Com resistência da oposição e de setores da base aliada,
o Palácio do Planalto não conseguiu colocar em votação nesta terça-feira,
no plenário do Congresso, a manobra fiscal que recorreu para fechar
as contas do ano. Faltou quorum na Câmara. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros
(PMDB-AL), afirmou no início da noite que a proposta não será apreciada. O peemedebista ainda vai negociar uma nova data, mas a
expectativa é de que haja um novo esforço nesta quarta para discutir o projeto
de lei que autoriza o governo a descumprir a meta de economia para pagamento de
juros da dívida pública em 2014, o chamado superavit primário.
. Ministros da área econômica esperavam que a votação da
proposta foi encerrada nesta terça para trazer alívio ao governo. A programação
esbarrou nas ações regimentais da oposição que dificultaram a votação dos 38
vetos presidenciais que tinham preferência de votação na sessão do Congresso.
Outro ingrediente foi uma espécie de corpo mole de
partidos da base aliada que pretendem prolongar a discussão da matéria para
pressionar o governo num momento em que há discussão para a montagem da equipe
ministerial do novo mandato da presidente Dilma Rousseff.
. "É absolutamente estranho que a gente assista a um
espetáculo de tratoraço no âmbito do Congresso", disse o líder do DEM na
Câmara, deputado Mendonça Filho (PE).
. O candidato derrotado do PSDB à Presidência, Aécio Neves
(MG) acusou Dilma Rousseffde ter enganado os brasileiros na eleição e de
cometer crime de responsabilidade no manejo do Orçamento da União.
. A oposição deflagrou nesta terça as primeiras ações do
que promete ser uma "guerra jurídica" para impedir a aprovação da
manobra fiscal.
. O PSDB já encaminhou um pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender a tramitação do projeto no Congresso.