A venda de uma unidade de equipamentos industriais
da Taurus para a Renill Participações, do grupo SüdMetal, tem gerado
fortes dores de cabeça para o grupo Taurus, RS, conforme o editor tem
registrado com frequência nesta página. Pois agora, segundo revela o repórter
Leandro Souza, jornal Valor, a venda foi alvo de críticas por conta da firma de
auditoria Ernst & Young (EY), que apontou "distorções relevantes e
generalizadas" no negócio.Leia tudo:
Segundo matéria publicada pelo Valor, a transação rendeu
uma baixa de R$ 57,8 milhões no balanço do segundo trimestre, além da
"conclusão adversa" por conta do auditor contábil.
De acordo com a firma de auditoria, o problema tem a ver
com a venda da Taurus Máquinas-Ferramenta, fechada em junho de 2012 por R$
115,3 milhões. No entanto, em agosto deste ano, o comprador repactuou o
contrato, reduzindo o valor pela metade, ficando em R$ 57,2 milhões, cujos
números foram contabilizados no segundo semestre de 2013.De acordo com a EY, a
Taurus deveria fazer a revisão um ano antes. "Os eventos que levaram a
redução do valor original da venda se encontravam substancialmente presentes em
30 de junho de 2012 e a referida perda deveria ter sido reconhecida naquela
data", destacou o auditor em seu parecer, conforme relata o Valor.Com
isso, a EY decidiu não avalizar as demonstrações de resultados, os fluxos de
caixa e as mutações do patrimônio líquido, assim como deu ressalvas ao balanço
patrimonial, afirmando que a Taurus não tem previsões para perdas relativas aos
R$ 54,4 milhões que ainda tem a receber da SüdMetal.
A companhia encerrou o segundo trimestre com prejuízo de
R$ 101,3 milhões, um revés considerável em relação ao lucro de R$ 9,5 milhões
registrado um ano antes.
De acordo com o analista do Valor, opiniões adversas como
esta são raras em balanços de companhias abertas. No caso da Taurus, empresa
envolvida em níveis de governança e Nível 2 da BM&FBovespa, é ainda mais
curioso.