CLIQUE AQUI para ler, também, comentário de Ricardo Noblat, hoje, sobre este caso.
A menção do procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
ao nome da presidente Dilma Rousseff na Operação Lava-Jato, que
investiga esquema de corrupção na Petrobras, foi recebida com desagrado pelo
Palácio do Planalto.
Interlocutores de Dilma afirmaram que não viam motivo
para que seu nome pudesse ter sido citado neste episódio. Acreditam, no entanto
que, ao fazer isso "Janot joga para a plateia" e acaba por
"fazer uma média" com os críticos do governo.
Estes auxiliares dizem que a presidente Dilma repudia o
fato de tentarem envolver seu nome, de alguma forma, na Operação Lava-Jato.
Oficialmente, a presidente Dilma e o Palácio do Planalto não quiseram fazer
nenhum comentário sobre a lista de Janot
No domingo, a presidente Dilma Rousseff pretende se
reunir com alguns ministros, no Palácio da Alvorada, para avaliar a repercussão
da divulgação da lista, dos estragos que vai trazer para o Congresso e como
poderá trilhar caminhos para recompor a sua base.
Nesta reunião, mais uma vez, o vice-presidente Michel
Temer não estará presente. Mas Temer e Dilma se reunirão no Planalto na manhã
de segunda-feira. No final do tarde, às 17h30min, Dilma receberá os líderes dos
partidos da base aliada no Senado.
Em relação aos nomes que surgiram na lista, "não
tinha nada de excepcional", comentou outro assessor palaciano. Todos os
nomes divulgados, de alguma forma, já haviam sido divulgados pela
imprensa.
Mas ninguém arrisca comentar se o fato de o nome do
ex-presidente da Câmara deputado Henrique Eduardo Alves não constar da relação
poderia abrir caminho para que ele assuma um ministério. ´
— É muito cedo para se pensar nisso — observou um
assessor palaciano.
Na quinta-feira, quando as circularam as primeiras
notícias de que o procurador iria fazer menção à presidente, auxiliares de
Dilma repudiaram o fato e comentavam que "jamais alguém pensou que isso
pudesse acontecer".
Esta mesma fonte classificou como "absurdo"
alguém achar que, por conta apenas das revelações da revista "Veja"
sobre depoimento do doleiro Alberto Youssef que envolvia Dilma e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sugerindo que ambos sabiam do esquema
de corrupção na Petrobras, eles pudessem ser, de alguma forma, envolvidos neste
processo.
Após ressaltar que a Constituição não permite a
investigação do chefe do Executivo por qualquer ato que não seja relacionado
com o exercício do cargo da Presidência, e como as denúncias remontam a antes
de 2011, quando Dilma assumiu, o interlocutor avaliou:
— Isso não aconteceu e não poderia mesmo ter acontecido. Não havia a menor base para isso.