Da mesma forma que Istoé, também a revista Veja aborda na sua reportagem de capa a compra de votos que promove o governo Dilma no Parlamento.
É o Mensalão da Dilma.
Leia a reportagem de Veja:
Quando era candidata à reeleição, Dilma Rousseff disse
que poderia "fazer o diabo" para vencer a sucessão presidencial.
Disse e fez, arruinando as finanças do país. Agora, com o mandato ameaçado, ela
recorre outra vez ao tinhoso - o tinhoso do fisiologismo, aquele que mercadeja
emendas e cargos em ministérios e estatais por um punhado de votos, ou um único
voto. Para escapar do impeachment, a faxineira ética de outrora passou a
assediar congressistas dispostos a colocar seu "sim" ou "não"
no mercado. O baixo clero, formado pelos políticos mais inexpressivos do
Congresso, está, naturalmente, em festa. É o caso do deputado José Maria Macedo
Júnior, do PP do Ceará. Macedão, como é conhecido, é dono de uma empresa que
fornece canos e tubulações para obras federais, inclusive para a transposição
do Rio São Francisco, que lhe rendeu 50 milhões de reais em 2015. Apesar de
exercer seu primeiro mandato na Câmara, ele foi alçado, na semana passada, à
gloriosa condição de responsável pela indicação do novo diretor-geral do
Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), que tem orçamento anual
de mais de 1 bilhão de reais e cujos projetos atiçam a cobiça da firma... da
firma... do próprio Macedão!
É isso: em troca de um único voto, o governo colocou o
deputado-empresário nos dois lados do balcão de negócios. Deu resultado.
Macedão, antes indeciso, agora fechou contra o impeachment. Com o desembarque
do PMDB do consórcio governista, Dilma e o ex-presidente Lula passaram a
cortejar partidos de médio e pequeno portes e oferecer as benesses do poder aos
integrantes do baixo clero, que se preocupam menos com a opinião pública e, por
isso, têm mais facilidade para mudar de lado, principalmente quando convidados
a participar do rateio de um butim suculento. Calouro na Câmara, o deputado
Francisco Chapadinha, do PTN, foi convidado a indicar o novo superintendente do
Incra em Santarém, na região oeste do Pará, sua base eleitoral. De pronto,
aceitou a proposta. De pronto, trocou a condição de indeciso e passou a entoar
o coro "Não vai ter golpe". De pronto, justificou-se a um colega:
"Nunca ganhei nada. Agora que me ofereceram, não posso deixar de
aceitar". O esforço contra o impeachment conta com a ajuda de governadores
amigos, que acertam com os deputados de seus respectivos estados a parte de
cada um no queimão do governo.