financiamento do projeto, de US$ 229,9 milhões (R$ 482,7 milhões), que estava represada devido ao atraso nos pagamentos e à falta de garantias para a operação. Em 31 de janeiro, Lula desembarcou na República Dominicana, onde se encontrou com o presidente Danilo Medina. E lá foi o líder petista visitar, novamente, outro canteiro de obras da Odebrecht. Seis meses depois, a Odebrecht conseguiu mais US$ 114 milhões (R$ 228 milhões) do BNDES para desenvolver o corredor Viário Norte-Sul no país.


Procurada, a Odebrecht afirma por meio de nota que mantém “uma relação institucional e transparente com o ex-presidente Lula. O ex-presidente foi convidado pela empresa para fazer palestras para empresários, investidores e líderes políticos sobre as potencialidades do Brasil e de suas empresas, exatamente o que têm feito presidentes e ex-presidentes de outros países, como Estados Unidos, França e Espanha”. A Odebrecht nega que Lula tenha feito lobby em seu favor junto a governos estrangeiros. O depoimento de Lula pode ter sido agradável, mas o Ministério Público Federal no Distrito Federal estuda formar uma força-tarefa de procuradores para investigar as suspeitas de tráfico de influência. Pediu até o compartilhamento de provas da Operação Lava Jato que mencionem o ex-presidente, a Odebrecht e o BNDES.

Lobista Fernando Baiano relata em detalhes sua atuação a serviço do PT e aliados no assalto à Petrobras

Jaws é Sérgio Moro. 
A Veja garante que “a esperança de um Brasil mais justo trazida pela operação comandada pelo juiz Sergio Moro continua de pé, longe das manchetes. A Lava Jato tem seus ritos e tempos próprios. Mais dia, menos dia, ela emerge das águas profundas e desfaz os acordos espúrios tramados na superfície.


Em um documento de dezesseis páginas obtido pela revista Veja e publicado neste final de semana, o lobista Fernando Soares, o Fernando “Baiano”, revela ter pago propina ao presidente do Congresso, ao líder do governo Dilma no Senado, a um ministro do governo Lula e a um senador do PMDB.

A reportagem é assinada por Daniel Pereirfa e Robson Bonin.

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O ex-presidente Lula se reuniu no fim de junho com os líderes do PT e do PMDB, em Brasília. O encontro ocorreu na casa de Renan Calheiros, presidente do Senado. Acossado pelo petrolão, o maior escândalo de corrupção da história do Brasil, Lula saiu-se com a tática que sempre adotou, com sucesso, nesses casos: arrastar mais gente para o seu lado, na tentativa de tornar o grupo maior do que a boca do abismo que o ameaça. Lula disse aos presentes que toda a primorosa investigação da Polícia Federal secundada pelo trabalho implacável dos procuradores federais e de juízes de diversas instâncias não passa de uma "campanha para desmoralizar a classe política". Lula chamou de arbitrários o juiz Sergio Moro e os demais responsáveis pela Operação Lava-Jato. "O país foi sequestrado pelo Moro. Temos de reagir no Supremo Tribunal Federal", concordou José Sarney, o ex-presidente cuja filha, Roseana, é investigada no caso. Obviamente o objetivo da reunião na casa de Renan não foi arrancar o país das garras do arbítrio e devolvê-lo à normalidade democrática. O objetivo foi encontrar um jeito de restaurar a velha ordem da impunidade para os poderosos da República que a Lava-Jato ameaça contrariar pela primeira vez em nossa história.
Em comum, muitos dos participantes da reunião tinham, além do fervor republicano, o fato de estarem na boca dos delatores da Lava-Jato como beneficiários do dinheiro desviado da Petrobras. Até mesmo Delcídio Amaral, líder do governo no Senado, que participou da reunião, acabou enlaçado no escândalo. Lula, Renan e Delcídio foram listados como beneficiários do petrolão pelo lobista Fernando Soares, o Fernando "Baiano". Em sua delação premiada ao Ministério Público, Baiano declarou ter pago a José Carlos Bumlai, compadre de Lula, 2 milhões de reais em propina, cujo destinatário final seria uma nora do ex-presidente. Comparsa de petistas e peemedebistas, Baiano narrou minuciosamente como intermediou propina para as lideranças dos dois partidos. Tudo custeado pelos cofres da Petrobras. Tudo registrado em um documento de dezesseis páginas obtido por VEJA, no qual o delator, condenado a dezesseis anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relata em detalhes sua atuação a serviço do PT e aliados no assalto à Petrobras.


