Ao tentar desesperadamente explicar-se diante do
escândalo e assombro que assustou todos os gaúchos a notícia de que no dia
anterior havia decidido confiscar R$ 4,2 bilhões dos depósitos judiciais e
enfiá-los no caixa único para cobrir contas públicas que ele mesmo infla
irresponsavelmente a cada dia, o governador Tarso Genro resolveu criticar os
ex-governadores Antonio Britto e Yeda Crusius, justamente os dois únicos governadores
que nos últimos 50 anos equilibraram as finanças estaduais e ofereceram reais possibilidades de crescimento econômico sustentável para o Estado, inclusive com a mudança da sua matriz produtiva para o mundo da civilização pós-industrial. O governador do PT
evitou criticar o ex-governador Rigotto, que no dia anterior foi atacado pelo
seu secretário da Fazenda, Odir Tonnolier. É que Rigotto é o único dos três -
Brito, Yeda e Rigotto - que frequenta os Palácios do Planalto e do Piratini (na
quarta, Rigotto falou para o público em pleno Piratini, enquanto noutro lado da
cidade o secretário da Fazenda o criticava para a jornalista Rosane Oliveira).
. Sobre Yeda Crusius, anote o que disse Tarso Genro,
disparando críticas que nada têm a ver com o descalabro financeiro e a paralisia econômica em que ele
mergulha o Estado, e que já está quebrado por obra da sua total incompetência e
falta de aptidão para governar. Ele evita comparações sobre gestão pública,
porque seus resultados são perfidamente deploráveis. Eles não permitem cotejo com o
orçamento e o caixa forrado que lhe deixou Yeda, mas voa rumo ao éter dos filósofos , no delírio de que suas trôpegas viagens ao exterior lançaram o Rio Grande no regaço dos líderes mundiais que decidem os destinos da humanidade. O governador omite também a circunstância de que ele mesmo, enquanto ministro da Justiça de Lula, minou todas as pontes que permitiriam relações republicanas entre os governos federal e estadual, transformando-as num embate político-policial que todo o Rio Grande conhece, porque foram destinadas a quebrar os pés do governo tucano e elegê-lo ao Piratini. Leia:
A governadora anterior não tinha relações nacionais
e internacionais, não tinha uma política internacional ofensiva como é a nossa.
Por que o governo não tinha uma ofensiva política de relacionamento nacional e
internacional? Porque tinha uma governadora que não podia viajar, porque não
tinha relações políticas nem pessoais com o vice-governador. Isso impedia que o
Rio Grande do Sul saísse de uma posição paroquial, de uma posição fechada, e
avançasse a essas relações importantes.
Na tentativa vesga de defender Rigotto, com quem alimenta o remoto sonho de fazer uma dobradinha (Tarso, governador; Rigotto,
senador), Tarso Genro chegou a criticar seu próprio Partido, o PT. É que por
ocasião do saque de R$ 2 bilhões dos depósitos judiciais, obra de Rigotto, o PT
tirou nota declarando: "Com esse saque, ele quebrou o Estado e prejudicou
para sempre o povo do RS". Tarso Genro resolveu sacar três vezes mais em 2
anos e 3 meses de governo, mas poderá bater novos recordes, porque ainda tem 1
ano e 7 meses pela frente. O governador nem se penitencia pelo assalto aos
cofres públicos, avisa que vai tirar mais e que não vai devolver nada, passando
a conta para os filhos dos gaúchos que vivem no RS. O caso exigiria um recall,
caso o instituto existisse no RS, mas a situação irresponsável do governador só
pode ser contida pelo impeachment. Leia o que ele disse:
A crítica que o PT fez na oportunidade ao governador
Rigotto, e eu quero dizer que, na minha opinião, o PT estava equivocado, foi
quando Rigotto tirou e não devolveu. Ou seja, pegou o dinheiro para usar
diretamente. Nós não fizemos isso, até agora. Nós pegamos o dinheiro e colocamos
na conta do Estado. Fizemos isso por uma questão muito concreta, por uma
discussão que está ocorrendo no STF sobre os depósitos judiciais. Nós temos a
obrigação de proteger o Estado e dizer que esse recurso fica aqui sim, e se nós
precisarmos, vamos usar.