A charge é de Latuff, 2014, publicada pelo blog O Vespeiro de hoje.
A legislação precisa definir melhor a quantidade e o caráter das doações eleitorais originadas em dirigentes de grandes corporações empresariais. Em Porto Alegre, candidatos majoritários e proporcionais beneficiaram-se tremendamente de valiosas ajudas de diretores de grandes grupos, como Gerdau, Multiplan, Praia de Belas, Petropar e Itaú, em detrimento da grande maioria que não tem acesso a estes cofres. O Partido Novo foi o principal beneficiado, mas até mesmo a comunista Manuela D'Ávila resultou auxiliada, no caso por uma das herdeiras do Itaú. Quando as prestações de contas dos candidatos estiverem disponíveis, isto ficará mais claro.
Este artigo é de Guilherme France, site Poder360.
Especialmente, em eleições municipais ou estaduais será, com frequência, impossível identificar a verdadeira origem de doações eleitorais e os interesses por trás delas. Quando for possível identificar os vínculos corporativos de doadores, no entanto, a associação entre os interesses da empresa e da pessoa física doadora serão imediatamente conectados, tornando essencial que empresas se comprometam com o estabelecimento de regras e diretrizes para doações individuais. As informações sobre os vínculos de doadores do prefeito Bruno Covas, em São Paulo, com o setor imobiliário são o exemplo mais recente dessa questão.
A ausência de um limite fixo para doações individuais potencializa o papel de doadores individuais em disputas locais, principalmente. Está em vigor apenas uma limitação proporcional a 10% do rendimento bruto registrado pela pessoa no ano anterior, de modo que pessoas com rendimentos elevados podem contribuir com montantes capazes de desequilibrar as eleições.
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