Líder do governo Dilma no Senado, o petista Delcídio Amaral, também levou dinheiro sujo de Fernando Baiano

O lobista Fernando Baiano também denunciou ter dado R$ 2,5 milhões para Lulinha e R$ 2 milhões para uma nora de Lula concluir a construção da sua casa. - 

O senador Delcídio Amaral (PT-MS) recebeu US$ 1,5 milhão de dólares de propina pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, segundo o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. O negócio foi feito pela Petrobras em 2006 e rendeu um prejuízo de US$ 790 milhões aos cofres da estatal. As informações são do Jornal Nacional, da TV Globo.

Ninguém do PT, PSOL e demais Partidos e parlamentares que pedem a casação de Eduardo Cunha, quis comentar a denúncia.

Delatores não recebem o benefício da delação premiada, caso não comprovem o que dizem.

Em depoimentos da Operação Lava-Jato, o delator contou ainda que fez os pagamentos quando o senador estava em campanha ao governo do Mato Grosso do Sul. Como acabou perdendo as eleições, se manteve como senador, até ser reeleito. Segundo Baiano, o dinheiro foi usado para ajudar na campanha ao governo sul-matogrossense.

Ainda de acordo com Baiano, Delcídio seria o responsável pela indicação de Nestor Cerveró ao cargo de diretor da área internacional da Petrobras. Foi Cerveró quem fez o relatório indicando que a compra da refinaria norte-americana seria uma boa oportunidade para a Petrobras. O senador nega que tenha indicado Cerveró para o cargo.

O nome de Delcídio do Amaral também foi citado em outro contrato da Petrobras, que trata do aluguel de navios-sonda para a estatal. Segundo Baiano, houve um acordo entre Delcídio, o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro Silas Rondeau, também filiado ao PMDB

Baiano afirmou na delação que o acerto envolvia um pagamento inicial de US$ 4 milhões para os envolvidos. No entanto, após o encerramento do contrato, o valor final da propina ficou em US$ 6 milhões. O valor, no entanto, teria sido dividido pelo lobista Jorge Luz.


- Em nota, o senador Delcídio Amaral respondeu que considera absurda a menção de Baiano na delação. "Além de absurdo, é muito estranho que meu nome tenha sido novamente citado nessa investigação, colocado numa época em que eu era considerado 'persona non grata' por todos que estavam sendo investigados pela CPMI dos Correios, cuja presidência exerci exatamente nesse período (2005/2006)", diz a nota.

Prossegue apagão dos serviços da GVT de fone e internet no RS

A GVT entrou no terceiro dia, hoje, sábado, sem normalizar seus serviços de telefonia fixa e de internet.

Isto acontece sobretudo em regiões de Porto Alegre.

A companhia não se explica.

Os serviços da GVT pioraram dramaticamente depois que foi adquirida pela Vivo.

O editor, que contratou os serviços da GVT para seus dois escritórios, localizados em pontos diferentes de Porto Alegre, só consegue conexões por telefonia celular e conexões wirelles de web da Claro, que durante 32 horas também deixaram de funcionar.

O editor também está há três dias sem conexões de Sky e Netflix.


CEE, AES e RGE falham na crise. Nem planos de contingência parecem existir. Apagão abala confiança no RS.

As três grandes distribuidoras de energia elétrica do RS foram apanhadas com as calças nas mãos e não conseguem explicar a demora no restabelecimento dos seus serviços, tudo porque estão despreparadas para responder rapidamente a temporais como os de quarta-feira a noite.

Todas elas não fizeram investimentos necessários e falham até mesmo quando temporais mais fortes abatem-se sobre seus consumidores.

Nem seus telefones funcionam como devem.

As três distribuidoras não parecem contar sequer com planos de contigência.

A crise energética abala a confiança no RS.

O site do jornal Zero Hora fez um levantamento no final da noite de ontem para verificar a situação em cada uma das três distribuidoras. Leia o texto completo do site:

As agências reguladoras limitam-se a fazer discursos vazios e ameaças inúteis. 

