O prefeito de Esteio, Grande Porto Alegre, Gilmar Rinaldi, PT, sentará dia 16 no banco
dos réus, onde responderá as denúncias do Ministério Público Eleitoral, segundo
as quais abusou de poderes econômico e políico, usou indevidamente a mídia paga
e praticou atos ilegais como agente público, tudo para se reeleger. A mídia de Porto Alegre não acompanha o caso.
. Os promotores pedem a cassação do mandato do prefeito e
a suspensão dos seus direitos políticos. Caso a ação seja acolhid pelo juiz do caso, as eleições
de outubro serão canceladas e novo pleito terá que ocorrer.
. A ação de investigação judicial eleitoral pode causar uma
reviravolta no resultado das eleições em Esteio. Na semana passada, a coligação
Esteio Merece Mais, formada por nove partidos – PSB, PDT, PPS, PP, PRB, PPL,
PSL, DEM e PSDB –, apresentou denúncia contra Gilmar Rinaldi e Fladimir
Costella, candidatos a prefeito e vice, respectivamente, pela coligação Frente
por Esteio, composta por 11 partidos: PT, PMDB, PTB, PCdoB, PV, PSC, PHS, PR,
PSD, PSDC e PRTB. A ação foi protocolada no final da tarde desta sexta-feira,
dia 14, na Justiça Eleitoral de Esteio.
. A ação foi gerada a partir de denúncia da empresa Lisboa
& Cunha Ltda, vencedora da concorrência pública nº 10/2012, da Prefeitura
Municipal de Esteio, cujo objeto da licitação foi a construção de unidades
básicas de saúde nos bairros Tamandaré e Cruzeiro, naquele município. Conforme
um representante da empresa, que lavrou termo de declarações perante o
Ministério Público no dia 27 de novembro, após o empenho das obras, cerca de
sete dias antes das eleições municipais ele recebeu ordem verbal para iniciar os
trabalhos, colocar os caminhões na rua e fazer “movimento” nos referidos
bairros. Dias depois, em 24 de outubro, a empresa recebeu
notificação de anulação dos procedimentos licitatórios, sob o argumento de que
o Município não havia publicado o edital no Diário Oficial da União, já que a
verba era federal. Em reunião na Prefeitura, com os secretários da
Fazenda, do Planejamento e da Saúde, o representante da empresa, que já havia
investido mais de R$ 50 mil, ouviu a sugestão de que “deixasse como estava,
pois seria ressarcido de outra forma”. Inclusive um dos secretários, com a
concordância dos demais, teria sido explícito ao sugerir aditivos ou convites
facilitados em outros contratos.
Vantagem eleitoral
Segundo o representante da empresa denunciante, foram os
próprios prefeito e vice que determinaram, pessoalmente, o início aos trabalhos
antes mesmo da ordem formal. “Eles disseram que as obras poderiam iniciar, pois
tinham que ganhar as eleições”, afirma. Para a coligação Esteio Merece Mais, o
depoimento deixa nítida a intenção de Rinaldi e Costella de obterem vantagem
eleitoral valendo-se do poder de suas autoridades. Mesmo sem a observância das formalidades legais, como
ordem de início escrita ou homologação e ratificação pela Caixa Econômica
Federal, por exemplo, determinaram o início das obras a fim de causar impacto
visual e responder ao eleitor, ao qual haviam prometido as obras, porém até
aquela data sem efetivo cumprimento da promessa de campanha. Os autores da ação alegam que a conduta do prefeito e do
vice foi uso indevido, desvio ou abuso do poder político e de autoridade. “Eles
utilizaram seus cargos para obtenção de vantagem eleitoral em benefício de suas
candidaturas; é o chamado, popularmente, uso da máquina”, afirmam.