AES Sul (160 mil clientes sem energia até as 23h)
Distribuidora com mais clientes afetados pela falta de energia (o número chegou a 490 mil), a AES Sul diz que a principal dificuldade na resolução dos problemas se dá em função dos danos às redes. Muitas delas, segundo a concessionária, foram danificadas pelas quedas de postes e árvores e têm de ser reconstruídas. 
Conforme o coordenador de leitura e entrega da AES Sul, Fábio Calvo, cerca de 1,5 mil pessoas, entre técnicos e eletricistas, trabalham no restabelecimento do serviço em todo o Estado. A empresa explica que a prioridade no atendimento são serviços essenciais e ocorrências de perigo (locais onde há cabos energizados, por exemplo). Em seguida, são atendidos os casos que afetam mais clientes em uma mesma região, até chegar aos casos individuais. Não há previsão para a normalização do serviço.
CEEE (9 mil clientes sem energia até as 23h)
Segundo o diretor de distribuição da CEEE, Júlio Hofer, o principal entrave à normalização do serviço é a logística. Conforme Hofer, a área de concessão da companhia teve muitos problemas isolados, como quedas de postes e rompimento de cabos, em diferentes pontos de Porto Alegre, o que provoca demora no deslocamento e, consequentemente, no atendimento às ocorrências. 
A Capital é o município mais afetado, com 3,1 mil clientes sem luz. Metade deles, segundo a CEEE, são pontos na Região das Ilhas, onde a energia foi desligada por questões de segurança. Alvorada, na Região Metropolitana, é o segundo município com mais locais sem energia. 
De acordo com a CEEE, 126 equipes leves (caminhonetes que reparam cabos de baixa tensão e reenergizam locais onde não houve dano à rede) e 41 equipes pesadas (caminhões com equipamentos especiais que trabalham na reconstrução de redes danificadas) estão em campo para resolver os problemas. A expectativa é de que 99% do serviço seja normalizado até a noite desta sexta-feira.
RGE (4 mil clientes sem energia até as 23h)
O acesso às áreas rurais é considerado o maior dificultador no restabelecimento da energia aos clientes da RGE. Diferentemente das áreas urbanas, onde os problemas podem ser diagnosticados remotamente, essas regiões exigem saídas de campo.
Conforme o presidente da distribuidora, Fernando Sartori, em Taquara, o acesso ao meio rural, seja em função de problemas nas estradas ou pelos alagamentos, tornam difícil prever quando a situação voltará ao normal. Em Gravataí, onde se concentra quase todo o restante dos clientes sem energia, o serviço deve ser normalizado ainda nesta sexta-feira. 

Segundo a RGE, cerca de 900 pessoas trabalham no restabelecimento da energia pelo Estado, sendo 600 delas somente na Região Metropolitana.

Horário de verão vai começar à meia noite

Hoje, sábado, quando bater meia noite, os relógios deverão ser adiantados em uma hora. É que vai começar o horário de verão.

Contas de 2015 do governo Sartori poderão ser rejeitadas pelo TCE ?

Já tem jornalista querendo desaprovar as contas de 2015 do governo Sartori. No TCE. O TCE jamais rejeitou contas de governo estadual algum.

Nem do governo Tarso Genro.

Governo gaúcho descobre que tem 200 terrenos no Paraná

A jornalista Taline Oppitz, Correio do Povo, passa neste sábado uma informação surpreendente para os leitores do jornal:

- O governo gaúcho possui 200 terrenos no município de Tapíra, Noroeste do Paraná.

Aconteceu que gaúchos que foram colonizar a região no início do século passado, tomaram financiamento do Banco Pelotense, não pagaram e os terrenos foram para o banco, mais tarde encampado pelo Banrisul, que os repassou para o governo do Estado.

Ninguém sabia da existência da propriedade, que ainda precisa de regularização.

Este caso de desordem administrativa não é exceção no governo do RS e nem é obra de Sartori, mas apenas mais uma das heranças malditas que recebeu.


Gabeira sublinha existência de batom na cueca da organização criminosa do PT no Lava Jato

CLIQUE AQUI para ler, também, análise de Ricardo Noblat sobre o êxito, até aqui, da reação do governo ao processo de impeachmenbt, sempre com a ajuda do STF e da PGR. - 


O título original dete artigo de Fernando Gabeira é "Revólver fumegante, Batom na cueca". Ele foi publicado originalmente no jornal O Globo. 

Batom na cueca e revólver fumegante são duas imagens que dizem a mesma coisa: uma prova contundente. A imagem brasileira inspira-se na sensualidade, a americana expressa mais uma cultura bélica, tecnológica. O fato é todos entendem que alguma coisa decisiva foi descoberta.

Nos filmes policiais americanos, o revólver fumegante às vezes aparece num simples detalhe esquadrinhado pelos equipamentos científicos. Aqui no Brasil também houve um avanço científico na busca de provas. A Operação Lava-Jato soube recolher e cruzar dados, estabeleceu conexões internacionais. Isso é novo no país. Mas ao contrário de crimes individuais, ele desvenda uma organização que se moveu na confluência pantanosa da política e das grandes empresas. E o faz num período pós-moderno em que ainda tem força a tese de que as evidências não importam e sim as narrativas. Uma variante apenas da antiga expressão: os fatos não interessam e sim as suas versões.

Quando um empresário preso por corrupção em obras da Petrobras afirmou que deu quase dez milhões para a campanha de Dilma, em troca de negócios na Petrobras, já estávamos diante de algo contundente. Ao aparecer em suas anotações uma conexão clara entre o dinheiro, o PT e o resgate do dinheiro da Petrobras, isso configura um batom na cueca. É inevitável que as contas de Dilma sejam analisadas pelo TSE a partir dessa denúncia. Caberá a cada ministro decidir se o empresário deu o dinheiro como propina ou simplesmente pelo amor à democracia.

Da mesma maneira, as contas de Eduardo Cunha na Suíça são um batom na cueca. Ele foi campeão nas citações dos delatores premiados. Um deles afirmou que depositou o dinheiro precisamente em sua conta na Suíça. Um homem sem mandato estaria preso para explicar tudo isso. Mas vamos levando o faz de conta, todos sabendo que o país foi assaltado e por quem foi assaltado. Na cultura sensual brasileira, é conhecida a frase de Nelson Rodrigues de que o homem deve negar sempre um encontro amoroso, mesmo com o batom na cueca.

Isso se estende à política. Na tática Paulo Maluf, por exemplo: não tenho conta na Suíça e essa assinatura não é minha. E na elaborada tática petista: não existe nada estranho, exceto o seu olhar nublado pela ideologia conservadora, elitista etc. Uma medida provisória para isentar a indústria automobilística em R$ 1,3 bilhões em impostos foi assinada por Lula. Uma empresa de lobby gastou R$ 36 milhões com propinas para que isto acontecesse. Desse dinheiro, R$ 2,4 milhão foi pago pela empresa lobista ao filho do ex-presidente. Isso pra mim é batom na cueca. Sempre se pode dizer que foram prestadas consultorias de marketing esportivo. Mas qual grande gigante da indústria gastaria tanto em assessoria de marketing?

Da mesma maneira, no caso do dinheiro de Ricardo Pessoa para a campanha, o nome da Petrobras está grafado como PB: pode se dizer que PB quer dizer dizer Paraíba ou pequena burguesia e assim por diante, neste jogo interminável.

O governo e os partidos que assaltaram a Petrobras não vão sair ilesos. Mesmo se a Justiça for muito sinuosa, se os ministros amigos derem uma pequena ajuda, se alguns formadores de opinião torcerem os fatos, a sociedade já viu, ouviu, leu documentos suficientes para ver o batom na cueca.

Isso não é uma expressão jurídica. É apenas uma constatação ao alcance de todos, uma imagem popular. Não há como negá-la. Dizer que não usa cueca, que a mancha veio da lavanderia? Com as contas reprovadas pelo TCU, o que também é novo no país, o governo ainda tem a campanha sob investigação: tudo vai desabar no Congresso e seus labirintos. Não importa o caminho tortuoso das evidências pelas instituições. A sociedade brasileira já sabe o que aconteceu.

É nessa brecha entre a consciência social e as instituições, algumas aparelhadas pelo petismo, que mora o perigo. Não é preciso grandes termômetros para sentir que sobe a temperatura nas ruas. O escritor moçambicano Mia Couto disse que às vezes pensamos que estamos na nossa cidade, mas ela nos escapa, vivemos apenas um sonho de estar nela. Nesse caso, pensamos que vivemos num país mas ele nos escapa como se fôssemos estrangeiros. Os fatos, o conjunto de leis, tudo isso é relativizado numa esfera longínqua. O batom na cueca, o revólver fumegante se tornaram tão frequentes quanto um guarda-chuva esquecido ou o resfriado na virada do tempo. Mas nunca é demais lembrar que não há nada de errado com nossos olhos: a paisagem é moralmente desoladora. Daí a irritação das pessoas que insultam petistas nos lugares públicos. Gritam ladrões, mas no fundo deveriam pedir que lhes devolva um Brasil inteligível, um país em que os fatos evidentes tenham consequência.

No sua dramaticidade cívica, o hino diz: ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil. De fato, o dilema agora é impor a realidade ou viver num outro Brasil, esse estranho país em que os fatos ainda são atropelados pelas versões do poder.

*** * *Fernando Gabeira*- é escritor, jornalista e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro. Atualmente na Globo News, onde produz semanalmente reportagens sobre temas especiais, por ele próprio filmadas (no ar aos domingos, 18h30, e em reprises na programação). Foi candidato ao Governo do Rio de Janeiro nas últimas eleições. Articulista para, entre outros veículos, O Estado de S. Paulo e O Globo, onde escreve aos domingos. Seu blog é no www.gabeira.com.br


Marco Alba decreta estado de emergência em Gravataí

O prefeito Marco Alba decretou ontem o total estado de emergência em Gravataí, Grande Porto Alegre, sede da GM.

O número de desabrigados já é de 4.500.

Conheça o estado da freeway, on line

No link a seguir, o leitor poderá acompanhar on line o estado da freeway, a rodovia expressa que liga Porto Alegre a Osório.

As 8h da manhã, prosseguia bloqueio em Cachoeirinha.

CLIQUE AQUI para acompanhar on line.

Esmagadora maioria dos leitores acha que Sartori é mais verdadeiro do que Dilma e Fortunati

49% dos leitores consideram que numa lista que inclui Dilma e Fortunati, o governador José Ivo Sartori é o mais verdadeiro.

Mas 34% não votaram em nenhum dos três.

Dilma é a pior avaliada, com 6%, enquanto que Fortunati conseguiu 9%.

Nova enquete pergunta quem será o próximo bandido a ser libertado pelo ministro Teori Zavascki, do STF. Vá aí ao lado, à direita, e vote.

Prefeitura volta a fechar as comportas que protegem o centro de Porto Alegre. Guaíba subiu muito.

A prefeitura voltou a fechar os 13 portões que permeiam o muro da avenida Mauá, zona mais central da cidade, já que o nível do Guaíba foi a 2,90min esta madrugada e se subir mais 10 cms inundaria a zona central de Porto Alegre.

O cais do porto está submerso desde ontem, conforme mostra esta bela foto ao lado da repórter-fotográfica do jornal Correio do Povo, Bruna Cabrera.

Embora não tenha chovido nos últimos dois dias, o tempo é instável em todo o RS e os institutos de meteorologia não conseguem acertar previsões para mais de um dia.

O temor de que o Guaíba ultrapassa a quota máxima é fundado e pode ocorrer a qualquer momento, dependendo dos cinco rios principais que abastecem o lago.


Tempo volta a instabilizar no RS neste sábado

Neste momento, 7h42min de sábado, o tempo está nublado, não chove e faz frio em Porto Alegre. A capital terá mais nuvens e chance de instabilidade.

O sol vai aparece em meio de nuvens na metade Sul do Rio Grande do Sul neste sábado, mas o ingresso de ar mais frio estimula a formação de nuvens do Centro para o Norte do Estado, de acordo com a MetSul Meteorologia. Na região próxima a Santa Catarina, o dia terá nebulosidade e períodos de chuva e garoa, apesar de aberturas de sol em algumas áreas. 
 Será um dia de temperatura baixa para esta época com sensação de frio no Sul e na Serra. O ar mais frio ingressa com vento do quadrante Sul que se intensifica sobre a Lagoa dos Patos e pode agravar o represamento do Guaíba e dos alagamentos no Sul.


A mínima no Estado será de 7ºC em São José dos Ausentes e a máxima de 22ºC em Santa Rosa. Na Capital, a temperatura irá variar entre 11ºC e 18ºC.
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